Por: Célio limA.
“tudo é tudo e nada é nada” (TIM MAIA)
Há filosofias? Sim. É disto que eu irei tratar, principalmente nesta primeira coluna que se irá acontecer mensalmente a cada segundo domingo de cada mês.
Falarei por intermédio destas linhas pensadas da filosofia brasileira. Isto existe? –Ainda se é cedo? Pra se citar uma filosofia tupiniquim! Porem. Vejo dois caminhos para o surgimento e processo este que resultou ou “resulta” numa possível formação dos nossos filósofos.
Um dos caminhos fora a chegada dos Jesuítas levando em seus sermões e carregando a tiracolo na sua catequização a filosofia da idade media (cristã) e também alguns aspectos éticos e culturais de um pensamento europeu, algo que de certa forma fora consolidado nas nossas escolas e universidades a posteriores pelos bons costumes da ditadura militar: Na nossa “época de chumbo” ou “anos incríveis”. Essa filosofia metodológica jesuítica ainda se é visível no Século XXI, nas nossas universidades ou “escolas de louros e letras”.
O outro caminho do qual eu irei demonstrar melhor zelo ao refirir-me a ele é o caminho do cotidiano presente na filosofia popular, ou seja. Posso dizer sobre o surgimento da filosofia popular no Brasil. Fora com a chegada dos filhos dos ricos senhores do país, que tendo adquirido seus conhecimentos no exterior, principalmente na Europa. Espalharam tais idéias novas e pensamentos filosóficos nas mesas de bares, bordéis, tavernas, nas esquinas, avenidas, ruas do país chamado por Brasil. É a formosa filosofia popular, saboreada e digerida por tantos até os nossos dias atuais misturada com nossas crendices, mitos, signos, nossa sabedoria ancestral e nossa própria alienação.
Vejo nessa filosofia popular a base para o desenrolar de um grande tecido filosófico. Nada contra a quem gosta ou prefere a filosofia presa dentro de um academicismo burocrático e estrangeiro. Tão bem dado e elaborado didaticamente e religiosamente nas nossas faculdades. Só que eu Célio limA como filosofo, não me posso dar ao luxo de ver a filosofia se tornar decadentemente aprisionada por uma elite ou por meia dúzia de recrutas da tecnofilo$ofia abençoados pelo sistema burocracional brasileiro.
Vejo na filosofia popular a chave do passar o conhecimento. A busca pela sabedoria, o pouco desta já encontrada, e o espírito do desbravamento para todos, para o povo, para as por assim dizer “elites”, mas também paras as massas.
Fico receoso e insatisfeito ao ver que em nossas graduações não se tem, ou se tem é verdade muito pouco trabalhada com os autores nacionais. Pensadores como: Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Tobias Barretos, Silvio Romero, Raimundo de Farias Brito, Leonel Franca, Dom Luciano José Cabral Duarte, Antonio Paim, Mario Ferreira dos Santos, Luiz Felipe Ponde, Arthur Orlando, Clóvis Beviláqua, Capistrano de Abreu, Graça Aranha, Martins Junior, Faelante da Câmara, Urbano Santos, Abelardo Lobo, Vitoriano Palhares, José Higino Duarte Pereira, Araripe Junior, Gumercindo Bessa, João Carneiro de Sousa Bandeira, Raul Santos Seixas, Olavo de Carvalho, Paulo Ghiraldelli Junior, Mário Sergio Cortella.
Muitos destes fizeram parte da “Geração de 1871”, conhecida também por: “Escola do Recife”.
O fim da escola do recife fora uma perda enorme para os pensadores brasileiros e o se pensar o país.
Porque o não reativamento da escola do recife? Por não quererem que “os” pensem por “sí”? Ou por isto não realizar os intere$$es sistematizados? –São perguntas que vos deixo aqui para o amplo debate filosófico.
A verdade é que moramos num país em que os nossos filhos não têm o direito de conhecer o pensamento vivo dos nossos filósofos em sala de aula. Muito menos o acesso aos trabalhos dos filósofos brasileiros que são estudados e apreciados na Europa, Estados Unidos ou na China.
Deixo o prosseguimento deste debate para a próxima coluna. Pois por horas acho que persisto filosofando atoa.
“o pensar de um homem brasileiro não é diferente do pensar de um Sócrates, de um Nietzsche, de um Freud, de um Darwin, etc. o que faz a diferença é como ele ordena seus pensamentos, o que pode oferecer em beneficio dos seus semelhantes” (RINALDO DE FRANÇA LIMA)
-Célio limA
FILOSOFANDO À TOA.
OBS: Célio limA. É filosofo por natureza; anarquista por tesão e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: a Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs:http://salveopoetasalve.blogspot.com ; http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/ ; http://poetasdemarte.blogspot.com/ .
Atualmente cursa: FILOSOFIA-UFPE.
É UM PRAZER RECEBER MAIS UM COLUNISTA
ResponderExcluirIsso é uma ótima discussão! Infelizmente não conhecemos a fundo as origens e os pensadores que tomaram parte da nossa formação cultural. Bom artigo, Célio!
ResponderExcluirótimo as facetas do poeta e do filósofo.
ResponderExcluiradorei! vc é o cara celinho..
ResponderExcluirsinto q assim podemos quebrar o gesso q nos fôra colocado na infância ,comprimindo nosso cérebro proibindo de pensar e moldado tal qual nos tempos da ditadura q parece durar até hoje pois parece q ainda é proibido pensar e o povo demonstra isso tendo preguiça de ler até a respeito de quem vai votar pois é mais facil , gastar o dinheiro da venda do voto e a venda dos olhos e da mente continuar a usar.
ResponderExcluirParabenizo Dr. Célio Lima pela coragem em trazer isso à tona aguardo à próxima coluna.
Eduardo Alves,leigo mas apreciador da filosofia