Viajantes Interplanetários

domingo, 11 de setembro de 2011

Filo, Poesia.

Poetas de marte
Filo, Poesia.
por Ícaro Tenório.
Como idéia de entretenimento intelectual vamos, a partir de hoje, num intervalo mensal, relacionar inadvertidamente a produção filosófica (científica e não - cientifica) à produção poética através dos anos dos homens e das mulheres de forma atemporal ou contemporânea.
A literatura sempre (foi/é/será) utilizada para expressar e desenvolver os questionamentos e os juízos filosóficos de um homem, de um grupo de homens e também de forma universal, dissolvendo questões filosóficas que atingem qualquer ser humano em qualquer lugar. Desde a posição humana diante da morte até suas necessidades resolutivas mais simples.
Longe dos limites da ciência filosófica, a literatura permite o desenvolvimento cognitivo dessas mesmas resoluções e incógnitas filosóficas.
Existe de forma orgânica um diálogo contínuo entre essas duas desde os seus surgimentos. Filósofos citam poetas e poetas citam filósofos. Deixando claro que a força da filosofia e da literatura está em suas capacidades de desenvolver a criatividade e a cognição daquele que entra em contato com es(s/t)as. A filosofia faz nascer literatura e a literatura dá luz à filosofia.
Na coluna da vez, primeira vértebra do “Filo, Poesia”, vamos buscar num passeio virtual pelas estantes neuronais poemas onde se possa perceber uma explanação de significado sobre o EMPIRISMO*
Esperamos ansiosos que os leitores tragam a nós suas descobertas intelectuais a serem postas em jogo dialético progressivo junto das nossas, incluindo-se aqui meus parceiros colunistas do poetas de Marte.
* empirismo. Basicamente, incita o homem a produzir seu conhecimento de mundo através de sua percepção em contato direto e lógico com ele, revelado em seus passos causais e conseqüenciais.
Largada lírico-marciana
Sou um guardador de rebanhos,
O rebanho é os meus pensamentos

E os meus pensamentos são todos sensações.

Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.



Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.



Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz”.

Alberto Caeiro, heterônimo mestre do Fernando Pessoa.
Há espaço para dissecação analítica do amigo seguidor em relação aos poemas que forem aqui lançados. Optei por me contemplar pela auto-suficiência analítica do poema lançado como largada. E disposto a identificar outras relações nos próximos. Meu nome é Ícaro Tenório de Holanda e sou desde já mais um novo parceiro do grupo Poetas de Marte e de seus seguidores. Salut!

4 comentários:

  1. BEM VINDO MEU CHAPA! =]

    Gostei do ponta-pé inicial na bola da pessoa Fernandiana apessoada. Esse poema, postado hoje, é realmente pura metafísica e sensibilidade. Pessoa fora um monstro, no entanto muito mais além de uma quimerinha com 7 cabeças. Transar poesia com filosofia nada mais é que respirar – o sangue na veia da literatura é a palavra, e, quando essa palavra descreve as sensação causadas naquele que está vivo, naquele que também trata-se de uma engrenagem da grande máquina universalis é um mágico de toque de Midas que sensibiliza o outro com nossas percepções – espero que respiremos coletivamente poesiafilosofada-metafisicamente.

    ResponderExcluir
  2. Menino o negócio aqui está chique e cheio de novidades!
    Filosofia e Poesia são dois assuntos com fontes a perder de vista...
    E começar com Fernando Pessoa é começar bem demais da conta. Fiquei aqui delirando, sentindo o cheiro de grama verde e brisa fresca no ar...

    Desde já, Boas Vindas Ícaro :D

    :*

    ResponderExcluir