Viajantes Interplanetários

Mostrando postagens com marcador poesia marginal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesia marginal. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

quarta-feira, 26 de junho de 2019

MEXENDO NA SUA RADIOLA

Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba


Desde de 2006 que o gênio da MPB marginal brasil tupiniquim tropical não lança um disco. Mas, por esses dias ele lançou uma trave no olho dos conservadores, mexendo na gangrena que condenou uma perna do Brasil e desde então caminhamos mancos pela cultura. Jorge Mautner espalha o terror entre os conservadores nacionais com seu mais novo álbum Não há abismo em que o Brasil caiba

Nele o poeta do caos lança/detona uma poética que fala de Marielle Franco, do Analfabetismo e do condenado momento cultural que a republiqueta das bananas passa. Como a ditadura ainda está mole a gente pode encontrar o disco em todos os espelhos da internet, e o recado começa logo com a música desse clip show aí em baixo. 

clip danado de bom



 Toda tempestade no fim termina em sol, faz muito tempo que o artistas brasileiros andavam quietinhos, contudo agora a coisa começou a esquentar. O conterrâneo China também deu o seu recado em seu disco novo, mas esse é assunto para outra postagem mis amores.


DISCO arretado da mulesta




quinta-feira, 11 de junho de 2015

Entrevista legal sobre a poesia marginal de Recife

Com apresentação de Stella Maris Saldanha, o Opinião Pernambuco de 20 de março de 2015 falou sobre os Poetas Marginais do Recife com os seguintes convidados:

-  Pedro Américo;

-  André Telles do Rosário;

-  Miró da Muribeca.



sábado, 7 de julho de 2012

Hoje & Sempre #MilkShake Literário


POBRÁS
(Poesia Brasileira, Pobreza Brasileira)
orgulhosamente apresenta
um produto
que vai pro lixo:
os poetas

Nicolas Behr


Aloha! :D
Faz algum tempo que o MilkShake saiu do cardápio aos sábados... mas um bom filho sempre a casa torna, então vamos degustar! E como entrada, nada como recorrer a um bom e velho prato típico da casa: A Poesia Marginal.
Li recentemente 26 Poetas Hoje, antologia organizada por Heloisa Buarque de Holanda. Foram escolhidos poemas de 26 poetas marginais onde o hoje é datado em 1976. Alguns poetas já tiveram presença carimbada aqui em nossa terra marciana, como Chacal e Torquato Neto. Outros foram pura novidade para mim e foi um prazer imenso descobrir estes poetas e seus poemas “subversivos”.


E em puro clima de ousadia, afirmo que Heloisa foi mais além do que publicar o que as grandes editoras e os críticos estavam a rejeitar. Embora os poetas não estivessem enormemente preocupados com o nariz arrebitado das editoras, desde que entre o público houvesse boa aceitação. Então o que se via eram poemas mimeografados e distribuídos em forma de livretos, gratuitamente.
O livro fez história justamente por ir contra o sistema vigente (pleno período de ditadura militar, AI5) e divulgar os poemas que inspiravam rebelião e inconformismo. De acordo com Calegari, os poetas marginais procuraram se afastar dos consagrados textos poéticos e
procuravam falar da vida imediata, numa linguagem informal, em que o humor e a gíria encontravam espaço. Discorriam sobre amor, sexo, drogas, política, vida familiar. Suas fontes eram as mais variadas: do modernismo à vanguarda concretista, passando pela tropicália. (2010, p.3).

Heloisa cercada por esses poetas tinha munição de sobra para organizar esta antologia e foi o que fez, com a ajuda de Cacaso e Chico Alvim. Separei alguns poemas que gostei para postar aqui, escolhi os menores por causa do espaço. Confiram:


AQUELA TARDE
Disseram-me que ele morrera na véspera.
Fora preso, torturado. Morreu no Hospital do Exército.
O enterro seria naquela tarde.
(Um padre escolheu um lugar de tribuno.
Parecia que ia falar. Não falou.
A mãe e a irmã choravam.)
Francisco Alvim
SHEN HSIU
Havia um monje
Que lustrava a careca
Para que sua cabeça
Fosse como se um espelho:
Refletisse tudo
E não guardasse nada.
Carlos Saldanha

A VERDADEIRA VERSÃO
O medo maior que tenho é de faltar
minha imagem
em teus projetos futuros.
Por isso só te conjugo no pretérito passado.
Antonio Carlos de Brito

Cansados da longa e absurda história
Resolvemos num ímpeto despedirmo-nos
/Calma coração
A poesia reclama paciência/ 
João Carlos Pádua

MEU AMOR DE SOSLAIO
Faz tanto calor no Rio de janeiro
que é bom sentir essa neve
partir de seu olhar 
Luiz Olavo Fontes

&
O fio do sonho é apenas um cabelo.
Mas se ele pinta na cabeça
é bom deixá-lo crescer.
Eudoro Augusto

Quem diante do amor
ousa falar do Inferno?

Quem diante do Inferno
ousa falar do Amor?

Ninguém me ama
ninguém me quer
ninguém me chama de Baudelaire
Isabel Câmara

uma
palavra
escrita é uma
palavra não dita é uma
palavra maldita é uma palavra
gravada como gravata que é uma palavra
gaiata como goiaba que é uma palavra gostosa
Chacal

nunca viajei de avião
mas muitas vezes estive no ar
um desinteresse marcante
uma marcação latente
uma dor de dente
uma paixão fulminante
Charles






Tenho certeza que alguns desses poetas foram/são inspiração para muitos ainda hoje. Por isso mesmo o título nunca deixará de ser atual.
E Em tempos de Castanha Mecânica, Heloisa disponibilizou em seu site a Antologia! Divirtam-se aqui.

Mahalo:*
@Lycintra


CALEGARI, Lizandro Carlos. Notas sobre a poesia marginal brasileira. Revista Litteris, Rio de Janeiro, n.4, mar. 2010. Disponível em:  <http://revistaliter.dominiotemporario.com/doc/notassobreapoesia.pdf> Acesso em: 5 jul. 2012.

Imagem: Site - Heloisa Buarque Holanda -