Viajantes Interplanetários

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

FILOSOFANDO A TOA 30

SOBRE O FIM DO INFERNO 


“Ser pobre em Recife é morrer de sede em frente ao mar (…) restrita e minguante ilha de excelência”. (Edu França)



Por esses dias acabei por dar um checape na minha condição humana o que me levou a ler: “A servidão humana” de W. Somerset Maugham, “Almas Mortas” de Nikolai Gógol e o terceiro romance de Edu frança “O fim do inferno”. Três livros que tem em si como aspecto comum diante a minha leitura o demasiado no humano/o espírito aventureiro do indivíduo. Abordarei por essas linhas a respeito do fim do inferno, não o comparando em estética ou valor literário com as outras duas obras, mas sim a sua relevância como conteúdo/enredo com diversos personagens que esbarrei com esses tipos em algumas das minhas andanças ou no correr diário, entre uma balada e um blues. O livro se inicia com um texto poético que o lera como se tivesse em algum recital lá na rua da moeda ou bebendo em uma das mesas dos bares do beco da fome e ouvisse o berro novo de um dos poetas marginais de Pernambuco, delineando com o falar da sua fala uma angustia real alcoolizada que não cega a vista diante de um recife que fede, de um recife lama/mangue, um velho reciferido. O romance segue seu galope por entre quatro prismas/cidades: Recife, São Paulo/Brasil; Porto, Guimarães/Portugal; Paris, Saint-Denis/França. 

 Com aventuras/desventuras entre tipos diferentes em suas condições e de desejos e necessidades por uma busca/vida e com algumas peculariedades em comuns entre essas, uma que destaco ao nomeá-la por: ambição existencial! Uma vontade retada potencial de se ver como alguém, de querer se dar bem na vida. Não se importando o preço que se tenha que se pagar por tal empreendimento. Em outras palavras esse eterno querer se livrar de uma condição miserável e de um cansaço de si mesmo, ou seja, certa impotência para com a realidade (vida real que não se troca simplesmente o canal) e diferente da falta de atitude de alguns heideggerianos que aceitam/curtem sua angustia, tais personagens vão a guerra... Digo, levam consigo sua angustia pra passear pelo submundo muita das vezes imundo. Mesmo com o excesso de luzes ou cores artificiais que aguçam com sua sede aventural.


-Se “até os niilistas tem direito à utopia”. Temos em Alexandre (personagem principal) um jovem com uma capacidade de guardar segredos próprios ou uma mente maquiavélica na busca por dar as cartas no jogo/vida como vemos com brilhantismo ao final do capitulo primeiro.

Temos em Freitas/Neiva/Amanda-Marion. Tipos carregados por preconceitos, seres que por um momento no andar do galope do tempo deixam a vida lhes direcionarem um norte. É nessa busca/vida que eles aceitam o seu fato/fardo, tanto vestindo o personagem devidamente colocado (usando ou engolindo o seu próprio preconceito), como aproveitando-o tal qual a um suco de limão a se fazer uma limonada e não ser descartado como mero bagaço. Se por um lado temos a força desse preconceito ancestral/atemporal que se vai além de qualquer lógica, percorrendo inexplicáveis caminhos, geradora de uma ira irracional (é impossível viver sem ira!?) ocultada em razão alguma. Como no tipo que vê na profissão da puta algo condenável se for no país Brasil, e algo invejável se for exercida na Europa. O preconceito de raça tido por um português que apesar de seus cabelos pretos (árabe) não lhe incomoda com a morte vizinha de mais um negro brasileiro. Tal indivíduo não percebe que apesar de suas andanças em origens e convívios seculares que acumula em seu interior uma ojeriza aos novos costumes ou novos preconceitos seculares. Por outro lado há também o preconceito velho/jovem: “Eu não pertenço a esse mausoléu de múmias vivas de jovens velhos, de costas para o mundo, desejando um ontem que não viveram; e que ao contrário do que pensam não era melhor que hoje, que amanhã”.


A trama caminha nitidamente com percas e ganhos na vida de tais personagens que não conhecem a regra básica do bom jogador: “nunca entre em um jogo em que não esteja calejada o bastante para entender as intenções pela respiração dos jogadores”. Por outro foco temos pessoas que de fortes em estado psicológico são de pura decadência transcendental estampada nas figuras da Velha que de prostituída pelo sistema á cafetina do mesmo, Parrequinho um misto de poeta bêbado á filosofo de bares ou Diógenes das calçadas. Temos mais algumas provocações no desenrolar da trama em seus últimos capítulos, indagações o bombardeamento de informações vividos/sobrevividos nessas ultimas décadas. E presentemente constante/cortante em nossos dias estranhos. –“Qual a utilidade de informar?”, pergunta o autor ao impor tal questionamento na boca de um de seus personagens como fizera o mítico Cisne na boca de Sócrates.  

            O sexo é forte no livro. Cheio de interesses, descobertas e de busca até por humanidade (paraíso perdido), coisa de pensador racionalista perguntei-me ao ler que “uma boa transa redime qualquer estado, mesmo que seja de um filosofo pessimista”, talvez a nossa pequena filosofa contemporânea Kaligula Thaísa tenha razão alguma em seus devaneios alcoólicos, quando reflexiona sobre o mau humor e o mau comido no nosso tempo. Como se fossem ambos a face de uma mesma velha moeda. Por essa ótica constatamos que Nietzsche-Shcopenhauer foram dois demasiados animais/mal-comidos seres. (*) Antes de chegarmos há um dos Alpes do livro, refiro ao desdobramento ocorrido principalmente na pagina 317.

Encontraremos uma reflexão relevante sobre uma das nossas veias originarias: “A multidão em transe coletivo, histeria, sofrimento espalhado e fé ostentadora, foi dessa malga que saiu o espírito brasileiro” (recomendo a leitura do filosofando à toa 23, não como mechandagem, mas para os que ainda interessam saber o que somos-nos? O que faz sermos o que somos?   O velho conhece a ti mesmo grego, ainda serve para algo?).              Concluindo, o livro que poderia terminar com “um olhar com soberba e dignidade “naquela tarde prateada de um dezembro que nunca mais acabaria”. Segue os factos mostrando os passos de um homem que até sua sombra é uma sombra devoradora de almas. Ele é em si um tsunami para com as vidas que se encontrem por entre o seu caminho/jogo pronto pra mais um drinque/golpe nesse inferno, agora em um prisma americano na cidade de nova York.

(*) Obs.: não inclui o Heidegger aos outros mal-comidos filósofos, por este ser um caso serio de demência ou senilidade humana. (Não resolvida nem com a pisa da buceta judia dada pela Hannah Arendt).  

   
“A realidade é uma só, as vidas, os destinos é que mudam, mas não ao nosso gosto, como queria o meu falecido humanista. Somos com o tempo ressaca de nós mesmos, uma eterna quarta feira de cinza”. (Edu frança)



Por Célio LiPor: Célio Lima.
                                                                          

quinta-feira, 28 de maio de 2015

FILOSOFANDO À TOA 29

SOBRE UM PARICEIRO POETA OU A POETICIDADE VIVA EM
VALMIR JORDÃO.

