Viajantes Interplanetários

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sábado, 13 de outubro de 2012

MILKSHAKE LITERÁRIO

OLINDA TE ESPERA EM NOVEMBRO


Nelson Rodrigues


Aloha :D

Desde agosto, ou muito antes, ando ansiosa pela chegada da oitava edição da Feira Internacional Literária de Pernambuco, ou simplesmente, FLIPORTO. A feira será realizada aqui em Olinda pelo terceiro ano consecutivo entre 15 e 18 de novembro, centralizando suas atividades na Praça do Carmo.
O tema deste ano “A Vida é um Espetáculo” homenageia Nelson Rodrigues, centenário escritor, dramaturgo e jornalista pernambucano que foi personagem de algumas postagens especiais aqui no MilkShake.


Fliporto 2012 - A Vida é Um Espetáculo

De praxe teremos o Congresso Literário que sempre conta com a participação de grandes nomes nacionais e internacionais das letras e das artes, a Fliporto Criança é voltada para o incentivo e a propagação da leitura entre os pimpolhos e no Cinefliporto você encontra curtas e documentários relativos a temática adotada pelo evento. Já a Ecofliporto promove oficinas, distribuição e plantio de mudas com árvores nativas. E ainda contamos com a Fliporto Gastronomia, Feira do Livro, Blog Literário, Oficinas, TOC140 e o Porto da Poesia. Este ano a Fliporto produziu também a segunda edição da revista ArtFliporto que continuará sendo quadrimestral e teve seu lançamento no dia 24/08, na Torre Malakoff às 19h. Ela também será vendida nas bancas e várias livrarias das capitais brasileiras além da versão On-line.

Revista ArtFliporto


E você pensa que para por aí? Enganou-se! A cada ano o evento se inova e volta com adoráveis novidades. A E-Porto Party produzirá debates e palestras sobre os conceitos da economia criativa aplicada a literatura. E a maior novidade deste ano para mim é a criação da Clilo (Casa do Livro Infantil e da Leitura em Olinda), que será inaugurada dia 17 de outubro e ficará aberta durante todo ano no largo do Amparo. Isso mostra que a Fliporto procura realizar atividades duradouras e de ações continuas. Mal posso esperar para fazer uma visita ao lugar que abrigará uma biblioteca infantil e um memorial sobre o evento.
Só para vocês terem uma idéia da grandiosidade dos números na cidade:

Na última edição, realizada em2011, a Fliporto recebeu cerca de 80 mil pessoas durante os cinco dias de evento. A movimentação financeira em Olinda foi de R$ 10 milhões, beneficiando os setores hoteleiro, gastronômico e, principalmente, editorial. A Feira do Livro, por exemplo, envolveu 15 editoras e registrou comercialização superior a 15 mil títulos. Em uma área de 20 mil metros quadrados, recebeu 46 autores e convidados, realizou 20 painéis e exibiu 27 filmes.*

Também gostaria de comunicar que Fred Caju ficou em primeiro lugar no TOC140 – Poesia no Twitter Fliporto. Claro que o MilkShake fará a cobertura na premiação :D

Desde já todos estão convidados, nós vemos lá!

Mahalo :*
@LyCintra






quinta-feira, 23 de agosto de 2012

MilkShake Literário #6 Sessão Extra


“- Não admito censura nem de Jesus Cristo.


Os textos sobre Nelson hoje pipocaram aos quatro ventos na mídia! Afinal, não é todo dia que um centenário é comemorado, mesmo que in memoriam.  O autor se foi, mas o legado ficou! Deixou-nos suas obras, que se tornaram clássicos, e como tais, sobrepõem-se ao tempo que mal se deixa sentir. Polêmico e atual são adjetivos que perfeitamente se encaixam com o autor. Falou e escreveu o que teve vontade sem se importar como a crítica ou público poderia reagir, com palavras que ainda podem retratar o Brasil do século XXI.
Como o site do Autor destaca,
"Apesar de o seu reconhecimento ser principalmente na área teatral, o grande volume da obra de Nelson Rodrigues está na literatura de prosa - nas crônicas, contos e folhetins que ele escreveu diariamente por cerca de 40 anos para os jornais "A Última Hora" e "O Globo"."*

Confiram a lista:

