Viajantes Interplanetários

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

FILOSOFANDO À TOA

“Mas a filosofia Hoje me auxilia A viver indiferente assim.” (Noel Rosa)


Por: Célio limA.

No outro artigo eu citei o nome de alguns filósofos brasileiro... Noto a falta de acesso no sentido de indicação por parte dos incentivadores acadêmicos ou dos atuais representantes das academias ou dos meios culturais e de comunicação. Alguns leitores desta coluna me relataram a dificuldade que gira em torno do nosso (produto) conhecimento intelectual, outros me confidenciaram que dos pensadores que os citei, só tiveram conhecimento a obra do Raul Seixas...

Já era o que eu previra quando topei essa empreitada. Provar que a nossa própria filosofia é desconhecida por nós e descartada nos ambientes acadêmicos e intelectuais. O que nos salvam e nos salvarão “dessas trevas” é por assim dizer a filosofia popular, encontrada por exemplo na obra do musico baiano: Raul Seixas,

citações e ideias de toda a parte da filosofia universal.

Quero dizer que não defendo a idéia de um pensamento bairrista (nacionalista etc.) quero apenas que o nosso povo tenha acesso ao que é universal de forma importada tanto quanto ao que fora feito e descoberto pelos nossos próprios conterrâneos. O que chamo de uma “Filosofia Popular” é a forma de como você passar a mensagem levando o conhecimento de uma forma fácil, simples ou acessiva ao Ser inculto: como aquele bom papo na mesa de bar que muita das vezes clareia nossa escuridão. Um dos filosofo que eu o considero popular é o Nietzsche. Não que ele seja assim por dizer fácil, mas sim por ele ser um pensador utilizado por todos em qualquer camada social e por ele não ser um filosofo “meio-termo”, ou você o ama ou o odeia. E que mesmo não gostando ou não concorde com ele, Você entende e não nega a força da sua obra.

O que eu quero frisar é que as nossas faculdades hoje não passam de meras escolas muita das vezes tecnocratas ou até tecnofacistas. O nosso modelo de educação é o de levar mão de obra para o mercado. Animais para o abate. E não passam o que seria de fato o essencial: o conhecimento.

Falo e cito exemplos dos nossos cursos da área de humanas onde indivíduos chegam a passar por oito ou dez períodos de seus cursos de graduação chegando ao final sem obterem o mero conhecimento, digo de provar a obra dos nossos intelectuais, ou de vergonhosamente nem se quer conhecer o nome dos nossos mestres. Por causa da barbárie exposta pelo sistema educacional, que tende a massacrar a nossa cultura em nome de um mercado globalizado.

Digo isto por ser o conhecimento fonte de poder e de dominação entre os países e entre as lutas de classes. É preciso o conhecimento histórico para não cair, nos mesmos erros. Reviver o passado para projetar melhor o futuro em outras palavras. É preciso o conhecer e o autoconhecer, aprender a ser: “conheces a ti mesmo e conheceras os deuses”. E ao que me parece ser esse não é o caminho adotado pelos os que fazem as nossas escolas. Serão eles enfim os inimigos da sabedoria?

Um projeto de lei (utópico) - O do senador Cristovam Buarque - tende a obrigatoriedade dos filhos dos parlamentares a cursarem em escolas públicas! Acho que seja assim um meio cirúrgico eficaz de combater a má qualidade do nosso ensino público. Outro ponto que vou abordar brevemente é que enquanto nós andamos preocupados em dominar o idioma inglês o presidente Obama já impôs o idioma mandarim para suas filhas. A china vem seguindo o caminho de ser a maior economia e a maior potencia armamentista deste século para alguns especialistas no assunto. Conclusão: “puder é conhecimento” ou “conhecimento é puder”.