“O velho mendigo Diógenes
Na sua porta a girar
Perguntei qual o problema
Más ela não quis falar
Nas mãos tinha uma lanterna
Pra iluminar toda a cidade
Talvez ainda hoje procure
Por alguém de verdade”
(Marcelo Nova, Sinais de Fumaça)


Por Célio Lima.

Pra começar essas linhas sobre um pariceiro contemporâneo me veio como uma nuvem negra algumas perguntas, -O que gosto em poesia? -O que de escrever essas linhas? Respondereis a primeira que servirá para uma possível resposta da segunda e das demais pensadas/por sobre a mente avoada.-Gosto de poesia que me cheira a perfume provocação. Gosto de poesia que tenha a força de um soco de Éder Jofre ou um coice de uma égua parida. Gosto de poesia agite meus neurônios tal qual um grupo de siris compactuados em uma lata posta em uma areia praiana. Gosto de poesia. Gosto de poesia que tenha uma boniteza questionadora ou o puro sarcasmo das drummondianas de: Carlos Drummond de Andrade em sua “ESPECULAÇÃO EM TORNO DA PALAVRA HOMEM” ou em algum “CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO” Ou da força dos versos da nossa musilingua presentemente em Marcelo Drummond Nova: “Noite, talvez pelo seu tamanho / Me faz sentir um corpo estranho / Não lhe posso pertencer / Noite, eu lhe adoro e lhe detesto / Mas me conformo com o seu resto / O dia que vai nascer”. Isso  que deveria parecer com uma introdução é apenas pra dizer da importância e da força alem da poeticidade também encontrada nos versos do poeta do Jordão como veremos mais adiante em RECIFERIDO e outros Haicais Maloqueiristas Blues.

O poeta Valmir Jordão é um bardo underground contemporâneo dono de uma ferocidade ativa tanto em sua poética quanto em suas discussões ou enfrentamento existencialmente diário. Ele é um poeta que vive minuto a minuto sua poesia, desde 1982 esse bardo urbano/suburbano poe um pé no mato na poesia e um pé no rock de alguns bicos (trampos gráficos, oficinas literárias, sarais em bares entres outros blues). Sua poesia-viva é em sim um espetáculo diário. Esse marginal poeta, segue na margem de toda uma industria cultural em prol do capital entretenimentalmente falando com sua luta presente em varias antologias, 12 livros/livretos publicados, sua marginália esta presente em haicais Hai Kaiando em dois reais vendidos em formato cordel nos bares e no bordeis do real brasil pernambuco falindo/falando para o mundo.

Eis Valmir Jordão criador de versos que viraram algo próximo dos ditados populares/domínio público: “Coca para os ricos / Cola para os pobres / Coca-Cola é isso aí” , “Ana que ia / Ana que ria / Ana queria/ Anarquia!” , “Índio não quer Sting. Índio quer estilingue”. Ele autoralmente descreve/denuncia a sua própria condição marginal e dos da sua geração ou subdivisões dos movimentos pariceiros da nossa literatura pernambucana (poetas marginais / poetas independentes/ poetas alternativos) nos versos do poemas Ah, recife / aos pariceiros dos anos 80 (um uivo recifense): “Dizem os bardos que uma cidade / é feita de homens, com várias mãos / e o sentimento do mundo. / Assim Recife nasceu no cais / de um azul marinho e celestial, / onde suas artérias evocam: /Aurora, Saudade, Concórdia, Soledade, / União, Prazeres, Alegria e Glória. / Mas nos deixa no chão, / atolados na lama / de sua indiferença aluviônica: / a ver navios com suas hordas invasoras / e o Atlântico como possibilidade /de saída...”
“Eu vi os expoentes da minha geração consumindo muito álcool, na Hospício em busca da loucura, chapando insistentemente no Beco da Fome para recitar na Sete de Setembro contra o auto otarismo e o autoritarismo em voga, / andando pelas ruas da Boa Vista feito zumbis bêbados, ansiando fumar um nos miseráveis apartamentos sem água e sem luz, flutuando sobre os tetos da cidade contemplando junkies que desnudaram seus cérebros ao céu e, viram o CCC com as mãos sujas do sangue do Pe. Henrique, / cansados dos acadêmicos sem brilho, dissecando as almas dos poetas malditos, com toda a mediocridade e arrogância dos que tentam apropriar-se do alheio, / enquanto Gregório de Matos, William Blake e Patativa do Assaré reluzem em outras dimensões, éramos detidos e baculejados pela polícia suspeitos de vagabundagem e subversão, / e vi a juventude mergulhada nas drogas alopáticas, uns dependentes do Algafan, outros no éter e no Pambenyl e mais alguns usando Cocaína ou Fiorinal para encontrar o seu próprio paraíso artificial, / presenciei o bardo Alberto da Cunha Melo a combater o regime de exceção na estrada do excesso, pois todo gênio que se preza, busca a sua garrafa, enquanto boa parte da sua geração camuflava-se na aura da vaidade literária, / Erickson Luna com sua auto-flagelação nas drogas, no alcool e na anorexia das noites insones no Cais de Santa Rita ou em Santo Amaro das Salinas, armado de copo na mão com aparência a esganar o mundo e todo mundo, a dizer que a felicidade é apenas um golpe publicitário, / Espinhara espinhando as relações com o seu jeito espinhoso de ser, Lautreamont, Augusto dos Anjos, Jean Genet e Chico Buarque foi o seu quarteto mais que fantástico, fora de si, tentou afogar-se na lama mas a Buarque de Macedo rejeitou esta atitude, semeava o Lítero e colhia pessimismo com o seu mau humor e machismo digno de um Bukowski e, foi o poeta da flor e do espinho, / o comportamental França nos seus recitais notívagos e sedutores, a atrair burguesas branquelas com a sua fala e o seu falo de ébano, a repetir quem quer querelas? / o deseducador cultural Jomard Muniz de Brito evocando Glauber e o Tropicalismo nordestinado contra a caretice nos meios e nas mansardas recifenses, a quebrar tabus sendo eternamente Pagú e Papangu nos canaviais e carnavais da Mauricéia travada pela burrice, mil vivas ao mau velhinho! / Fred Caminha nas pensões e manicômios, nos Coelhos e no Bairro do Recife ou na Palma em busca de uma puta, uma carreira ou uma bola para rolar na Conde da Boa Vista, Príncipe ou Manoel Borba, / Jorge Lopes tatuando na própia alma seus desejos de sexo, drogas & rock and roll, da Caxangá a Riachuelo na sua batalha diária contra a fome de viver, para não torna-se uma garatuja de si própio, / vi Cida Pedrosa, Lara, Samuca, Miró e os Cavaleiros da Epifania a calvagar na Ilusão de Ética e na resenha Interpoética sempre Amarginal, / Hector Pellizzi, Juhareiz Correya, Fátima Ferreira, Wilson Vieira, Joca de Oliveira e Humberto Felipe ecoando poemas no Savoy, no Calabouço,e na Livro 7 mostrando o quanto a América estava indignada, / e todos se reergueram no passo libertário do Frevo e na síncope do Maracatu e na batida literalmente do Côco, provaram o vinho avinagrado dos tempos difíceis, mas mesmo assim deixando o que houve para ser dito no tempo após a morte...”

