Ninguém reclama minha ausência
apenas a dor que nunca se distância da cama:
local onde alguns debulham-se em lágrimas
e onde outros também se “amam”.
Do pó ao pó não sei nada de viver.
Ainda continuo em dívida com as estrelas:
nunca aprendi nada de brilho, por quê?
Sempre me faltou amor rente aos trilhos.
Isto de ser humano não está no gibi,
isto de ser humano é desumano.
Hoje não é dia para lamentações,
acontece que o ser humano não se contenta
em ser posto de lado como um cachorro, ou,
apenas aceitar a ração como um cachorro.
Talvez tudo seja um grande engano,
quem sabe não sou eu que andei mentindo:
enquanto monologava de mim para mim.
Quem de vocês me diria me dirá:
Que Maiakovski estava errado
Que Sá-Carneiro estava errado
Que Florbela não era tão flor assim?
O gado apenas come, caga e espera ser abatido
sem um pingo de dignidade SEM NENHUMA PIEDADE.
Não quero ser tachado de pós-não-sei-quê...
Não quero! Teus olhos? Não quero!
Quero apenas o que vem sem lucros:
trazido aos quatro ventos.
Não quero aqui chorar as angústias de outros,
apenas as minhas, e não deve ser egoísmo
não querer engolir meias verdades.
A vida mano, ela, não é assim tão viva!
Às vezes agente entra pelo cano...
(...)
Daniel Andrade
Essa segunda estrofe foi uma das coisas mais bonitas que já li de você.
ResponderExcluirVindo dum cabra que admiro muito como poeta e camarada só tenho a dizer obrigado.
ResponderExcluirÉ, Dani! Voltei com tudo, sim! ;D
ResponderExcluirAdorei teu poema!! MUITO lindo! Ah, concordo com Caju.
=*
=]
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