Vinicius dissera que os poemas de João só falavam de pedras e cabras. João dissera que Vinicius era o maior poeta que o Brasil não teve. Nessa dialética a síntese é amizade; entretanto, os dois diplomatas vinham-se como opostos na poesia. Enquanto um fazia questão de musicar seus versos, o outro odiava a música. Passional. Racional. Vinicius. João.
Nessa quinta o Confrontos e Confluências traz ao palco o poetinha e o engenheiro com os poemas Retrato à sua maneira e Resposta a Vinicius de Morais. Não de forma belicosa, mas de forma amistosa, afinal, conforme supracitado, se há uma síntese nos dois é a amizade mútua. Um luxo aqui no único blog interplanetário das Américas!
RETRATO À SUA MANEIRA
Magro entre pedras
Calcárias possível
Pergaminho para
A anotação gráfica
O grafito Grave
Narra poema o
Fêmur fraterno
Radiografável a
Olho nu árido
Como o deserto
E além Tu
Irmão totem aedo
Exato e provável
No friso do tempo
Adiante Ave
Camarada diamante!
(Vinicius de Moraes)
RESPOSTA A VINICIUS DE MORAES
Não sou diamante nato
nem consegui cristalizá-lo:
se ele te surge no que faço
será um diamante opaco
de quem por incapaz do vago
quer de toda forma evitá-lo,
senão com o melhor, o claro,
do diamente, com o impacto:
com a pedra, a aresta, com o aço
do diamante industrial, barato,
que incapaz de ser cristal raro
vale pelo que tem de cacto.
(João Cabral de Melo Neto)
Essa história corre a solta hehehe
ResponderExcluirAcho que aprenderei um pouco de poesia Pernambucana (brasieleira) com esse moço: Fred Caju.
ResponderExcluir*_____*
ResponderExcluirEu desconhecia essa rivalidade amistosa entre João e Vinícius, hahaha.
Adorei os poemas toma lá da cá :D
Parabéns Caju!
:*
Jovem Caju mui belo confronto, espero apreender sempre mais com vc dessa literatura brazuca
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