“O sistema não pode ser visto tão só em função do cumprimento de suas tarefas básicas (pesquisa. Docência e prestação de serviços), espécie de empresa destinada a produzir certo output. Também consiste numa forma de sociabilidade, num modo de vida pelo qual pessoas se formam e interagem através de certas regras e objetos domesticados. (...) A maioria das aulas e das pesquisas fabricadas numa universidade se reduz a mero ritual que alimenta um organismo em profundo estado de coma. De outro lado, porém, como tudo há de ser novo, como a própria novidade é programada, vive-se a contradição de experimentar as aventuras e as incertezas do invento, cujo produto, entretanto, escoa por velhos canais. O intelectual contemporâneo, no fundo, é um animal com má consciência . (...) Foi possível então viver a decadência do ocidente e a centrifugação da razão duma forma pragmática, marginal, meramente reativa, sem acompanhar de perto as vicissitudes duma cultura que assistia à dissolução de seus fundamentos mais tradicionais. Do esforço restaurador da fenomenologia, apenas restou entre nós alguns ecos: da tentativa heidggeriana de repensar as categorias práticas. Sobrou-nos apenas o ataque à ciência, tão caro aos integralistas. Quando chegou a onda da filosofia analítica, esta foi confundida com o racionalismo de Popper e ambos foram condenados na base de alguns argumentos sacados dos filósofos frankfurtianos. Nos primeiros tempos, a nova filosofia da lógica foi considerada arma de dominação imperialista. Até mesmo sacudidelas que nos traziam as primeiras bienais nunca chegaram a levantara questão que animava o abstracionismo: como reinventar o mundo; a abstração entre nós foi quase sempre uma forma de decorativismo. E no amortecimento dos choques culturais provenientes das metrópoles, as universidades colaboraram no sentido de reforçar o lado mais velho, acaciano. Na verdade, ganhou-se em profundidade e sistemacidade, sobretudo surge uma produção contínua, cada obra começando a se engatar na outra e trazendo, assim a esperança de se ter uma tradição. Mas me parece inegável que a produção intelectual de hoje, irremediavelmente marcada pela presença da universidade, não tem o alento e o gosto de aventura que marcaram as obras da década de 20. (“...) A universidade contemporânea não é um templo de saber, mas uma espécie de supermercado onde as classes médias e aqueles que nela pretendem entrar lutam por um título que lhes garanta o monopólio duma profissão ou lustros subsidiários” (JOSÉ ARTHUR GIANNOTI)



DICAS DE LIVROS:

-“RAUL SEIXAS: FILOSOFIAS, POLÍTICAS; A VERDADE ABSOLUTA”. Mario Lucena. Macbel oficina de letras, 2002.

-“UNIVERSIDADE EM RITMO DE BARBARIE”. José Arthur Giannoti. Editora Brasiliense, 1986.

-“INTRODUÇÃO À FILOSOFIA”. Paulo Ghiraldelli Junior. Manole, 2003.

-Célio limA

FILOSOFANDO À TOA.

OBS: Célio limA. É filosofo por natureza; anarquista por tesão e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos: a Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs:http://salveopoetasalve.blogspot.com ; http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/ ; http://poetasdemarte.blogspot.com/ .

Atualmente cursa: FILOSOFIA-UFPE.

3 comentários:

  1. Naturalmente muioto acadêmicos na irão curtir as críticas dessa coluna hahahahaha

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  2. Os cursos de humanas são sempre os mais sucateados, em todos os sentidos... (Não que tbm nao existam muitas coisas ruins e erradas nos outros, veja bem!)Estudo numa faculdade considerada uma das melhores do Brasil... e volta e meia eu me pergunto: isso é mesmo o melhor???

    Filhos de parlamentares no sistema público? APOIADO!

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  3. Para mim é o seguinte: pões os filhos deles na ecola pública 2 e paga um salário mínimo para eles: assim agente descobre se eles irão continuar representando o povo hahahah ou seu irão pular da caravela por que o que eles queriam mesmo era o ouro dessa colônia de férias hahahahahaha

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