Se temos o poeta como um homem de seu tempo, indivíduo este que em sua obra há um combate tanto sobre forma de denúncia como um embate visivelmente com o meio e não só elogios ou o rasgar ceda das localizações de espaço/tempo: geográficas. Temos na poeticidade viva de Valmir Jordão, Versos que brigam, que esfaqueia, versos balas que mostram as marcas do tempo e do ambiente visto/vivido por o poeta que nem sempre seja um fingidor diante da dor e do odor nos males existenciais. A poesia talvez tente criar um sentido através de suas bases estéticas ou de sua busca pela perfeição. O poeta consciente em si até quando remando contra a maré ou cavalgando errantemente tenta transforma-se em um outro no mundo tido como transformação constante como dizia o grego Heráclito de Éfeso. Temos então nessa mistura ou duelo de uma sensibilidade literária e um desejo de mudança, de justiça, de querer ser/ver acontecer a transformação tanto no que confere ao elemento local (espaço/tempo) quanto ao vir a ser do próprio indivíduo artista que consciente da sua condição/militância (libertaria) que também evoluir. Eis a poeticidade presentemente na obra desse poeta/bardo do Jordão. Que em sua busca vida que transcender em vontade potenciadora a própria extinção produzida pelos instintos do muitas vezes bestial animal racional politikarmente falando ou ser politico que ver e questiona em sua obra um Capibaribe descapibarizado, esse cidadão de pernambuco falindo para o mundo como nos versos do: Monólogo de um Cidadão da Mauricéia Favelada: “Princesa das águas sujas / das pontes e dos mendigos / não és digna da legião / de subversivos gerados em bacanais. / Foda-se, Recife! / com a insurreição reacionária / com essas procissões / de famintos e esfarrapados, /  com a decadente oligarquia malária, / e seus poetas abandonados”.

Valmir Jordão por ele mesmo, literatura pra que:
“Eu não faço livro só pra vender. É o seguinte: a literatura pra mim é um caminho. Não é um fim de ganhar dinheiro, sabe? Nem meio de ganhar dinheiro. Pra mim ela é um instrumento de trabalho, que eu adoro fazer, que eu amo fazer. Agora, essa história do toma lá, dá cá, existe, sim, porque você recebe muito carinho, muita gentileza, e um livro não paga uma gentileza. Nem há dinheiro que pague uma gentileza, entendeu?”

Sobre seu processo criativo:
“Eu anoto, assim, tópicos. E começo a somatizá-los. Assim, sem forçar a barra. Começo a pensar sobre eles e aquilo vai tomando conta. Fico esperando o poema engravidar”

Sobre sua produção/organização:
“Eu deixo amadurecer uns três, quatro dias, e volto, pra rebuscar. E fico juntando. Quando tenho em torno de 40 ou 50 poemas, já dá um livro. Aí eu vou pra um Lan House. Eu não tenho computador, detesto incomodar. Você entrar no computador de um seu amigo, eu acho uma intromissão. Aí no Lan, digito, coloco no meu email, guardo, e gravo num CD. Depois levo pruma gráfica”.

Sobre o seu reconhecimento como poeta:
“Foi no Diretório Central de Estudantes, da Federal, em 1990, quando vendi numa noite 500 livros. Pra mim aquilo foi impactante. Então foi quando eu decidi abandonar as outras coisas. Porque eu já fui balconista, já fui auxiliar administrativo, trabalhei 10 anos na Farmácia dos Pobres”.

Sobre a sua opção por literaruta em vez de um trabalho qualquer:
“Porque eu tinha preguiça de fazer as atividades que eu estava exercendo. Por pura preguiça. Eu achava aquilo tão medíocre, entendesse? Eu me disse: pra ganhar esse dinheiro que eu ganho aqui, ralando 10 ou 12 horas por dia, eu ganho trabalhando pra mim”.

Sobre suas influências poeticas:
“Não sou panfletário, mas adoro poesia política. Lorca, Neruda, Carlos Drummond de Andrade. Na poesia pernambucana tenho muitas. Alberto da Cunha Melo, com Noticiário. Ele me chamou a atenção de que eu era capaz de escrever poesia. É um livro de 78. Manuel Bandeira. Jaci Bezerra. Angelo Monteiro. Antonio Campos. Erickson Luna, o grande mestre, o grande pareceiro, porque éramos pareceiros. Não éramos parceiros nem irmãos. Éramos pareceiros. Geraldino Brasil.



“Oh! minha bela, inefável E inescrupulosa veneza.
Dos mercados e mascates, Hoje perseguidos porque
Pobres enfeiam a cidade. E, a especulação imobiliária
Projeta-se sobre a ambição Dos farisaicos governantes.
Teu podre hálito, reflete-se Nos fétidos discursos dos
Infectos poderes, e na Sua gênese reacionária. 
Cidade invadida, cidadãos excluídos 
De suas benesses e riquezas. Das bacanais nos carnavais 
Regadas no erário, bancada Pelos otários, e dadivadas
Aos condes Joões, aos Barões sebosos e aos Séquitos famintos.
Salve Recife! cidade madrasta Prostituta dos vampiros
De todas as dicções e origens. Meu Capibaribe, Capiberibe!
Descapibaribado pela Indiferença dos gestores 
E, do perjúrio oficial...

(Valmir Jordão)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

OS QUATROS CAVALEIROS DO APOCALIPSE (A Revista)

-Por: Célio limA
.

O ano era 1990, eu tivera em minhas mãos um exemplar da revista recém lançada: "Flagrante deleite". Feita pelo o Mestre Zizo (colagem/desenhos) com poemas do Miró da Muribeca. Em seguida tivera contacto com A anarquia versificada livremente ou Haicaiada doValmir Jordão, & França, Luna, Lara, Malungo Poeta e demais independentes escritores Pernambucanos ou puramente Marginais-Recife... Passando-se mais de 2 décadas é com prazer que estamos juntos e misturados nas paginas dessa + que especial homenagens aos veteranos e reconhecimentos aos novos poetas nordestinados. Estamos nós os 4 cavaleiros do após-calypso "Pertubando a paz e exigindo o troco... bem vindos ao nosso pesadelo, tenham medo !!!"















