Viajantes Interplanetários

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Cinemarte, por Wesley Moreira de Andrade

Quem foi Marilyn Monroe?


Acredito que não exista uma resposta e tenho quase certeza de que nem a própria Marilyn soubesse quem era exatamente. Ver e rever seus filmes apenas ajuda a apreender uma parte, ou para ser mais cinematográfico, um fotograma deste enigma. Não duvido que até os recém-nascidos tenham ouvido falar desta estrela maior do cinema, talvez o maior ícone de toda a filmografia americana, a maior sex symbol das telonas de todos os tempos. 
Marilyn Monroe eternizou em película a personagem loira, linda, um tanto quanto inocente, meio burrinha, de uma sensualidade quase pueril. Como esquecer da ambiciosa Lorelei de Os Homens Preferem as Loiras, que eternizou a máxima que os diamantes são os melhores amigos da mulher, a ingênua vizinha de O Pecado Mora ao Lado, a romântica Sugar Kane de Quanto Mais Quente Melhor, que já estão no imaginário pop  coletivo há muito tempo? Discutir sobre se Marilyn era uma grande atriz, se era canastrona, apenas um rosto bonito, é irrelevante, já que nada ofusca o mito que se tornou ou diminui o brilho de sua bem sucedida história. De todas as opções sobressai-se a de que, sem sombra de dúvida, Marilyn Monroe foi uma comediante única.


Mesmo assim Marilyn queria demonstrar a sua capacidade de interpretação, já que seu início coincidiu com o de tantas estrelas: modelo que dá seus primeiros passos nas telonas, que fez sucesso pela beleza e não exatamente pelo seu talento. Marilyn queria apagar este estigma e foi uma das alunas do célebre Actor’s Studio (que tinha as técnicas e teorias de Constantin Stanislavski como base para a construção das personagens) para melhorar a sua atuação e firmar-se como atriz. Fato que não amenizou a sua insegurança e atrapalhou as gravações de muitos de seus filmes (atrasos e esquecimento de falas foram recorrentes), soma-se a isto o estrelato mundial que aumentou o assédio ao seu redor e tornou sua vida pessoal (marcada por romances fracassados com Joe Di Maggio, Arthur Miller, além dos boatos de ter se envolvido com John Kennedy) devassada por jornalistas e fãs. Poucas pessoas enxergavam a fragilidade por trás da artista popular, que compensava a pressão da fama com barbitúricos, vício que causou a sua misteriosa morte.


Meu fim de semana foi uma espécie de "Sessão Marilyn Monroe" (assisti a Os Homens Preferem as Loiras e O Pecado Mora ao Lado) e só agora pude compreender a dimensão que este nome tomou. Tudo gravita ao seu redor quando está em cena, não tem como desviar a visão para qualquer outro detalhe do quadro. E é olhando para sua belíssima figura que nós temos a compreensão do que realmente é uma estrela.

6 comentários:

  1. Comento pouco no Cinemarte porque entendo pouco de cinema. Mas como sou folgado registro uma sugestão: Febre do Rato. Casa muito bem com o ideário do blog.

    Abraços.

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    1. Fala, Caju!

      A Febre do Rato já está no meu radar para assistir, mas ainda não tive a oportunidade. A obra de Cláudio Assis (Amarelo Manga, Baixio das Bestas) realmente tem tudo a ver com a cara do blog. Fica registrada a sugestão!


      Abraços!

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  2. Wesley,
    Gostei demais do texto. Só tenha acrescentar que, ao contrário de seus papéis onde fazia uma loira burra, ela era muito inteligente, o que lhe faltava era banco escolar, ela mal havia completado o ensino fundamental. Sua convivência com Arthur Miller permitiu que ela participasse de reuniões com a intelectualidade literária da época, e esta nada tinha a reparar quanto a sua aguçada inteligência. Quanto ao casamento com Di Maggio, eu diria que não foi um fracasso, apenas acabou um dia. Abraços cinematográficos, JAIR.

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    1. Isso mesmo, Jair!
      Belas observações! Para quem chegou aonde chegou era necessária muita inteligência, o que Marilyn tinha de sobra. Muitas vezes cometemos o equívoco de confundir a personagem com a personalidade de quem a interpreta.

      Um grande abraço!

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