Viajantes Interplanetários

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cinemarte


Não irão voltar. As grandes estrelas. Os clássicos de antigamente. Os gênios de outrora. Não irão voltar. Resta-nos o “novo”. O novo que requenta e recicla o velho. A novidade que não possui frescor. Sempre o foi assim. Desde antes de Aristóteles. Desde quando a ficção era oralidade. A nostalgia dita e guia as nossas impressões. A pensar como será a sétima arte amanhã. E a olhar ressentido para o passado. O futuro é o formato digital? É a nova estrela queridinha de Hollywood? É a cena pernambucana (esta ao menos uma certeza diante de tanta mediocridade no cinema nacional)? São os sucessos cômicos da Globo Filmes (estes ao menos uma certeza ao contrário)? Cinema nunca foi fórmula. Mistura um pouco de intuição, sensibilidade, ousadia. Quer chocar, quer emocionar, quer rir de si e do outro. Cinema deseja tudo ao mesmo tempo. O cinema faz o que lhe aprouver com o tempo. Congela-o, molda-o, transforma-o, transgride-o em seus frames, em suas duas horas de duração. Não irão voltar... No entanto perduram os filmes, os atores e atrizes, as ideias dos diretores. Todos em conserva. Prontos para uma revisão, um regurgitar e um retroalimentar-se. Cada arte sente-se em débito com outra. E evolui através delas. Por isso são obras-primas. Filmes matéria bruta lapidada oriunda de solo similar. Resta-nos o “ filme novo”. E por mais que o que passou seja referência, nunca se pode ser literalmente “a referência”. Os novos filmes vão continuar a sofrer comparações injustas. O cinema não vai mais propiciar novos Méliès, Eisensteins, Vertovs, Buñuels, Griffths e Chaplins. Tudo já foi criado. Tampouco novos Kurosawas, Kubricks, Scorseses, Goddards, Truffauts, Ozus, Bergmans e Glaubers. Ainda bem, pois eles não precisam de substitutos.

3 comentários:

  1. Grande camarada sempre mandando bem! Mas diga lá qual seu predileto desse ano? Por enquanto só vi Gravidade e gostei bastante, hoje verei mais um dos indicados para poder começar a me inclinar p algum deles

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    1. D. Everson, vi poucos filmes concorrentes deste ano, minha torcida vai para Gravidade também. 12 anos de Escravidão também é muito bom e se ganhar vai ser bem merecido. Cate Blanchett também tem meu favoritismo. E com Scorsese na jogada a premiação deste ano vai ser bem interessante.

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    2. Gostaria que 12 anos levasse, o filme mexeu comigo que sou vítima da escravidão moderna.

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