-Sauvas aoPoeta Miró, Sauvas Valmir Jordão, Sauvas Rildo de Deus, Sauvas Mestre: Zizo (Ó PORRA ZIZO !!!), HAVERHATERHAMEM.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

FILOSOFANDO A TOA 23

  
SOBRE AS QUERELAS BRASILEIRAS
Por: Célio limA.
“Na certeza de que as visões do Brasil a partir de suas coisas oficiais, sagradas, sérias e legais são as mais correntes e familiares, quero aqui revela-lo por meio de outros ângulos e de outras questões (...) uma leitura do Brasil que deseja ser maiúsculo por inteiro: o BRASIL do povo e das suas coisas. Da comida, da mulher, da religião que não precisa de teologia complicada nem de padres estudados. Das leis da amizade e do parentesco, que atuam pelas lágrimas, pelas emoções do dar e do receber, e dentro das sombras acolhedoras das casas e quartos onde vivemos o nosso quotidiano. Dos jogos espertos e vivos da malandragem e do carnaval, onde podemos vadiar sem sermos criminosos e, assim fazendo, experimentamos a sublime marginalidade que tem hora para. começar e terminar. Deste Brasil que de algum modo se recusa a viver de forma totalmente planificada e hegemonicamente padronizada pelo dinheiro das contas bancárias ou pelos planos... dos ministérios encantados pelos vários tecnocratas e ideólogos que aí estão á espera de um chamado. BRASIL commaiúsculas, que sabe tão bem conjugar lei com grei, indivíduo com pessoa, evento com estrutura, comida farta com pobreza estrutural, hino sagrado com samba apócrifo e relativizador de todos os valores, carnaval com comício político, homem com mulher e até mesmo Deus com o Diabo. Por tudo isso é que estamos interessados em responder, nas páginas que seguem, esta pergunta que embarga e que emociona: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL?” (Roberto da Mata)
A final quem nós somos? Existimos? A que será que se destina? Tal nosso desatino? Exilamos em nosso próprio país? Para nada? Para algo? Para todos? Para que?
O homem talvez seja uma ponte entre o macaco de Darwin e o além do homem, como assim me falara o amigo Frederico Espirro. Portanto vou aquém e me digo ser uma ponte entre o que for sagrado e o que for profano. Digo que apesar de ser brasileiro vejo que ser brasileiro não se define só por gostar de samba ou de futebol, eu to mais com um pé no rock e outro no mato, ando por entre uma balada e um blues, exemplificando-me-ser!
Creio que essa ponte brasileira ou relação se dá no limiar/transitar do individual para o social. É o fator que aguça a capacidade individual criativa/potenciadora de um povo perante as necessidades já históricas pra não dizer por natureza. Ela é o que mantém as relações desse povo em casa, festas, trabalho, etc. É o que faz ser um povo individuo/coletivo carnavalizante-ser!
Outro fator importante que caminha de mãos dadas nesse processo e que vem do coletivo para o individual é a esperança. Seja a fé nas religiões, fé ideológico-utópica (política ou anárquica) a fé como fator de esperança no progresso, ciência, evolução ou simplesmente de que as coisas mudem. Tanto faz se seja através do jogo, da solidariedade ou do amor (amorismo).
Sim, fomos colonizados por portugueses, espanhóis, franceses, holandeses, jesuítas entre outros fdp´s... Ainda somos? Por americanos? Pela polarização PT-PSDB? Pela midiatização Globo-Record? Pelas empreiteiras e o financiamento de campanhas eleitorais? Pelo agronegócio ou pela globarbarização? Pelas bancadas evangélico-ruralista?
Apesar de discordar do preconceito do professor Ariano Suassuna e ver que não fomos horiginalizados dos mouros ou das cores de suas cabras criadas... Pois apesar de sermos uma mistura de todo esse processo historicamente a ferro e fogo. Antes dos mouros o som dos relâmpagos, dos trovões e dos: “pingos de chuvas chorados por fúrias de felicidades” já nos educavam e nos misturávamos ao outro nos rituais antropofágicos.
Se os nossos jovens andam de skate, embolam/duelam um rap, caem num funk ou teclam a noite-madrugadadentro em telas de tablets, celulares ou em pc’s um consumismo americanonizado, eles aindam amam o futebol arte, mesmo diante de todo falatório chato em prol do tic tac espanhol. Eles não trocaram ainda a magia do carnaval das ladeiras de Olinda, das ruas de São Salvador, do curral do samba ou embriagando-se na pauliceia, fora de época: Fortaleza. Não trocaram o frevo pelo vale cultura de algum show da Lady Gaga ou de algum mega evento internacional. Continuamos querendo comer o outro sim, feito sardinha, degustar o sol estrangeiro, o universal. Sem correr o risco de esquecer o bom dos costumes, e da cultura popular. Como no São João do Nordeste, das folias de momo e de reis ou mitificação da espera do “tempo do espírito santo”, eterno retorno de Dom Sebastião personificado na procissão do meu Rio de Janeiro, da multidão fervorosa no Círio, no Juazeiro de pedras que choram por sobre cabeças do rebanho da fé, nos duelos dos bois, no Recife pegando fogo na pisada do maracatu etc e tal.
Vejo que da para transitar tanto no Shopping Center como na feira de Caruaru, ler quadrinhos da Marvel Comics como devorar os Cordéis do mestre J. Borges, da para comer o Hambúrguer do Mac... com Coca-Cola (sem rato), como Tapioca com Café São Braz ou degustar um bom Caldo de Cana com pão doce, ir no Rancho da Pamonha ou comer aquele espetinho da esquina com aquela Pitú fabricada em Santo Antão do Egito como diz o “poeta”, ou  cair na night com Whisky com Red Bull.
Por fim ou por enquanto, concordo com outro brasileiro: “amar e mudar as coisas me interessa mais”.
“O povo brasileiro pagou, historicamente, um preço terrivelmente alto em lutas das mais cruentas de que se tem registro na história, sem conseguir sair, através delas, da situação de dependência e opressão em que vive e peleja. Nessas lutas, índios foram dizimados e negros foram chacinados aos milhões, sempre vencidos e integrados nos plantéis de escravos. O povo inteiro, de vastas regiões, às centenas de milhares, foi também sangrado em contra-revoluções sem conseguir jamais, senão episodicamente, conquistar o comando de seu destino para reorientar o curso da história.(...) "O espantoso é que os brasileiros, orgulhosos de sua tão proclamada, como falsa, "democracia racial", raramente percebem os profundos abismos que aqui separam os estratos sociais.O mais grave é que esse abismo não conduz a conflitos tendentes a transpôlo, porque se cristalizam num modus vivendi que aparta os ricos dos pobres, como se fossem castas e guetos. Os privilegiados simplesmente se isolam numa barreira de indiferença para com a sina dos pobres, cuja miséria repugnante procuram ignorar ou ocultar numa espécie de miopia social, que perpetua a alternidade. O povomassa, sofrido e perplexo, vê a ordem social como um sistema sagrado que privilegia uma minoria contemplada por Deus, à qual tudo é consentido e concedido. Inclusive o dom de serem, às vezes, dadivosos, mas sempre frios e perversos e, invariavelmente, imprevisíveis. (...)A história nos fez, pelo esforço de nossos antepassados, detentores de um território prodigiosamente rico e de uma massa humana metida no atraso mas sedenta de modernidade e de progresso, que não podemos entregar ao espontaneísmo do mercado mundial. A tarefa das novas gerações de brasileiros é tomar este país em suas mãos para fazer dele o que há de ser, uma das nações mais progressistas, justas e prósperas da terra”. (Darcy Ribeiro)

OBS: Célio limA. (ATIVISTA CULTURAL) É filosofo por natureza; anarquista por tesão  e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: A Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!.                                                                 Atua nos Blogs: http://salveopoetasalve.blogspot.com.br/http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/http://poetasdemarte.blogspot.com/ http://tribunaescrita.blogspot.com/                                                           

