Quanta besteira
é derrubar uma floresta inteira.
Cai madeira, cai madeira!
Quanta besteira
é estuprar a selva com uma escavadeira.
Cai jatobá, cai jaqueira,
corta o jagube, a madureira
e lá de longe eu a esperar:
Cai madeira, cai madeira!
Quanta besteira
é queimar o tronco da amoreira
ou duma trepadeira,
que já carrega em sua semente
o clarão de uma fogueira.
Cai madeira, cai madeira!
Quanta besteira
é destroçar o interior de uma figueira,
da chacrona ou da aroeira,
que cura a cabeça e a bicheira,
o corte e a asneira.
Melhor será ter mais soja e parreira,
mais prédios, mais bancos, mais cadeiras,
mais gente a viver na Tamarineira,
mais cápsula, mais motos, mais pedreiras
nos corações de homens enterrados
e chorados por velhas carpideiras.
Cai madeira, cai madeira!
Quanta besteira!
Melhor seria plantar só bananeira
para ver se o mundo, pela vez primeira,
vá pra um lugar que nunca se esqueça
que melhor seria estar de ponta-cabeça.
Lucas Holanda
Mandou bem meu chapa
ResponderExcluirOlá, Amigo. UM lindo post! Uma boa reflexção. Parabéns! Grande abraço.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirO homem acaba com a floresta
Para comemorar ainda faz festa
Um bicho assim imbecil
Nunca no mundo se viu
É muito pior que uma besta.
bravo!
ExcluirCurioso, caro Lucas! Quando da primeira vez li Madeira, lá no Periferia do mundo não tinha notado no verso:Melhor seria plantar só bananeira. O duplo sentido da posição que fazemos, ficando de cabeça para baixo e a planta em si estão claros, porém o fruto se dá no que chamamos de "coração" da bananeira.Esse fruto de esperança e consciência que nosso mundo de ponta-a-cabeça necessita!
ResponderExcluirP.S.:Talvez eu tenha tomado tulipas demais de cerveja antes desse surreal comentário!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBela poesia, com minhas reverências ao grito pela natureza!
ResponderExcluirBeijos!
Grato, queridos amigos!
ResponderExcluirCristiano, fico feliz que tenha notado a "bananeira"! :)
Lucas maravilha tua poética !
ResponderExcluirOs meus aplausos ao belo trabalho!
um beijo de violetas