Viajantes Interplanetários

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CONFRONTOS E CONFLUÊNCIAS

Unidos por um objeto e separados por uma crase. Assim estão os dois poemas dessa quinta-feira de chuva na Região Metropolitana do Recife que estrelam o CONFRONTOS E CONFLUÊNCIAS. Mauro Mota e José Paulo Paes:

A BENGALA

Nem o passeio nas ruas
do bairro da imigração
quando rosa rosamente
sobre ela fecha-se a mão;
nem sua ponteira de aço
e ouro de lei do castão,
nem a aposta serventia,
tanger o cão e ser cão.
Nada compensa a bengala
da perdida condição,
do exílio da galharia,
do verde da floração,
do ramo onde o passarinho
cantava sua canção.
Fino enxerto ambulatório,
tenta replantar-se em vão,
e é arrancado novamente
cada vez que toca o chão.


(Mauro Mota)



À BENGALA 

contigo me faço 
pastor do rebanho 
de meus próprios passos


(José Paulo Paes)
   

4 comentários:

  1. Sem preconceito fico com o Paes, grande haicai =]

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  2. Sei não, hein! O do Mauro Mota também é um achado. Melhor a gente ficar na confluência.

    Abraços.

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  3. Poxa, aí, acho que vou fazer unzinho:

    À BENGALA

    Se contigo não levito,
    ao menos evito
    beijar o chão.

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  4. hahahahah muito bom grande Marcantonio hehehee

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