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

FILOSOFANDO Á TOA 22




SOBRE ASSÉDIO SEXUAL
(NOS COLETIVOS E AGLOMERAÇÕES)
Por: Marcos Lima
“São códigos culturais que são compartilhados. É difícil você descrever objetivamente, mas as pessoas sabem o que se passa quando vivem a situação” (Júlia Rabahie)

Há bem pouco tempo um parlamentar pernambucano elaborou um projeto de lei no qual previa vagões exclusivos nos trens do metrô para mulheres. O autor esperava que estas aderissem de forma entusiasmada ao seu projeto. Ocorre que em entrevistas realizadas pela imprensa local elas não se manifestaram a favor, resultado: o projeto de lei sequer chegou a ser votado.
Os motivos para o projeto de lei.
Possivelmente o ilustre parlamentar foi buscar inspiração nos noticiários do Rio e São Paulo onde com freqüência ouvimos falar em assédio nos ônibus e metrôs quando lotados. Em Recife praticamente não foram registradas reclamações neste sentido
Como se comporta a mulher nordestina diante desse tipo de assédio?
Certa ocasião uma amiga em bate-papo de barzinho me fez uma confissão sobre o que ela disse ter ocorrido com uma amiga casada moradora no conjunto Marcos Freire. Todos os dias esta senhora pegava o ônibus (quase sempre lotado) para o centro do Recife onde trabalhava. Nestas condições ensejava a aproximação de algum homem, este toque lhe proporcionava momentos agradáveis, mas de um passageiro ela guarda até hoje uma inesquecível lembrança. Estava ela no ônibus, próxima a cadeira do motorista, quando um sujeito se aproximou e em alguns segundos encontrava-se absolutamente encaixado em seu enorme traseiro. Uma sensação eletrizante percorreu todo o seu corpo e a partir deste momento tudo o que ela mais queria era que a viagem não terminasse nunca.
Certo senhor que mantinha uma relação aberta com uma profissional da área da saúde, certa ocasião perguntou-lhe se já havia sofrido esse tipo de assédio, e qual foi sua reação, ela confirmou e disse que em muitos casos era indescritivelmente prazerosa provocando um desejo quase incontrolável de fazer sexo.
Fatos como estes ocorre, ao que tudo indica, em todos os pontos do planeta, havendo até locais que simulam estas situações. Certa ocasião no programa do Jô Soares, em que estava sendo entrevistado um ex-diplomata brasileiro no Japão, este dizia que naquele país havia uns locais que reproduzia o interior de um transporte coletivo e homens e mulheres pagavam para passar alguns momentos neste roça-roça.
O que dizem os estudiosos.
Magnus Hirschfeld, em sua Enciclopédia da vida Sexual, pag. 151 Edições Spiker- Rio, citando Edgard Poe: “Há homens e mulheres que não podem resistir à tentação de estar em contacto com outros seres da sua espécie, mas de sexo diferente. Não são poucos os homens que não perdem a oportunidade de misturar-se a uma multidão qualquer com a simples intenção de sentir o calor de uma pessoa do sexo oposto, de poder apreciar a dureza de sua carne a turgescência das suas formas. E não poucas são as mulheres que sobem a um ônibus ou a um trem, sem necessidade alguma, quando vêem que está cheio de gente, sabendo de antemão que terão de viajar em pé e serão apertadas invariavelmente durante a viagem. Não me refiro evidentemente a mulheres depravadas, e anormais, porém a mulheres tidas e havidas como honestas, que aproveitam o momento para estar em contato com um desconhecido que, provavelmente nunca mais voltarão a encontrar, mas que durante alguns minutos lhes terá proporcionado uma impressão agradável, tanto faz moço como velho, contanto que se trate de uma pessoa de sexo oposto. Durante esses momentos desaparecem também todas as diferenças sociais. Estão em contacto apenas um macho e uma fêmea” É importante acrescentar que como conseqüências destes episódios surgiram paixões duradouras.
Este tema já foi abordado também pelo cinema. Quem não se lembra de uma produção brasileira de 1978, protagonizada por Sônia Braga, cuja produção foi baseada no romance de Nelson Rodrigues A DAMA DO LOTAÇÃO, onde a Sonia dá um show de erotismo, e bateu recordes de bilheteira. O enredo é mais ou menos o seguinte:
“Carlos (Nuno Leal Maia) e Solange (Sônia Braga) se amam desde jovens e, após um casto namoro, se casaram. Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer amor com ele. Primeiro ele implora, então em um acesso de raiva a estupra. Solange afirma que o adora, mas nos meses que se seguiram ao casamento ela não pode ser tocada por Carlos. Para provar a si mesma que não é frígida, começa uma rotina diária de seduzir homens em coletivos, homens que ela nunca viu nem verá novamente e nem mesmo sabe seus nomes.... Enquanto isso, ela busca ajuda psiquiátrica, pois não sente nenhum remorso” ( Anônimo).
É evidente que neste tipo de comportamento não se instala o sentimento de culpa, pois para os personagens envolvidos estes momentos de prazer não pode se caracterizar infidelidade, e tem ainda como atenuante o sentimento de tranqüilidade de não se ter exposto ao contágio de alguma enfermidade sexualmente transmissível. Contudo não são poucos os casos, relatados por passageiros, de que em viagens interestaduais durante a madrugada enquanto os demais passageiros dormem pessoas de comportamento tanto heterossexual  como gays fazem sexo, na maioria dos casos oral.
Os anormais
São inúmeras as reportagens levada ao ar pela imprensa televisada sobre este assunto, e em uma destas um entrevistado revoltado denunciava um sujeito que havia ejaculado sobre a roupa de sua mulher. É evidente que mulher alguma deseja passar por tal constrangimento, e segundo a opinião de muitos, um sujeito que assim procede é um tremendo canalha e tal procedimento tem o repúdio de todos, alguns já foram vítimas de alguma agressão por parte de alguém mais exaltado. Se a mulher consente nesta aproximação ela deseja o prazer do toque, mas não autoriza (segundo um marido revoltado) vagabundo algum a colocar o seu sêmen sobre sua roupa, ou ser tocada pelas mãos de alguns atrevidos que se julgam neste direito. Ouvimos relatos de que algumas mulheres conduziram as mãos de alguns homens (nestas circunstâncias) até sua genitália, mas por iniciativa dela. E algumas mulheres afirmam que certos elementos por não entenderem até onde a mulher está permitindo que ele vá, levaram tapa na cara.
Escancarar ou fingir
Entrevistamos um famoso sexólogo que afirma: que ao contrário do homossexualismo que é debatido, estudado e incentivado, esta questão será sempre tratada como sendo um perigoso desvio de comportamento, embora a coisa mais natural seja que dois seres de sexo oposto desejem estarem próximos. Em alguns, este desejo é mais forte e em outros ele é ausente. Claro que um pai ou marido vendo sua filha ou esposa envolvidas nesta fantasia prefere deduzir que elas estão sendo incomodadas, a ter que admitir que tudo que está ocorrendo naquele momento é resultado do consentimento delas. E o ciúme é o sentimento que eclode nestas situações ensejando cenas por vezes desagradáveis, quando tudo poderia ser resolvido com um apenas “quer fazer o favor de se afastar”. Muito dificilmente alguém resistiria a tal pedido, mas se o sujeito é insistente neste caso a melhor atitude da mulher é trocar de lugar.
Talvez em um futuro próximo, continua o sexólogo (que pediu para que seu nome não fosse revelado), quando as pessoas estejam libertas do sentimento de posse e o espírito de amor e compartilhamento faça parte de nossa natureza humana, manifestações de carinho e desejo externados em comportamentos como este, serão vistos com absoluta naturalidade. Mas fica uma advertência: ninguém, absolutamente ninguém, em circunstância nenhuma, ou em qualquer época, tem o direito de importunar quem quer que seja, sobretudo quando sua aproximação é repulsiva.

