Viajantes Interplanetários

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sábado, 27 de junho de 2015

A ARTE DE RELER

MILKSHAKE LITERÁRIO

"Reler não é se repetir, é dar uma prova sempre nova de um amor infatigável." 

(PENNAC, 2008, p. 50)





Quem mais faz parte desse time?



              Aloha! :D

Sexto mês do ano já se despedindo e quem ai colocou em prática ao menos 1/3  daquela listinha de desejos para o ano novo? Ou já está no momento de adiar as resoluções para 2016? *tensão*
Bom, sei que na lista prioridade de muitos dos queridos leitores um ponto não pode faltar: fazer uma lista de livros para ler em 2015. Com o intuito de prepará-la, você olha aquela pilha de livros novos, que estão encostados desde a Bienal passada, na mais otimista das hipóteses (e esse ano já tem Bienal de novo!). Tem aquele livro que você ganhou de aniversário (já faz dois anos e ainda não leu), aquela pilha de descobertas da biblioteca, o novo autor que você conheceu ontem e já quer ler toda a bibliografia, os lançamentos mensais das editoras...
Já não bastasse a indecisão sobre quem será o escolhido da vez, em meio a tanta novidade por vir e com o tempo cada vez mais curto, ainda bate outra dúvida - reler ou não reler: eis a questão.
Eu diria que quando um livro te toca, trazendo boas lembranças e momentos felizes, você o quer sempre por perto. As ideias que ele contém nunca parecem velhas demais (os clássicos estão ai de prova) que não mereçam uma segunda (terceira, quarta, quinta...) olhadinha. Redescobrir coisas que ficaram escondidas no frenesi da primeira lida, discordar de opiniões próprias antes aceitáveis ou reafirmá-las é duplamente conflituoso e reconfortante.
Reler um livro querido é se reler. Reavaliar o quanto do que você acreditava ser o seu eu ainda sobrevive e o quanto foi mudando com o tempo, os momentos, as novas experiências, conhecimentos adquiridos... A capacidade de sentir o mesmo frio na barriga diante de uma cena já conhecida é a mesma que nos permite nos apaixonarmos todos os dias pelo o que (ou quem) nos faz bem.
Apesar de termos começado o texto falando em listas, confesso que não sou adepta do modo. Prefiro aquela sensação de saudade, de correr os olhos na estante, fitar o exemplar com cobiça, parar tudo o que estou fazendo e reler ao menos os trechos queridos ou mesmo a tetralogia inteira, como aconteceu comigo ano passado ao reler Os Irmãos MacKade de minha diva Nora Roberts. A princípio, só O Retorno deRafe MacKade tinha sido o escolhido, mas acabei por achar injusto deixar Jared, Devin e Shane de fora da festa ;)


Meus MacKades, antigas e novas edições.

E apesar de existir tanta coisa nova ainda por descobrir, eu gosto mesmo de reler! Por isso faço históricos de leitura no Skoob, anoto minhas sensações nos post–it e colo dentro do livro, marcações e comentários nos e-books e quando aparece tempo & coragem faço as resenhas. São artifícios criados para facilitar a futura visita, mesmo quando não der para ler a obra completa.
Afinal, a sensação de volta ao lar e de abraços aconchegantes, depois de navegar por águas desconhecidas é indescritível.
Corre que ainda dá tempo de colocar as listinhas em dia, temos 6 meses de muita vida, leituras e releituras nesse 2015!

Mahalo :*






Referência

PENNAC, Daniel. Como um romance. São Paulo: L&PM, 2008. 152 p.