Unidos por um objeto e separados por uma crase. Assim estão os dois poemas dessa quinta-feira de chuva na Região Metropolitana do Recife que estrelam o CONFRONTOS E CONFLUÊNCIAS. Mauro Mota e José Paulo Paes:
A BENGALA
Nem o passeio nas ruas
do bairro da imigração
quando rosa rosamente
sobre ela fecha-se a mão;
nem sua ponteira de aço
e ouro de lei do castão,
nem a aposta serventia,
tanger o cão e ser cão.
Nada compensa a bengala
da perdida condição,
do exílio da galharia,
do verde da floração,
do ramo onde o passarinho
cantava sua canção.
Fino enxerto ambulatório,
tenta replantar-se em vão,
e é arrancado novamente
cada vez que toca o chão.
(Mauro Mota)
À BENGALA
contigo me faço
pastor do rebanho
de meus próprios passos
(José Paulo Paes)
Sem preconceito fico com o Paes, grande haicai =]
ResponderExcluirSei não, hein! O do Mauro Mota também é um achado. Melhor a gente ficar na confluência.
ResponderExcluirAbraços.
Poxa, aí, acho que vou fazer unzinho:
ResponderExcluirÀ BENGALA
Se contigo não levito,
ao menos evito
beijar o chão.
hahahahah muito bom grande Marcantonio hehehee
ResponderExcluir