Marcos Lima dos Santos (Filósofo Urbano)




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FILOSOFANDO Á TOA 21



SOBRE A AMIZADE
Por: Célio limA.  c.p.b.p.jr:.

“Às vezes quando eu chego em casa, cansado vou deitar / Imagens vivas na memória, vêm me visitar  / São amigos que tenho, gente que eu conheci  / Pessoas que mesmo distante, nunca esqueci / Vera já não está em coma, seu coração parou / Ricardo pediu demissão, ele não suportou / Tita continua firme, casada com o Manuel / Dayse me deu tantos presentes, ainda uso seu anel / Renata um dia cortou os pulsos, ela queria parar de viver / Claudia tinha tanto dinheiro, mas não sabia o que fazer /  Rubão corria atrás de algo, eu não sei se ele encontrou / Franja e Walter desapareceram, juntos com o tempo que passou / Miguel,  Albertino e Arthur, sempre foram leais / Seu Seba,  Aécio e 'Do Rio', figuras não existem iguais / Nós jogamos, perdemos,  ganhamos,  mas não paramos de apostar / Por mais longe que eu esteja, eu sempre vou me lembrar / Eu sempre, sempre vou me lembrar”. (Marcelo Nova)

                                                                                                         
Pra trabalhar esse tema recorrerei ao cancioneiro popular alem da parceria com alguns philospoetas para exemplificar, digo nitidificar melhor com as coisas por mim pensada e refletida a esse respeito. Da canção brasileira recorro aos sertanejos: Teixeira e ao mestre Domingos que nus tem a dizer na canção: “Amizade sincera”, que: “A amizade sincera é um santo remédio, é um abrigo seguro, é natural da amizade o abraço, o aperto de mão o sorriso”. Já em Omar Khaiami em suas “Rubaiatas” nos aconselha o degustar de um bom vinho, boas amizades e do colo aos abraços das amantes: “Se bebes vinho bebê-lo-ás em roda de amigos ou acariciando nos braços mulher...”. Sobre esse negocio de amizade entre homem e mulher. Percebo que no meu cotidiano há com normalidade, a amizade entre homens vejo nelas uma certa brodagem que se dá perante as futilidades da vida, como o futebol de domingo, a cerveja companheira do churrasco ou como as das causas nobres, parcerias, projetos, empreendimentos ou as ideologias. Entre as mulheres percebo perante as próprias conversas a respeito que há certa competição e até ciumeira, não me estenderei nesse ponto por antihulmildementefalando reconhecer a minha ignorância perante o todo e ter apenas uma visão superficial e não um melhor embasamento histórico/teórico a esse respeito. Mas usarei verso da canção do Veloso para vos aconselhar e vos desaconselhar perante as boas e as más-companhias no quesito referente às tuas amizades: “Cada um sabe da delicia de ser o que é”!
E por falar nisso eu como amigo da sabedoria, confesso que sou um degustador das velhas, novas e imediatas formas de amizades, seja as reais, existenciais e as virtuais também. Brindo a vida e aos amigos, sem porem ter obrigação alguma de vê-los ou de revê-los com frequência certa. Mas quando em os encontros, os ter e renovar por assim dizer os laços que se renovam e que faz ser o que se é a amizade em si. Vejo porem essa amizade tal qual uma árvore em que às vezes se é necessária algumas podagens, balança-la para que as folhas secas deem lugar a algumas novas folhas, outras vezes deixar caírem ao solo para o fertilizar ou simplesmente o jogar ao lixo os frutos estragados em si.
VEJO Q HA !NTERESSE S!M EM TODA FORMA DE AM!ZADE
SEJA OS BONS, O SORR!SO, A COMPANH!A,
OS PROJETOS/PROJETE!S
ASS!M COMO NOS MALES:
O S! PROMOVER, O STATUS, A V!TR!NE,
O DESF!LE OU A PROC!SSAO...
TANTO EM HOMENS, MULHERES, AN!MA!S
OU NA CASA DA PUTA Q PAR!U !!!
TENHO COMO BONS AM!GOS
OS VERDADE!ROS Q SABEM O MOMENTO
DE APARECEREM, SE AUSENTAREM,
METEREM O DEDO NA FER!DA,
EMPRESTAREM O OMBRO PRO CONSOLO
OU ATE ME MANDAREM TOMAR NU CENTRO DO CU...
QUANDO EU EXTRAPOLO EM ALGO MESMO
OU QUANDO ASS!M O FOR PREC!SO
PRO PROPR!O BEM DA RELAÇÃO...
NU + SAUVAS
Y BR!NDO A V!DA
MEUS AM!GOS
MEUS AMORES
Y M!NHA NAÇAO FDP
! ! !

E nessas digitais linhas mando meu abraço aos amigos de estrada e de produção e direi como Raulzito naquela canção do album “ABRE-TE SESAMO” : “A fé que me faltar eu vou buscar em você“s”. Deyvide Galindo, J. Marcelo Barbosa, Ednaldo“s”, Miguel Vieira, Antonio Rodrigues, Aline de Andrade, Edna Albuquerque, Luciana, Márcia“s”, Marina, Nadja, Dafne, Mica, Sheila Silva, Rildo de Deus, Zizo, Miró, Valmir Jordão Ete, Sandra Lucena, Palhoma, Ivan, Bruno, Patrícia Silva Henrique Brainer.  

“A amizade sincera é um santo remédio / É um abrigo seguro / É natural da amizade / O abraço, o aperto de mão, o sorriso / Por isso se for preciso / Conte comigo, amigo disponha / Lembre-se sempre que mesmo modesta / Minha casa será sempre sua  / Amigo / Os verdadeiros amigos / Do peito, de fé / Os melhores amigos / Não trazem dentro da boca / Palavras fingidas ou falsas histórias / Sabem entender o silêncio / E manter a presença mesmo quando ausentes / Por isso mesmo apesar de tão raros / Não há nada melhor do que um grande amigo”. (Renato Teixeira / Dominguinhos)
OBS: Célio limA. (ATIVISTA CULTURAL) É filosofo por natureza; anarquista por tesão  e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: A Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs: http://salveopoetasalve.blogspot.com.br/http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/http://poetasdemarte.blogspot.com/ http://tribunaescrita.blogspot.com/
-c.p.b.p.jr: (O POETA-MATUTO-MARG!NAL).


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

FILOSOFANDO Á TOA 20



SOBRE SANTO ANTÃO DO EGITO.·.
Por: Rildo de Deus e Melo Júnior.