               Romances
  • Meu destino é pecar - 1944
  • Escravas do amor - 1944
  • Minha vida - 1944
  • Núpcias de fogo - 1948
  • A mulher que amou demais - 1949
  • O homem proibido - 1959
  • A mentira - 1953
  • Asfalto selvagem - 1959
  • O Casamento – 1966
  • Engraçadinha v. 1 e 2 – 1980


Contos e crônicas
  • A vida como ela é... (1961)
  • O Óbvio Ululante. 1968. 
  • A Cabra Vadia. 1970.
  • A Sombra das Chuteiras Imortais. 1993. 
  • A Coroa de Orquídeas e outros contos de A vida como ela é.... 1993.
  • A Pátria em Chuteiras. 1994.
  • O Remador de Ben-Hur. 1996



               Memórias

       ·         Memórias. Rio de Janeiro, Edições Correio da Manhã, 1967. 
       ·         O Reacionário. 1977. 
       ·         Crônicas do autor sobre política e sociedade brasileira, publicadas nos maiores jornais    do Rio de Janeiro. 1977.
       ·         A Menina sem Estrela. 1993. 





"A partir do momento em que uma imagem aparece e desaparece, ela perde para a linguagem escrita que perdura. Esse é um aspecto fundamental do problema, que deveria colaborar para tornar os dois gêneros coexistentes. Fazendo um jogo de palavras, diria que a leitura é sobretudo a releitura. Reli muitas vezes “Crime e Castigo”, “Os irmãos Karamazov”, “Ana Karerina”, Machado de Assis, porque apenas a leitura não basta. É preciso a reeleitura, para que haja uma relação mais profunda entre o leitor e o que ele lê. Com a televisão, com a imagem, isso não é possível. A leitura é mais inteligente, porque estabelece não só uma relação mais profunda, como também uma intimidade maior entre o leitor e o livro. O texto literário continuará existindo daqui a 1200 anos. Ele não morre, porque se ele morrer o mundo começará a morrer junto."
[11 out. 2011]
Prontos para as leituras de Nelson?

Mahalo :*
@LyCintra

Fontes Consultadas:








quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MilkShake Literário #5 Sessão Extra


“SEM FUTEBOL NÃO DÁ”*


Aí é que está: – sem futebol esse povo fica neurótico. O carioca nem precisa ir ao campo e pode passar sem rádio. Mas precisa saber que há um jogo à mão e que o Maracanã está aberto. Amigos, outro aspecto considerável de nossa vida futebolística: o estádio vazio deprime a cidade. É preciso, para a nossa alegria, que ele esteja cheio e vibrando. Gostamos quando o Maracanã transborda e há gente pendurada até no lustre.
[29 dez. 2011]

Como citei ontem, Nelson Rodrigues era um apaixonado pelo futebol brasileiro. E um torcedor fervoroso do Fluminense:

"Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar."



Dizem que era o melhor da família com a bola nos pés e provou ser também com a máquina de escrever a mão, pois o assunto ocupou lugar de destaque na vida do escritor e foi tema de várias obras ao longo de sua carreira: peças, a exemplo “A Falecida” que narra à história de um torcedor do Fluminense, assim como crônicas e colunas esportivas, sendo a de maior destaque as escritas para a Revista Manchete Esportiva. Na década de 60 participou da primeira mesa-redonda sobre futebol na televisão brasileira, a Grande Resenha Esportiva Facit, na Tv Globo.

Confiram mais um pouco sobre a trajetória de Nelson no futebol em suas próprias palavras:



FLA-FLU*

 “Amigos, estarei descobrindo a pólvora se disser que o Fla-Flu é o maior jogo do Brasil (e, se me permitirem, o maior jogo do mundo). Antes, era um simples Fluminense e Flamengo. Mário Filho não tinha ainda descoberto a abreviatura que ficaria para sempre: – Fla-Flu.
E o Fla-Flu caiu na boca do povo. O clássico passou a fascinar as multidões. Quando os dois medem forças é uma festa carioca. Os carros em disparada, as bandeiras ventam em procela. O impressionante no Fla-Flu é que sempre é grande jogo. Noventa minutos de tensão dionisíaca. O torcedor vai para casa emocionalmente exausto.
[10 out. 2011]
Coluna “Nelson Rodrigues Dá Bom Dia”, Jornal dos Sports, 31 de julho de 1975.
Fontes Consultadas:
*Textos Publicados no SiteOficial – Nelson Rodrigues - As datas são as das postagens no Site.

