Por:
D.Everson
Bem eu não poderia começar a postar haicais nessa coluna de outra forma que não fosse com ele... Até por que esse sujeito, ilustríssimo, diga-se de passagem, foi quem me apresentou o fantástico mundo do terceto japonês, o que já rendeu um livro que será lançando em novembro. Singularíssimo poeta natural de Curitiba apesar do sobrenome polaco, foi um grande divulgador dos haicais e até traduziu Bashô para o português. Hoje mais de vinte anos depois de sua morte sua poesia ainda sobrevive, graças aqueles que não resistem a um belo poema.
Alguns dias atrás postei um desses haicas, presentes hoje nessa coluna, e ele acabou passando despercebido. Espero que as pessoas captem melhor a mensagem desse poema hoje. Bem sem mais delongas com vocês: PAULO LEMINSKI:
O sol nascente
me fecha os olhos
até eu virar japonês.
me fecha os olhos
até eu virar japonês.
***
um poema
que não se entende
é digno de nota
a dignidade suprema
de um navio
perdendo a rota
que não se entende
é digno de nota
a dignidade suprema
de um navio
perdendo a rota
****
Soprando este bambu
só tiro
o que lhe deu o vento
***
Por fim ouçam agora algumas palavras sabias:
Espero que todos tenham gostado, até domingo com mais história e mais Haicais.
Concordo plenamente com o Paulo. Quando afloram os sentimentos da vulnerável adolescência, dos dois um: ou se descarrega em forma de "conjunção carnal" (como diria Xico Sá), ou em forma de verso. Ou ambos, por que não?
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