“Os historiadores nos deram ficções encantadoras em forma de fatos; o romancista moderno nos apresenta fatos fastidiosos sob o disfarce de ficção. E os filósofos continuam ficciosos em nossa pus-modernidade. Mesmo os que ainda juram que andam em busca do mito da verdade”. (Oscar Wilde / Célio limA)

            A lenda de Santo Antão do Egito é conhecida em todo o mundo. A lenda se popularizou na Europa na época da Idade das Trevas com a produção Medieval de Arte, Filosofia, e Literatura. A figura de Santo Antão tem uma representação Mística, e um tanto Esotérica. O Egito é o berço do misticismo, de referências filosóficas; Pitágoras, Platão, Alexandre Magno... Tem uma relação particular com a região do rio Nilo, os três reis Magos protegeram Jesus Cristo quando ele era recém-nascido, e no Egito Jesus Cristo foi educado. Rapidamente mencionando as referências da tradição judaica e da História do Esoterismo; temos como exemplo os profetas do deserto, Ordem que João Baptista vem a ser um dos remanescentes pregando a unção pelos elementos. A lenda diz que Santo Antão buscou retiro, espiritual e filosófico, no deserto e assim deu-se o início o processo de Antão em evolução intelectual e espiritual, e a Ordem dos Padres do Deserto, os Anacoretas. Nesse ambiente de miragens, Santo Antão passa por tentações. Satanás lhe provoca visões tenebrosas e sexuais.  
A ideia do retiro espiritual e filosófico é conhecida em muitas Histórias... Jesus Cristo passou pela aprovação no deserto, o mago Merlin depois de organizar a Távola Redonda e o reinado de rei Arthur sai em retiro para viver isolado em uma floresta, Friedrich Nietzsche em “Assim falou Zaratustra” escreve o retiro que Zaratustra faz na montanha. Enfim, nas primeiras passagens do livro “A vida de Santo Antão” de Santo Atanásio são apresentadas questões sobre a sexualidade, passagem que o filósofo menciona e trabalha questões a respeito da santidade, da loucura e da sexualidade como um conceito de Filosofia Medieval.  
Trazendo esse conceito para o Folclore brasileiro, levando ao âmbito do sincretismo religioso, tentando reconhecer os elementos que se correspondem: Na Jurema existem entidades, que também são conhecidas como “Diabo”. Chamo atenção aos desdobramentos que correspondem e muito se assemelham com as transformações de Satanás nas tentações de Santo Antão. As entidades são: Pomba-Gira que simboliza a sexualidade, beleza feminina; e o Tição que corresponde ao masculino, um negro viril que atiçou a paz de Antão no deserto. Essas representações do feminino e masculino (Tição e Pomba-gira) no imaginário folclórico das lendas de sincretismo religioso vêm claramente do imaginário Medieval sincretizado com muito paganismo e heresia. Passagens das tentações Santo Antão, muito próximas ao Folclore do Brasil não é um acaso. A influência da tradição cristã é muito presente (e passado), a Educação Cristã no Brasil foi devastadora e ainda é vivida nas escolas. Fazer associações da lenda de Santo Antão com desdobramentos do cristianismo para religiões pagãs e hereges, apresenta uma aproximação há um ambiente que alcança o Arquétipo, o inconsciente. Ou seja, dentro das lendas da Igreja Católica Apostólica Romana, há figuras de imaginário sobrenatural como Anjos, Demônios, Dragões, e o Espírito Santo, eles aparecem em diversas lendas. Por enquanto não proponho uma problematização quanto a existências dessas entidades, nem a questão do livre-arbítrio em relação aos anjos, homens, e Deus. Apresento semelhanças com a intenção de combater preconceito, intolerância e chamo atenção para desdobramentos do imaginário Folclórico brasileiro.
Acrescento a esse material um texto que publiquei como folheto em formato de Cordel e o manifesto que fala por si. No cordel de minha autoria conto passagens da lenda de Santo Antão e um pouco da História de minha Cidade natal Vitória de Santo Antão:


Esse texto nasceu de uma preocupação, para um ideal cultural e arte-político. Proponho ao mundo, com essa poesia, um novo jeito para nos referirmos à cidade Vitória de Santo Antão. Pois o uso desse nome pouco tem haver com a coerência histórica, e não contribui para com a tradição poética da Cidade. E há tradição de Poesia em Santo Antão - PE? Deveria haver e já houve, mas, não é lembrado nem ¼ dos nomes e textos dos poetas que nessa cidade viveram, escreveram e se encantaram. Pouco se sabe sobre os encantados de Santo Antão da Mata; que poetizavam no passado e junto aos poetas de Palmares dividiam o cenário da poesia pernambucana da Mata Norte e Sul, na década de 1920. Esteja certo, antes de 20 e do século XX, houve poeta por esses lados de Pernambuco. Pois, onde há língua tem poesia, já que “língua” é um órgão sexual usado erroneamente pra falar; poesia dita é coito bucal, felação ou relação oral. Poesia também é história feita, folclore, magia.
Sou poeta, de Santo Antão da Mata ou Santo Antão do Egito. É assim que me refiro. Percebo que as autoridades de Vitória de Santo Antão, principalmente: políticos e padres. Pouco se preocuparam em manter e menos ajudaram a preservar nossa ancestralidade, ou identidade municipal. Lembram-se do Teatro Iracema? A casa de Osman Lins, você sabe onde está que fim levou, ou quem foi Osman Lins? Poeta Vamberto de Deus; O Poeta Dílson Lira, alguém sabe onde encontrar textos deles? Preciso dizer: - Nunca houve Vitória em batalhas de guerra, é blasfêmia dizer “Vitória” de Santo Antão! Santo Antão venceu demônios no deserto, e faz tempo. Já havia se encantado quando os portugueses usaram nossos ancestrais para servirem de escudo humano na luta contra os holandeses. Não preciso filosofar sobre intervenção divina em batalhas, isso está fora de moda. Mas, na reza antes da batalha das Tabocas, o Capitão se apegou com a Santa e um Santo, e só pra constar, em Guararapes a batalha foi maior. Contudo, o arsenal de Deus luta contra dragões e gárgulas. A santa se santo Antão não trariam munição e pólvora para uma tropa de guerra. Santo Antão viveu lutas mais assustadoras que os tiros, enfim, viveu lutas com o Gênio Maligno.
Os holandeses fariam, e fizeram, muito mais pela arquitetura e urbanismo de Recife - PE do que os portugueses deixaram, e além de tudo está ao esquecimento abrigando grilos, ratos e morcegos. Mas, falando em portugueses, foi um deles que nos trouxe Santo Antão. E então, caros amigos: - Viva a MUDANÇA. Pois o eterno deus Mu, dança. Rasguem esses livros pedantes e recontemos a História de Santo Antão da Mata.



