Viajantes Interplanetários

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domingo, 4 de dezembro de 2016

SEMANA DO LIVRO DE PERNAMBUCO

MILKSHAKE LITERÁRIO 


Aloha Marcianos!

Vocês já devem ter percebido que eu sou rata de evento literário. Estar em contato com autores e palestras, livros e gente que gosta de livros é o meu próprio carnaval, frequento todos os dias com aquele fôlego de sábado de Zé Pereira. Essas feiras são deliciosas iniciativas que deveriam ser promovidas e instigadas sempre.

Desta vez foi a comemoração da Semana do Livro de Pernambuco, com o tema Narrativas Possíveis do Presente, realizada no Museu do Estado. Além da programação com foco nos debates, no auditório Cícero Dias, sobre a nossa literatura nacional contemporânea, temos o espaço para as crianças que foi denominado Bienalzinha. A área de alimentação, o palco principal onde ocorrem as apresentações musicais e alguns recitais e ainda conta com stands de livros e a feirinha de artesanato.

Bienalzinha - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Bienalzinha e Stands- Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Roda de Leitura - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.
Espaço Livro Aberto - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Praça de Alimentação - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Feirinha de Artesanato - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Teve início dia 30/11 e finaliza dia 04/12. Conferi os dias 01 e 02, as palestras de Elvira Vigna e Raimundo Carrero, respectivamente. Desde já, foi um privilégio ter a oportunidade de ver e ouvir esses dois autores nacionais que já estão na condição de Clássicos na minha estante. 
Raimundo Carrero e a Gestação de Pérolas Porcas - Semana do Livro de Pernambuco.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

Confesso que apesar da maravilha que foi ver Raimundo Carrero recitando trechos de sua obra ainda inédita, Pérolas Porcas, e de finalmente conseguir o autógrafo em Sombra Severa, saí de coração pesado.

Mesmo com tanta coisa boa para conferir, algo no formato do evento me incomoda. Vai ver eu já estou virando a Tia da Biblioteca que só sabe resmungar, mas o livro ainda me parece O artigo de luxo. E as feiras ficam com cara de vitrine e não de inclusão social. Falta calor humano de leitor! Falta ver gente ocupando cada espacinho, falta parcerias com as Bibliotecas Públicas e Comunitárias, falta ver livros na Semana do Livro...
Não me entendam mal, não é que eu não tenha gostado, eu só queria poder conseguir enxergar mais possibilidades narrativas nesse presente.

Enfim, o evento é gratuito em todas as instâncias e está tudo muito bem organizado estruturalmente ao que foi proposto. Hoje (04/12) ainda tem um dia inteiro de muita programação. Minhas dicas ficam para a a Oficina Cartonera com Wellington Melo (9h) e a apresentação de Miró no palco Espaço Livro Aberto (18h30). Programação Completa aqui.

 Quem é da terrinha, está convidado a conferir e depois vir me contar quais as suas impressões! Quem não é, poderia vir me dizer quais as experiências com o eventos literários na cidade de vocês.


 Mahalo :*









P.S: Ainda em tempo, esse ano não teremos Fliporto!

sábado, 20 de dezembro de 2014

MILKSHAKE LITERÁRIO

FLIPORTO 2014 (10 anos)


Saudade imensa desse ar poético que colore meus pulmões de vermelho!  
Espero que estejam todos bem.
Como de praxe, sou participante ativa da Festa Literária Internacional de Pernambuco (FLIPORTO), que nos apresentou sua 10º edição este ano, com muitas mudanças por parte da organização do evento.
Saíram da costumeira Praça do Carmo e foram realocados nas dependências do Colégio São Bento, próximo ao antigo local.  E a Feira Internacional do Livro de Pernambuco ficou onde antes tínhamos o Congresso Literário.
 Sob o tema Literatura é Coisa de Cinema, tivemos dois autores homenageados: Ariano Suassuna (In Memoriam) e Raimundo Carrero.

Ariano Suassuna e Raimundo Carrero, respectivamente. Fonte: Fliporto, 2014.

