Eu sou daqueles que olham as estrelas, mas só veem a luz ao invés dos
astros. Sou um cara que não vê a chuva melancólica, mas a fonte
do viço, da vida. Eu não vejo a rosa como um
punhado de
pétalas protegidas por espinhos,
mas uma flor para acalentar a vida e abrandar a dor da morte. Eu não vejo o
pranto como rastro de sofrimento, mas uma forma bucólica de escoar a
tristeza do corpo e a
angústia
da solidão. Hoje, porém, eu precisava me manter na cama, deitado e se
possível dormir o dia inteiro com a cabeça e os pés cobertos até que a
minha alma retornasse ao próprio
corpo.
Eu queria, se possível fosse, deitar pela janela o meu olhar mais distraído e mesmo que os
prédios vizinhos me bloqueassem a vista, fingir que via os barcos de velas coloridas
riscando de branco o azul do mar.
Hoje eu não queria ver e muito menos saber de nada que não fosse as ondas se esparramento na areia dorada da restinga. Eu não queria entender otempo, as horas e
Hoje eu não queria ver e muito menos saber de nada que não fosse as ondas se esparramento na areia dorada da restinga. Eu não queria entender otempo, as horas e
muito menos saber se vai dar praia ou vai chover, porque o
que eu quero, de verdade,
que eu quero, de verdade,
é poder chorar até desidratar meu corpo, ficar lerdo, bobo, perder o tino,
pois
assim, eu creio acabaria o sofrimento.
Talvez a minha agonia tivesse aumentado
por saber que a mulher que divide comigo as tristezas e os momentos de alegria
me olhou daquele jeito.
Seus olhos
eram como
duas esmeraldas banhando de verde toda a minha lanquidez.
Perguntas não seriam necessárias já que os seus olhos decodificavam dos meus tudo o que eu sentia.
silvioafonso*
Fonte: O palhaço poeta: http://palhacopoeta.blogspot.com.br/
Cumplicidade é joia rara!
ResponderExcluirBeijos,
Que belo texto... você se expressa lindamente!
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