Poeta
Vou lhe dizer
A história de amor
Que andei de viver
Zé Limeira canta'dor
Septilha é rara flor
Estudei Filosomia pra poder escrever

De sete em sete evoco o Hépto
Esse cordel tem general
Tem santo Antão no deserto
e as bestas fugiu do curral
Vieram tantos demônios
Carrancas, gárgulas, febrônios
Tanto enxofre que santo Antão passou mal

E meu amor veio correndo
Estrondo do raio mouco
Ladeira a baixo descendo
Pentágono na testa; é pouco?
O zodíaco dela é um boi
Vou te dizer como foi
que santo Antão ficou louca

Na cabeça dela uma Estrêla
Anote é Aldebarã
Nesse dia a Lua ficou amarela
E com ela a(s)cendeu Guriatã
Estrêla sem constelação
Sodomia, autofelação
Luz que alumia de manhã

Proteção contra bicho brabo
Testada, carimba a Estrêla, garrote
Porca preta
cascavel não da bote
Bruxo na Paraíba
Cancão, caraíba
Pelo Tejo passou esse mote

Santo Antão no deserto
Meditando para obra de Cristo
Eremita do fogo, como Heráclito e João Batista
Deus não devia fazer isto
Destampou a panela da criação
Soltou nele as feras, a tentação
Estampando a loucura do Egito

Ficou tudo surreal
Castigo de Deus?
Loucura da visão real
Do céu decaíram filhos Seus
Visão apocalíptica
Daquela lisérgica e bálsamo de arnica
O diabo no deserto outra vez apareceu

A peleja deu-se início
Os dois são páreo forte
Mais que quarenta dias
Atracou-se o diabo com Antão no norte
Feras não hesitam, atacam o ancião calado
São quinze bestas versus o velho cajado
Tome cacetada, mandinga trazida ao mote

Dos músculos do ventre
E os quadris em ação
Antão com imensa fé
Não sucumbiu à tentação
Taciturno, homem brejeiro
Mandou as quinze feras pro Chiqueiro
Feito Jesus na Galileia com fé e oração

Então, o diabo se fez fêmea
Uma linda Pomba Gira
Apareceu no deserto
Rosa Cigana de Lira
A molambo amarela
Que surge em cima de vela
Trazendo cheiro de mirra

Corpo de serpente
Ondulando, convite ao prazer
Antão trincou os dentes
Pois não sabia o que fazer
Se rezava ou se olhava
Se olhava ou se rezava
Miragem do deserto o cão insiste em trazer

Antão do Egito recitou a reza braba
Resistiu olhando além
O diabo ficou constrangido
Por usar saia também
Apelando ao feminino
Provocando o masculino
Mas Antão entende como ninguém

Que o diabo é anjo traquino
E gosta da confusão
Não é fême nem menino
Não tem sexo, é provisão
Deus só deu aos anjos, cu
Para serem vistos nu
E evitar comparação

Do tamanho ou do profundo
Do profano olhe o tamanho
Rosa Cigana, agora, ateia fogo no mundo
O eremita se sente estranho
Do céu desceu enxofre
Fogo negro vem do cofre
Os anjos nunca tomaram banho

Lança na mão de criança
Tão tolos que perdem infância
Não têm luz nem esperança
Pois caíram em voz de ânsia
Trocaram o Pai; pelo mais velho
E o ardor do céu vermelho
Antão rezou por eles com suave voz macia

O demônio inveja a morte
E tem ciúmes do bem
Esses anjos perderam a sorte
De ficar no céu também
Antão bateu o báculo, e luz acendeu tudo
O cajado brilhou escudo
Os anjos Bestas viraram porcos, amém.

A molambo ria do santo
Cansado escorado ao báculo
Forte e mágico cajado
Nas mãos de um velho maiúsculo
O diabo muda o sexo
Transformando-se num negro anorexo
Com o corpo cheio de furúnculo

Antão é bem mais forte
Contra esse diabo burro
Que enlouquecera o trote
Trancando Antão no escuro sepulcro
O mago concentrado no divino
Foi atacado por feras, a glória de seu hino
Houve um terremoto, o diabo deu um urro
Deus falou sussurro
Dizendo com voz imponente
Antão no santo absurdo
Ria do caso contente
Deus diz: ESTOU SABENDO
O QUE O SATANÁS ESTÁ FAZENDO
CONTRA ESSE HOMEM DOENTE

ANTÃO, VOCÊ É SÁBIDO
AGORA, É MESTRE NO DESERTO
ESSES IMUNDOS AQUI VIERAM
MAS VOCÊ ESCOLHEU CERTO
VENCEU A TENTAÇÃO
É MAIS ESPERTO QUE O TIÇÃO
POIS REZOU COM OS ÓI ABERTO

As feras na sala do medo
Foram embora quando viram Deus
E Antão ficou mais belo
Por causa dos feitos seus
Sete-estrêlo no chapéu
E ganhou um belo anel
Quem levou foi Morpheus

Pra terminar esse cordel
Falo sobre meu amor
Um dos que do céu desceu
E em suíno se transformô
Antão anda com ela
Pois é uma porca bela
Que ele se afeiçoo

E deu-lhe nome; Vitória
O prêmio de seus feitos
Mas, Antão merece Glória
Moreno, Pombos, Bezerros
Vitória é o nome da porca
Que Antão viu quase morta
E cuidou dos ferimentos
Os demônios em porcilga
Viram Deus, fugiram
Pisotearam a pequena porca
Quando ao Tapacurá desceram
Ficaram pela margem
Comendo sua lavagem
Portugueses apareceram.

(Lá) A vagem se fez cidade
E concordo com razão
Que em sua mocidade
Santo Antão venceu o Cão
Agora é homenageado
Com jubilo foi laureado
A cidade de Santo Antão

Que aos poetas foi nomeada
Santo Antão do Egito
Ou Santo Antão da Mata
É melhor e mais bonito
Vitória de Santo Antão
É correto não
Equívoco dizer isto

Vitória é o nome da porca
Por quem tenho muito amor
Pois então tome essa nota
E diga a seu professor:
Que nomear assim tal cidade
É verdadeira maldade
Pros poeta do povo condor



RILDO DE DEUS é: Poeta/Fantástico, Músico/Inmarginau & Filósofo/Filosomista.


“Tudo o que o artista fala é engraçado O artista é um santo disfarçado Daquilo que o santo não gosta de ser E tudo o que artista faz é engraçado O artista é um bichinho danado  Que o santo não gosta mais quer ser Santo é forte carrega nas costas O artista carrega onde der pra carregar Santo é forte garante na morte O artista de sorte garante a do santo Santo é forte não precisa de reza O artista que não reza não vai lá E não me apurrinha que o santo é capeta O artista é porreta, eu quero virar E se o artista rebola é engraçado Santo não rebola que o santo é danado Santo é diferente, santo é displicente Santo é do pau oco, santo é do rosário O espírito é santo, santo é necessário E que a santa trindade tem de eleitorado E se o artista rebola E tudo que o artista fala é engraçado Santo leva sério e convence o diabo Deus está presente na ausência do santo Deus foi o primeiro a ser canonizado E se o artista repete deus castiga E se pede perdão tá perdoado E tudo que o artista fala é engraçado E o santo coitado faz pela metade Que o santo é de todos o mais responsável Pelo bom controle da natalidade
 E o milagre do filho abandonado É o mistério da santa castidade” (Oswaldo Montenegro)