ARCOVERDE* ALIMENTANDO NOSSOS OUVIDOS PELA 4ª VEZ
 POR: Braulio Tavares
Clayton Barros, um dos fundadores da banda Cordel do Fogo Encantado 
(2001-2010), fazia com seu violão a ponte harmônica entre a poesia de 
Lirinha e a base de percussão dos demais integrantes.  O sertão 
pernambucano de onde vieram eles não era um sertão estático, era um 
sertão plugado à cidade, pulsante de informação nova, uma poesia de 
cordel eletrificada pelo rock-and-roll.
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   Daí que o álbum A Idade
 dos Metais seja um entrelaçamento dessa energia primitiva com a tensão 
massacrante da cidade. Uma colagem em que os elementos de uma infância 
simples, junto à natureza (“Meu pé de manga adora banho de chuva / meu 
pé de uva se não chover se zanga”, em “Da infância”) convivem com a 
pressão frenética de uma civilização com pressa, em “Do Zero” ou 
“Alamedas”. 
Trilhas sonoras de um passeio de uma câmara 
cinematográfica, de carro, às cegas, pela cidade – sentindo a pulsação 
de milhões de vidas por trás de cada fragmento de imagem captado através
 das lentes. Flashes de uma sensibilidade urbana capaz de chamar a 
mulher amada de“doida de pedra” e de conciliar a noite sem fim de “A 
Pedra” (insônia na boemia ou num estúdio, com participação do Otto) com a
 sensualidade de “Vem cá meu bem”.
  Sensibilidade típica de músicos, de uma tribo que se sente à 
vontade na cidade e na madrugada, e para quem algumas das coisas mais 
importantes da vida acontecem entre a meia-noite e os primeiros raios do
 sol. 
 Os Sertões é composta pelos músicos: Clayton Barros 
(vocal, violão,guitarra), Deco Trombone, da banda Ska Maria Pastora 
(sopro), Rafael Duarte, do grupo Rivotrill (vocal, baixo) e Perna, da 
banda Radistae (bateria). O repertório é baseado em composições 
próprias, além de interpretações de Zé Ramalho (“Galope Rasante”) e Les 
Baxter (“Wheels”). 
 
 
 
A arte da capa ficou foda
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