Viajantes Interplanetários

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Receitas Musicais

Introdução teórica.

Nosso ouvido humano, em seu estado perfeito, é capaz de ouvir entre 16Hz e 20.000Hz (Hertz, cujo símbolo é “Hz”, é a unidade de freqüência para ciclos por segundo. Nesse caso nosso ouvido pode captar entre 16 e 20.000 vibrações de moléculas de AR por segundo). Dentro dessa escala de freqüências estão contidas as notas musicais que utilizamos no nosso sistema musical, baseada no sistema ocidental (europeu) de música que atravessou séculos da nossa história (não contando com as influências da música moderna que importa características musicais de várias culturas diferentes). Desde Guido d’Arezzo (992 – 1050), que se utilizou das primeiras silabas do hino a São João Batista para nomear as notas musicais, as notas recebem o nome de: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Sí. Com estás setes sílabas podemos ler e escrever qualquer música no sistema ocidental. Porém, elas não englobam todas as freqüências sonoras de uma só vez. Na verdade as sete sílabas são utilizadas para uma determinada faixa de freqüências, chamada de oitava. Essa faixa de freqüência repete-se à medida que vamos dos sons mais graves (freqüências mais lentas de som – 16Hz, por exemplo – típicos dos contrabaixos, por exemplo) até os mais agudos (freqüências mais rápidas – 20.000 Hz, por exemplo – como o som produzido por um violino) e vice-versa. A medida que passamos de uma oitava para outra, independentemente se do agudo para o grave ou se do grave para o agudo, repetimos essas sete sílabas, de forma que temos a seguinte situação:

16Hz... Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí – Dó... 20.000Hz.

Em nossas próximas aulas faremos um aprofundamento nisso. Basta-nos o conhecimento de que os sons musicais, chamados sons regulares (de altura, freqüência, definida), são representados dessa forma. Os sons irregulares, para que fique claro, são aqueles a que chamamos de ruído (turbina de avião, motor de um carro, entre outros). Interessa-nos também saber que quando cantamos uma escala, (escala é o nome dado a um tipo específico de agrupamento de notas musicais) estamos sempre indo do grave para o agudo ou fazendo o caminho inverso.


Conhecendo a partitura

Durante séculos a nossa música passou por diversas formas de escrita (parte histórica que não requer aprofundamento imediato), até que se chegou ao pentagrama, às claves, às figuras musicais, aos sinais de dinâmica e de articulação, entre vários outros que veremos ao longo das nossas aulas semanais. Vamos então conhecer cada um de acordo com a cronologia necessária para começarmos a entender uma partitura.

Pentagrama ou pauta – Conjunto de cinco linhas e quatro espaços fixos, aos quais podemos acrescentar linhas a mais para baixo ou para cima (essas linhas extras são chamadas de linhas suplementares). As linhas e espaços são como escadas que nos levam de baixo, partindo dos sons graves, para cima, indo para os sons agudos (já sabemos que não é regra subir ou descer, isso é livre, se não fosse assim não haveria música). O pentagrama não funciona sozinho, para sabermos onde grafar uma nota Dó, por exemplo, precisamos mostrar onde. Vejamos no nosso exemplo:

Observemos que uma seta foi colocada no meio do pentagrama. Tomemos essa seta como referência de que toda nota escrita nessa linha será Dó. Esse Dó será para nós como um som médio, nem grave nem agudo. Sabendo disso podemos ler que as bolinhas representam respectivamente as notas: Dó – Ré – Dó – Ré – Mi

Quando partimos da nota Dó para a nota Ré, tivemos um movimento ascendente, subimos do médio (que exerce a função de som mais grave) para o agudo. Quando em seguida fomos da nota Ré para a nota Dó, tivemos um movimento descendente, descemos do agudo para o som imediatamente mais grave.
Ao invés de usarmos uma seta, usamos três figuras chamadas claves. Trataremos desse assunto na próxima aula.

Hora do exercício

Para que se possa ler uma partitura se faz necessário o domínio das sete sílabas. Segue um exercício que deverá ser praticado até a nossa próxima aula. A quantidade de vezes é ilimitada, pode ser feito várias vezes desde que seja feito diariamente.
O exercício consiste em ler as sequências de sílabas abaixo, mas com a observância de que cada sílaba é uma nota individual e que não devemos, portanto, formar palavras com elas (a exemplo Sol – Fá = sofá | Sol – Lá = Sola). A prática desse simples exercício é fundamental para uma leitura sem sustos.

1º - Sequência direta.
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí –Dó – Sí – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó.
Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí – Dó – Ré – Dó – Sí – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré.
Mi – Fá – Sol – Lá – Sí – Dó – Ré – Mi – Ré – Dó – Sí – Lá – Sol – Fá – Mi.
Fá – Sol – Lá – Sí – Dó – Ré – Mi – Fá – Mi – Ré – Dó – Sí – Lá – Sol – Fá.
Sol – Lá – Sí – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó – Sí – Lá – Sol.
Lá – Sí – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó – Sí – Lá.
Sí – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó – Sí.

2º - Sequência com saltos (pulando a segunda nota, a esse salto chamamos de salto de terças).
Dó – Mi –Sol – Sí – Dó – Lá – Fá – Ré – Dó.
Ré – Fá – Lá – Dó – Ré – Sí – Sol – Mi – Ré.
Mi – Sol – Sí – Ré – Mi – Dó – Lá – Fá – Mi.
Fá – Lá – Dó – Mi – Fá – Ré – Sí – Sol – Fá.
Sol – Sí – Ré – Fá – Sol – Mi – Dó – Lá – Sol.
Lá – Dó – Mi – Sol – Lá – Fá – Ré – Sí – Lá.
Sí – Ré – Fá – Lá – Sí – Sol – Mi – Dó – Sí.

Espero que essa aula tenha sido saborosa! Não se esqueçam dos comentários, toda crítica é bem vinda. Fortes abraços fiquem com Deus e até a próxima aula.

Colunista: Kleves Gome

(Essa coluna foi desenvolvida originalmente para o blog PanelaMusical, que aceitou compartilhá-la com os Poetas de Marte).

4 comentários:

  1. Vou me esforçar viu Kleves, quem sabe não é agora que Jorge começa a me ensinar violão... :D
    Parabéns pela coluna, vida longa ao mais novo Marciano *-*

    :*

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  2. Kleeeeeeeevis, cadê vossa senhoria com os post/aulas?
    Estou aqui no aguardo, não suma!

    :*

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