Viajantes Interplanetários

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É NODA! — #11


CARETICE DO CARALHO
“Executarei,/ sem pena//
Este tipo de gente/ de alma pequena”
(Marcelino Freire)


A) EROTISMO?

Olha, sinceramente, meu pau não responderia assim de imediato se alguém pedir que eu umedeça com movimentos linguais a flor salobra entre as suas pernas trêmulas prestes ao êxtase. Ah, é pra chupar buceta, é? Tudo bem, tranquilo, concordo. Se achegue, danada!
Cuzinho, xoxotinha, rola, pentelho, boquete, trepada, chupada. Não tem nada de chulo quando os termos são usados no poema nosso de cada dia. Quem foi @ sem vida sexual que inventou que isso não era bonito? Momento merchan: diz Célio Lima no seu futuro lançamento no Castanha Mecânica: “PO!S MEU PEN!S TE ACHA PERFE!TA/ TANTO DE BOCA,/ TANTO DE BUNDA,/ COMO DE BUCETA”.
Tudo que é autêntico me seduz. Nunca falei em vulva pra nenhuma companheira temporária, por quê essa palavra entraria no meu verso? Vamos viver o hoje com as palavras de hoje, e esquecer do ontem (um pouco, ao menos). É possível sair do ridículo e da piadinha com a tabaquinha ou a cacetão de alguém. Basta trabalhar naturalmente, com o cotidiano de nosso vocabulário. O leitor reconhece o que não é forçação de barra. Você perdeu, poeta preguiçoso. E careta.


B) VIGILÂNCIA CULTURAL

Que as minorias se levantem. Sou negão e estou aí dando cacetada em quem é racista. Sou homem heterossexual e tô aí dando cacetada em quem é machista e homofóbico (alguns estão até dentro de mim, admito). Mas agora é o seguinte, se for pra ficar com eufemismo, que se foda pra lá.
Ou se mata a chaga pela raiz ou a gente fica aqui fingindo que o preconceito não existe em meio a um vocabulário bonitinho e politicamente correto.
Fico aqui vibrando com as cacetadas que Monteiro Lobato anda levando. Já está na hora de tirar os deuses do altar. Explico. O que observo não é a questão se o careta lá é racista ou não (é claro que ele é). O fato de haver uma corrente popular exigindo revisão é muito digna. Tudo bem, tranquilo, concordo. E que se contamine mesmo. Ah, daqui a pouco os criadores de circo de pulgas vão querer o seu lugar! E daí, camarada? A igualdade te assusta?
É uma caretice do caralho ficar patrulhando obras literárias em busca de algo pro mais novo mimimi da vez. É outra caretice do caralho defender um ídolo da literatura. Pau em todo mundo, seus caretas!


__________
Fred Caju responde pelas suas próprias opiniões, que não estão necessariamente em unanimidade com a equipe do blog, que preza pela livre iniciativa de seus colaboradores.
    

13 comentários:

  1. Preciso constar que a epígrafe do Marcelino Freire refere-se a outros caretas (confira quais: http://marcelinofreire.wordpress.com/2012/07/25/poeminha-para-o-dia-do-escritor/), mas que são palavras que empregaria para os caretas da coluna.

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    1. POIS É CAJU ... ADMIRO E RESPEITO QUASE TODO TRABALHO ARTISTICO EM SUA EXPRESSAO SOL NAO PERDOU O PARNASO E OS BUNDOES P/ ESSES NAO HA SALVAÇAO !!!
      -VEJO Q QUALQUER TRABALHO POSSA SER ENCONTRADO UMA DELICADA FORMA DE CALOR OU DE BLZ... ATE NA DESCOSTRUÇAO DA ARTE SE HA ALGUMA CRITICA OU ALGUM SENTIDO HA SER DESVENDADO !!!
      -CURTO A PORNOFONOLOGIA ALEM DE OUTRAS EXPRESSOES PORNAGRAFICAS PRINCIPALMENTE HA EXISTENTE NA ESCRITA, DOS VERSOS EROTICOS DO DRUMMOD, BANDEIRA PASSANDO PELA PUTA Q O PARIU ATÉ O ESCULACHO E ESCRAÇHOS NAS CANÇOES DO CAMISA DE VENUS OU DO SKILAB... TUDO ISSO ME INSPIRA PELA SUA FORÇA EM EXPRESSAO ALEM DE SUA CADENCIA OU DECADENCIA EM ELEGANCIA.. AFINAL COMO É BOM VC LER 1 TEXTO E SE SENTIR IRADO !!! COMO É BOM VC LER 1 CONTO E FICAR EXCITADO PURAMENTE EM ESTADO DE PAUDURECENCIA, TOCAR AQUELA BRONHA E ESPALHAR AO AR, AO MAR, AO CHAO ORGASMOS MULTIDAO !!! POR UMAS LETRAS SAFADAS ENCONTRADAS NAS PAGINAS PA/PELADAS OU NAS LETRAS HJ VIRTUAIS JA TAO, TAO PAGINADAS !!!

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  2. A cópula

    Depois de lhe beijar meticulosamente
    o cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,
    o moço exibe à moça a bagagem que trouxe:
    culhões e membro, um membro enorme e tungescente.