Desde 2013 a participação no Congresso Literário é gratuita. Um ponto extremamente positivo para a Feira que tenta mostrar-se cada vez mais democrática. As atrações estiveram disponíveis nos seguintes painéis: Congresso Literário, Cine Fliporto, Fliporto Galera e Fliporto Galerinha.
O evento sofreu um abalo na arrecadação dos patrocínios, dos 5 milhões do ano anterior, precisou acontecer com 1,5 milhões. Isso acarretou na extinção de alguns painéis que já eram tidos como correntes, a exemplo o TOC 140 – Poesia no Twitter (no qual os nossos queridos Fred Caju e Everson Daniel já foram contemplados), a Ecofliporto, E-porto Party, Fliporto Cordel, Porto da Poesia, entre outros...  Achei uma pena, exatamente por se estar comemorando 10 anos do evento. A presença de editoras que apoiem o evento ainda continua em baixa, em contrapartida os preços dos livros sempre muito em alta. 
Apesar dos pesares, foi um prazer participar! A Fliporto sempre me traz oportunidades excelentes de entrar em contato com autores queridos, palestras empolgantes, novas informações, novos livros e encontros com os amigos. 

E uma das grandes novidades para mim foi poder descobrir um pouco mais sobre o Movimento Armorial (que tem como meta elaborar uma arte de natureza erudita entretecida por ingredientes típicos da cultura popular), e sobre as obras de Ariano e Raimundo.
Na semana seguinte já fui correndo na biblioteca garimpar leituras desses dois autores e agora vou contar um pouco da minha experiência com eles.
No que compete a Ariano, creio que qualquer pessoa, ao menos uma vez na vida, ouviu falar sobre o Auto da Compadecida. Mesmo assim, esse não foi o meu escolhido, queria um romance, onde o gênero preferido do autor é o teatro. 
Uma das características do movimento armorial é essa mistura da cultura nordestina com a literatura universal, assim Fernando e Isaura foi baseado em Tristão e Isolda. Fiquei com o coração na mão, histórias tristes não são as minhas prediletas no repertório, mas resolvi arriscar e não me arrependi. Ariano me convenceu logo no prefácio, apesar do final óbvio para quem conhece a história do amor impossível de Tristão por Isolda. Li numa sentada só e fiquei uns dois dias com DPL... (Depressão Pós-Livro). Prometi voltar lá na estante e dessa vez me aventurar em A Pedra do Reino. Promessas de 2015, vamos ver...

Fernando e Isaura, originalmente publicado em 1956. Fonte: Ialy Cintra, 2014.

Quanto a Raimundo, eu já tinha ouvido algumas coisas, pois tenho uma amiga super fã (Arabelly), que já tinha me tentado com A História de Bernarda Soledade - A Tigre do Sertão.
A Tigre do Sertão, originalmente publicado em 1975. Fonte: Ialy Cintra, 2014.

E foi justamente por esse que comecei, apesar de ficar na dúvida entre este e Sombra Severa. Acabei com os dois na bolsa. Na biblioteca sou assim, fiquei na dúvida, levo os dois :D
A história de Bernarda Soledade é um aperreio só! Acontece tanta coisa triste nesse livro, que no final achei que não me recuperaria mais nunca (risos). Contudo, o enredo de Raimundo Carrero é envolvente por demais. Acabei não largando o livro madrugada adentro e só sosseguei quando ele acabou. Não dei espaço para a DPL e logo me agarrei com Sombra Severa.
Sombra Severa, originalmente publicado em 1986. Fonte: Skoob, 2014.

O ritmo de leitura só fez aumentar! O tom não é diferente da valente tigre do sertão, o próprio nome já deixa claro, palavras sombriamentes severas, mas não menos apaixonantes. AQUI está meu breve histórico de leitura.
O realismo cru (será que foi herdado de Graciliano Ramos, de quem o autor é declaro fã?) do sertão idealizado de Carrero me tocaram profundamente. Sua linguagem limpa, fluída e instigante me cativaram. Por isso mesmo, Maçã Agreste já está em mãos e será minha próxima leitura.
Maçã Agreste, originalmente publicado em 1989. Fonte: Skoob, 2014.

A verdade é essa: estou perdidamente apaixonada pelas tragédias de Raimundo! Sim, você realmente leu isso. Quem diria? 2014 foi o meu ano de descobertas literárias.
E quanto a vocês queridos leitores? Como foram as leituras e quais as suas novas percepções literárias de 2014?
Ahhh, só para não esquecer. A Fliporto 2015 já está confirmada (e a minha presença também)! O tema: “Minha pátria é a língua portuguesa.” e o homenageado, o dono da frase, Fernando Pessoa.

Lembranças felizes de três lindos dias, na companhia de Italo Cintra em dois deles.
Mahalo :*

segunda-feira, 30 de abril de 2012