Viajantes Interplanetários

terça-feira, 23 de agosto de 2011


FILOSOFANDO À TOA 7
(O ETERNO RETORNO DE NIETZSCHE)



 “E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!”. (NIETZSCHE)
Por Célio limA.

Friedrich Nietzsche, conhecido também por “Pastorzinho” na sua infância por ser filho de pastor. Nietzsche o grande “Pastor Alemão” a que refiro-o. não pela descendência luterana ou pela nacionalidade Alemã. Mais sim por ter um grande faro assim como os animais ditos da raça canina dos pastores alemães.  Estou me referindo à sacada genial que o Nietzsche teve ao propor o consolo ontológico metafísico com a sua criação da idéia do “Eterno Retorno”.                                                 O Nietzsche pensador ateu viu que com “A Morte de Deus”, morria também o consolo metafísico cristão o do paraíso a idéia de uma vida além da morte.                          Esse outro mundo eterno. O que fez afinal ao ter percebido tal proeza, ele simplesmente se virou com o que temos. Essa vida cheia de turbulências e de certos conflitos nesses mares bravios que é por assim dizer historicamente a nossa vida.  O que faz ele então. Há humanidade estar sem esperança. Estar nos braços da angustia ou na palma da mão da morte. Alem de todo um niilismo que quer destruir com a nossa capacidade de viver e de sermos-nos mesmos como seres.      O que seria o ideal no conceito do eterno retorno do Nietzsche. Essa vida que se repetirá por toda a eternidade. Eu interpreto nisto a ousadia dele em propor assim dessa forma um consolo ontologicamente metafísico.                                                     Os nietzschianos poderão discordar de mim. Porem não tenho a intenção de agradar aos que trabalham a filosofia como uma religião e aos filósofos como semideuses ou até deuses. Em primeiro porque espero que essa não seja a característica digna de um possível seguidor do Nietzsche, e em segundo por eu não ter certeza se realmente possa ser possível a existência de algo denominado por: “nietzschiano”.                                                                                                          O que me quero dizer enfim é que com o conceito do eterno retorno de Nietzsche. Interpreto-o simbolicamente como o encontro do ser em si como ser. Essa idéia de repetição reforça ao homem que ele tem que se procurar e se afirmar. Para não sofrer dessa forma o castigo de padecer repetidademente  pela eternidade dessas dores de mazelas e de puras ignorâncias. Por mais que se queira pregar a idéia real de que a vida seja de conflitos, guerras, quedas e etc. e que devemos aceitar as coisas como elas são por conta da nossa própria pequenez o Nietzsche vem nos presentear com esse belo antídoto que é o de que devemos nos superarmos. No sentido de evitarmos cairmos em deslizes, e de vivermos de acordo com uma possível repetição dos nossos atos em eternos retornos.                                                    Sendo assim cabe ao humano aceitar de forma melhor como elas são. Até a idéia de aceitar a morte de cabeça erguida e honrada e não angustiantemente. Pois sim: somos findos, mas nossa morte também ela se repetirá assim como os nossos atos e escolhas por toda uma eternidade. Cabe então aos humanos amar a vida como ela é, pois assim é e será ela. Um outro consolo filosoficamente tão belo quanto o do Nietzsche eu o encontrei só em Epicuro.  Quando este diz para não temer a morte, pois quando se estar vivo morto não se estar e vice versa. Ambos sem serem pregadores de auto-ajuda tais filósofos são como elixis ou fortificantes pois deram a humanidade certas receitas para o entendimento e a superação de nossa pequenez e da insignificância cósmica que seja a nossa própria condição de seres humanos. –Célio limA.
PS: Retorno a essa coluna após ter passado o ultimo mês em recesso intelectual. E responderei aos comentários surgidos na mesma a cada surgimento de um novo ensaio por mim postado. Agradecido por vossas apreciação e compreensão.

 “A cada passo que dei Apaguei as pegadas Pra que nem eu soubesse Como fazer pra voltar Que a trilha do desafio Nunca chegasse ao fim E agora todo esse esforço Parece estranho pra mim Alguns amigos da estrada  Já não correm comigo Seus sonhos e seus segredos Já não correm perigo Cruzes plantadas no chão São as flores deste jardim A morte exibe suas formas Tão estranhas pra mim Houve um tempo em que eu Lhe conhecia inteira E não havia poeira Que eu não pudesse soprar Mas ainda não sei Como ficamos assim Até a cor dos seus olhos Hoje é estranha pra mim As vezes penso que fiz  Alguma coisa importante Que vai mudar num instante  O que sempre foi igual Sinto que é a saída Do que eu não estava a fim Mas é somente a chegada De algo estranho pra mim Pessoas ficam me olhando Com um sorriso estampado Outras gritam e apontam Erguendo o punho cerrado Pensam saber da minha vida Se sou bom ou ruim Tantas mãos acenando Todas estranhas pra mim" (MARCELO NOVA)

OBS: Célio limA. É filosofo por natureza; anarquista por tesão e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: a Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs:http://salveopoetasalve.blogspot.com;http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/;http://poetasdemarte.blogspot.com/ .Atualmente cursa: FILOSOFIA-UFPE.

2 comentários:

  1. A filosofia de Nietzsche é muito foda,eu diria que é algo espiritual,a tua filosofia sobre temas tão envolventes é o que há de melhor.

    ResponderExcluir
  2. https://www.facebook.com/FILOSOFANDO-%C3%80-TOA-por-C%C3%A9lio-Lima-1508243292831542/

    ResponderExcluir