Viajantes Interplanetários

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

NOS TORMENTOS E NA ALEGRIA

Eu sou daqueles que olham as estrelas, mas  só veem a luz ao invés dos astros. Sou um cara que não vê a chuva  melancólica, mas a fonte do viço, da vida. Eu não vejo a rosa como um 
punhado de
 pétalas protegidas por espinhos, mas uma flor para acalentar a vida e abrandar a dor da morte. Eu não vejo o pranto como rastro de sofrimento, mas uma forma bucólica de escoar a
 tristeza do corpo e a
angústia da solidão. Hoje, porém, eu precisava me manter na cama, deitado e se possível dormir o dia inteiro com a cabeça e os pés cobertos  até que a minha alma retornasse ao próprio
 corpo.  
Eu queria, se possível fosse,  deitar pela janela o meu olhar mais distraído e mesmo que os prédios vizinhos me bloqueassem a vista, fingir que via os barcos de velas coloridas
 riscando de branco o azul do mar.
      Hoje eu não queria ver e muito menos saber de nada que não fosse as ondas se esparramento na areia dorada da restinga. Eu não queria entender otempo, as horas e 
muito menos saber se vai dar praia ou vai chover, porque o 
que eu quero, de verdade, 
é poder chorar até desidratar meu corpo, ficar lerdo, bobo, perder o tino, pois
 assim, eu creio acabaria o sofrimento. 
       Talvez a minha agonia tivesse aumentado por saber que a mulher que divide comigo as tristezas e os momentos de alegria  me olhou daquele jeito.  
 Seus olhos 
eram como duas esmeraldas banhando de verde toda a  minha lanquidez.  
 Perguntas não seriam necessárias já que os seus olhos decodificavam dos meus tudo o que eu sentia.   

silvioafonso*
Fonte: O palhaço poeta: http://palhacopoeta.blogspot.com.br/
     

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