Mahalo :*
@LyCintra


terça-feira, 21 de agosto de 2012

MilkShake Literário #4 Sessão Extra


“TODA COERÊNCIA É, NO MÍNIMO, SUSPEITA.”


Aloha Marcianos!

Dando continuidade a nossa semana Nelson Rodrigues no Poetas de Marte, revelo que Nelson permaneceu pouco tempo em terras pernambucanas. Mudou-se do Recife ainda criança para o Rio de Janeiro com sua família, e foi na Cidade Maravilhosa que iniciou sua carreira jornalística. Com apenas 13 anos de idade, começou a escrever na sessão policial do jornal de seu Pai, Mario Rodrigues, intitulado A Manhã. Além da carreira jornalística, outra paixão marcou a infância de Nelson: O Futebol. Mas, isso é assunto para outro post :)
E outra cosita, podem não acreditar, mas o futuro dramaturgo era um garoto tímido e leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. 
Confiram agora alguns dos textos selecionados para hoje.
Mahalo :*
@LyCintra





Nelson Rodrigues Adolescente



Eu lia absolutamente tudo. Lia Zolá, mas comecei a ler num tempo em que eu não conhecia certos óbvios da natureza. Tinha uma cena no Alegria de Viver de Zolá, por exemplo, onde ele contava que, de repente, um dia começou a ter um fio de sangue na urina da mocinha e eu fiquei numa perplexidade amarga: mas por que este sangue ali, naquela hora? Eu não tinha a menor noção deste fato mensal na vida feminina. Eu era tão inocente que eu lia Zolá e não sabia o que era nádega.
[22 de Nov. 2011]



Parece incrível dizer que aos 13 anos fui repórter de polícia. O sujeito pode dizer: “Esse cara aí está fazendo o interessante”. Mas realmente, aos 13 anos – tinha botado calças compridas para isso – fui trabalhar no jornal de meu pai, “A Manhã”, como repórter de polícia. Hoje é dificílimo descobrir o repórter de polícia na paisagem da redação, porque ele acabou. Hoje são os outros, inclusive as estagiárias, e até redatoras, que fazem a reportagem policial, sobretudo o grande crime. Ah, o grande crime não é mais matéria policial. Qualquer um pode fazer.
Antigamente tinha uns gênios. Por exemplo, havia o “Rui Barbosa do telefone”, um nossa amizade que na redação telefonava para qualquer lugar, para qualquer delegacia, e sabia de tudo. Então, quando cheguei, me apontaram: “Aquele é o Rui Barbosa do telefone”.
[5 de outubro de 2011]


Eu sou um robótico, um pierrô do Méier.
Sou um homem que chora. Meu sentimentalismo é meu ponto forte.
[13 de out. de 2011]



Fontes:
* Textos publicados no Site Oficial - Nelson Rodrigues.
   Obs: As datas são das postagens no site.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MilkShake Literário - #03 Sessão Extra

O ANJO PORNOGRÁFICO 





Olá Marcianos!


Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente, Nelson Rodrigues, próximo 23 de agosto, se estivesse vivo, completaria 100 anos. Então resolvi fazer uma semana inteirinha aqui no Poetas de Marte em homenagem ao nosso polêmico escritor pernambucano que revolucionou o teatro moderno brasileiro.
Postarei alguns textos e algumas curiosidades sobre Nelson durante toda semana, espero que apreciem.

Mahalo :*

@LyCintra




O PÚBLICO*

O público é sempre um estranho, um desconhecido. E eu quando faço as minhas peças, a verdade é que não penso neles, mas cogito de possíveis reações e preservo uma única qualidade: o de ser irredutível, o de não fazer concessões. A peça é o que deve ser segundo a sua natureza, a sua personalidade. Não quis agradar a ninguém, e se alcançar este resultado – desculpe meu tom e arrogância apenas aparente – foi sem querer. Portanto, se eu não penso no público, e não quero adulá-lo – ele pode reagir como lhe parecer melhor – repartirei seu julgamento. Desejo o sucesso, mas não sacrifico por ele uma vírgula do meu original ou a concepção de uma única cena. Isto nem implica num ato heroico, mas exprime somente um dever de elementar dignidade autoral.

Nelson Rodrigues


*Texto Publicado em 29 de Nov. 2011. In: http://www.nelsonrodrigues.com.br/site/