Viajantes Interplanetários

domingo, 14 de novembro de 2010

HAICAIS DE DOMINGO: finalmente no domingo


Carlos? Drummond!

Por: D. Everson

Hoje sem muitos segredos vamos falar de um poeta porreta da literatura em língua portuguesa. Nascido na cidade de Itabira (MG) a qual cantou em alguns versos, nosso poeta graduou-se em farmácia, a exemplo do nosso saudoso Quintana que também trabalhara como prático. “em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores.”¹ figura singular adorava desenhar a si próprio:

“Os primeiros haicais de Drummond foram publicados no número 34 da revista Para Todos de 27 de junho de 1925. [...] intitulados Hai-kais urbanos, os poemetos compuseram a seção dedicada à crônica teatral da revista e dividiam a página com a foto do ‘enlance de Hilka Muller com Manuel Ignácio Gomes’.”² “Em 1985, o poeta publica vinte novos poemetos em Amar se aprende amando, [...] esse conjunto é completado por três outros haicas, intitulados ‘Textos Mínimos’. Em 1987 os últimos haicais de Drummond são coligidos na obra póstuma ‘Farewell’, na secção ‘A arte da exposição’ , que segundo consta, poderia constituir um livro autônomo, somente com haicais.”²

Bem sem mais delongas vamos ao que viemos: com vocês o Itabirano mais famoso do século: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

O censor olhou-se

no espelho e censurou-o:

que horror!


Não tenho dinheiro no banco,

Porém,

Meu jardim está cheio de rosas.


Cota zero

Stop!

A vida parou

Ou foi o automóvel?


Hipótese

E se deus é canhoto

e criou com a mão esquerda?

Isso explica, talvez, as coisas deste mundo.


Referencias

1: http://www.carlosdrummonddeandrade.com.br/vida.php

2: BOA companhia: haicais. São Paulo: Companhia das letras, 2009. 189 p.

3: http://veja.abril.com.br/230909/traco-poeta-p-136.shtml


Um comentário:

  1. Carlos Crummond de Andrade para Cora Coralina em 14 de julho de 1979:

    Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu verso é água corrente, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais. Ah, você me dá saudades de Minas, tão irmã do seu Goiás! Dá alegria a gente saber que existe bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina.

    Texto da 4ª capa de Poemas dos Becos de Goiás e Histórias Mai (global editoda, 9º editora)

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