Viajantes Interplanetários

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Publicação de coletânea de poesia:






REGRAS DE SUBMISSÃO:

 https://www.ifpb.edu.br/cajazeiras/noticias/2021/03/coletivo-poesia-de-quarta-abre-inscricoes-para-2a-coletanea

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Para chatear os imbecis

Meu poema não cabe
em guardanapo
ou em cartão colorido.
Meu poema tem libido,
tem vontade de crescer.
Meu poema é pra quem lê,
pra quem não tem preguiça.
Meu terceto te atiça
e cresce pra te caber.
Meu poema não manda recado.
Anda armado pra contra-atacar.
Meu poema é pra cuspir e pra beijar
porque não se contenta com pouco.
Meu poema não é oco,
não é anacrônico.
Meu verso é um mal bubônico
e a sua própria cura.
Gotas de poema pra quem murmura,
tô fora!
Meu poema é nunca ou agora,
vai ou racha martelo no dedo.
Quem tem medo
então fica.
É buceta e é pica,
nunca pétala de flor.

- Fernando Mifô -

quinta-feira, 26 de março de 2020

Fica em casa amores!

Bolsominion vá pra rua
Junto com seu presidente
Abrace quem tá do lado
Espirre em quem tá na frente
Bote os filhos pra escola
E beije o seu pai doente

Mas não se sinta demente
Siga a recomendação
É fakenews sobre a China
Desligue a televisão
Você também foi atleta
Confie no seu corpão

Diga que Lula é ladrão
Bote a culpa no PT
Que tá tudo esclarecido
E só a gente não vê
Que o mundo tá todo errado
E quem tá certo é você

Só ligue a sua TV
Quando o mito for falar
Escute o que ele disser
Siga o que ele aconselhar
Sua TV é o espelho
Lhe ajudando a se olhar

Depois saia pra lanchar
Melhor que vá ao Madero
7 mil morrer é pouco
O que vale é o dinheiro
7 mil e um morrendo
Vão lhe chamar de guerreiro

Vá em frente companheiro
Pra sua igreja rezar
Leve a família todinha
E o dinheiro pra pagar
Depois veja se o pastor
Vai querer lhe abraçar

Faça um vídeo pra mangar
Da desgraça dos seus pais
Depois poste nos seus grupos
Onde estão os seus iguais
Famílias bem sucedidas
Pessoas tão geniais

Siga assim, não volte atrás
Nem se arrependa de nada
Bolsonaro é quem tá certo
De tá fazendo piada
Boi que é boi não abandona
O outro boi na boiada

Saia com a Chapagne gelada
E a faixa dizendo assim:
O Mito é a nossa cura!
O Brasil tá bom assim!
Faço parte da boiada!
Doença não pega em mim!

Caio Meneses

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Dançar com a morte


no vazio da cabeça cavalgar

guiado por pensamentos errantes
aspirinas
entorpecentes
e
álcool vendido na esquina
amar e depois odiar
teus olhos profundamente
conscientes da cor da minha dor
dormir ao relento
estendido por sobre lembranças pálidas


- Daniel Andrade -



sábado, 10 de agosto de 2019

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Ela sumiu
Passou por cima da minha cabeça
E se escondeu no extremo oeste
Dizem que os japas a avistaram
Mas eu não tenho provas
Ela sumiu
Tomou um copo de cerveja
Viajou que é beleza
Se é Sport ou Santa Cruz
De satanás ou de Jesus
Ela sumiu
Nunca me deu um beijo
Mas cheirava a cigarros
Era de gim aquele hálito de abril
Pálida dúvida
Uma farta juba
Não é de Ipanema
Ela sumiu
Anda meio nua
Seu signo é leoa
Tem umas unhas negras

Um pingente com X
Nunca viu TV
Ela sumiu
Dizem que foi embora
Agora mora fora
E eu dentro sem saber
A que santo pedir pra ela nascer

- Daniel Andrade -

segunda-feira, 1 de julho de 2019

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ÁRTEMIS

Como um Prometeu
eu gostaria de roubar teu fogo
abusar do teu pescoço
me perder em tuas mechas
refrescar-me eu tua boca
e mergulhar nas tuas gretas
maçãs e segredos

mas longe das chamas
caminho errante
enquanto tuas mãos
serpenteiam meu peito
e meu coração insone
derrama solidão
por sobre os teus olhos

- Daniel Andrade -

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Mexendo na sua Radiola - Vamos dançar um coco de Roda?

Coco de Dona Zefinha - A cultura que vem do sertão paraibano:

Fazer  um registro fonográfico em tempos nebulosos é um desafio da besta fubana, ainda mais  se o caboclo enveredar pelos caminhos da cultura popular batucando um Coco de Roda. Mas,  vamos começar do começo com redundância e tudo. Foi assim que aconteceu: em   outubro de  2016 um amarelozinho miúdo, aspirante a cigano, após rodar meio nordeste, resolveu descansar as asas em Cajazeiras-PB. A saudade dos batuques pernambucanos despertou no maluco uma viagem  de  montar  um  grupo  de  coco  de  roda  em  pleno  sertão  paraibano.  Vê  só  se  isso  tem cabimento!  O cabra misturou Selma do Coco, Zabé da Loca, Coco Raízes de Arcoverde, Steve Jobs e Nação Zumbi para fazer uma tapioca,  quero dizer um som híbrido de Coco entoado por uma poesia marginal e urbana, cheia de candomblé e das  histórias pós-ficcionalizadas de uma certa Zefinha de Sairé-PE. Ainda por cima botou engenheiro para tocar caixa, uns cabras das informáticas  para  cantar  e  tocar  caxixi,  e  rasgou  a  boca  do  balão  com  uma  morena  arretada puxando um refrão, enquanto um cabra  das automações sapecava umas pancadas numa alfaia guerreira. E daqueles tempos pra cá esse grupo começou a cair nas graças da praça, do NEC, de Jampa e da gente. Foi assim seu menino que nasceu esse disco que você vai ouvir agora. E esse  é  só  o  começo  do  fim  dessas  nossas  estórias  de  um  Trancoso  u rbano  malasarteado sambando um Coco e tomando uns tragos.



Baixe aqui: https://drive.google.com/drive/folders/1vgueDUKVfqVPTJ7RWBZaKJaRTYFyoKCY?usp=sharing