Viajantes Interplanetários

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Canção desesperada

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
agora ela é uma mulher. Nada mudou em mim: minhas
sandálias continuam velhas, e o que dizer então das
minhas vestes que o sol castigou por anos a fio.

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
agora ela é uma mulher. Onde antes eu só enxergava a lua,
agora enxergo o Sol. Não consigo, no entanto fitar - lá
sem desejá-la.

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
Agora ela é uma mulher. Pelo seu corpo caminha o meu olhar,
quase louco a mendigar.

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
Agora ela é uma mulher. E o que direi do seu bem amado
entronizado num reino de marfim? E o que direi do seu
amante debruçado em triste fim?

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
agora ela é uma mulher, e meu andar só deu por isso
quando ela já havia se perdido de mim. E todo castigo
reside naquele que procura amor fora de casa, por que
a mulher que lhe ama é sempre aquela que lhe acalenta
a alma, e não a bela dançarina do destino que vai embora
quando a cortina desaba sobre o palco.

Aquela menina que conheci há um ano atrás mudou,
Agora ela é uma mulher. Embebido do mais vergonhoso
pecado capital o homem inveja o que nem se quer perdeu,
porque nunca derramou a sua paixão para jovem Lívia.



D.EVERSON
Recife 17 de dezembro de 2009

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