    Ela toma-o na boca e morde-o. Incontinenti,
    Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
    Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
    E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente

    Que vai morrer: - "Eu morro! Ai, não queres que eu morra?!"
    Grita para o rapaz que aceso como um diabo,
    arde em cio e tesão na amorosa gangorra

    E titilando-a nos mamilos e no rabo
    (que depois irá ter sua ração de porra),
    lhe enfia cona a dentro o mangalho até o cabo.

    Manuel Bandeira

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    1. Creio que o Bandeira, com o poema supracitado, resuma tudo o que disseste no item A)

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    2. esse eu nunca hávia lido, que negócio tórrido kkkkkkkk

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    3. JÁ CONHECIA ESSE DO BANDEIRA
      E SEM DAR BANDEIRA
      É 1 PUTA - POEMA
      !!!

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  3. Olá, amigo Fred!
    Ao em vez de estes demagogos e paranoicos de plantão se preocuparem com a qualidade da educação, ficam aí inventando moda que não nos leva a nada.
    O autor retrata o cotidiano de uma cultura de certa época, em que os valores são outros, portanto, não julgáveis com valores modernos.
    O poeta transforma tudo em arte, independente do concerto ou verbete. O labrusco entenderá somente a denotação e nunca a conotação. Num país como o nosso, que somos tratados com tabuísmo, nunca nos caberá eufemismo. A paranoia toda ou é falta do que fazer ou incapacidade também de exegese de nossa arte e cultura.
    Politicamente correto não existe, pois a política é que é a menos correta neste país de faz-de-conta.
    Muito inteligente e oportuno texto!

    Abraços.

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    1. CONCORDO...
      É MUITA PERCA DE TEMPO PROCURANDO CHIFRE EM SAPO...
      TANTA BANALIDADE A QUERER RABISCAR A OBRA DO LOBATO,
      P/ Q SERVE A CRITICA, OU O DISCORDAR, CREIO Q SE É + UTIL CABER AO PROFISSIONAL DO ENSINO TRABALHAR CRITICAMENTE QUALQUER Q SEJA A OBRA...
      Q SEJA LOBATO, WILDE, ASSIS OU VIEIRA...
      DO Q PERDER TEMPO EM SENÇURAR OU MODIFICAR UMA PALAVRA OU 1 TERMO ESCRITO DE ACORDO COM OU NAO A MENTALIDADE E O PSEUDO OU FALSO MORALISMO DE TAL EPOCA !!!
      -QUAL O FALSO MORALISMO Q ESTAO CRIANDO HJ?

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  4. Caju dá uma sacada na Entrevista de Claudio Assis no programa Matador de passarinho do Canal Brasil tem tudo haver com essa sua postagem de hoje

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    1. FORA DO EIXO



      Nasci no eixo Rio-São Paulo.
      Esse foi o meu crime: faço parte do eixo.
      É a coalizão Alemanha, Itália e Japão.

      Fazer parte do eixo te deixa numa situação constrangedora no próprio eixo: isso é paradoxal, mas é real. Como seria bom estar morando no Rio de Janeiro não sendo carioca. Certamente, eu teria mais acesso ao Circo Voador.

      Morar no Rio ou em São Paulo sendo pernambucano é o ideal.

      A questão é que aqui na cidade maravilhosa não tem uma cena propriamente dita. Tudo é diluído. Tudo é muito TV Globo. A conseqüência é que você forma no máximo uma camarilha.

      Nesse sentido, São Paulo é um pouco diferente: os paulistanos, ou alguns deles, aprenderam a difícil lição da província, segundo a qual, é com brodagem mesmo que a gente consegue as coisas. Um mesmo músico transita em várias bandas amigas.

      Se observarmos com atenção a cena independente fora do eixo, existe uma solidariedade que nos faz, pobres mortais aliados ao eixo, uma espécie em extinção. Daí porque reitero tanto a minha condição de cadáver.

      Seja no cinema, seja na música, seja no teatro, ou em qualquer expressão cultural e artística, fazer parte da cena independente em Goiânia, Recife ou Uberlândia, por exemplo, significa dar-se as mãos. Um ajuda o outro. Não existe mais diferenças. É como já dizia Rubinho Jacobina: artista é o caralho !!!!!

      Pois o grande barato da cena independente fora do eixo é que hoje em dia ela se basta. O que significa dizer que não é mais preciso transitar fora dela. Um artista independente fora do eixo quer ver e ouvir somente coisas que são produzidas em seu contexto. O que lhes dá uma condição peculiar: eles só olham a um palmo de distância. A cena local é o que importa. Não há mais distanciamento. O estrangeiro é o mal – se bem que isso os faz aproximarem-se perigosamente da cultura americana.

      Eu não tenho cena.

      Eu gosto mesmo é de shopping-center.

      Mas sei o que acontece longe de mim, afinal, fui criado sob o signo da distância. Já os fora do eixo não me conhecem.

      Os fora do eixo tornaram-se um poder paralelo: entendem profundamente de política, praticam a economia solidária e crescem a olhos vistos. Eles fazem projetos, ganham concorrências e não precisam mais andar com o pires nas mãos.

      Votam no Lula

      É com toda empáfia que um diretor de cinema fora do eixo me desafia: cite hoje um diretor de cinema carioca? cite hoje um diretor de cinema paulista?

      O meu silêncio é sepulcral.

      Eu gosto mesmo é de tara. Já o diretor de cinema fora do eixo, fala tanto, fala tanto, que parece um pastor moralista. Ao invés de afirmar as atrocidades que pratica na tela, liga essas atrocidades à teia do poder. E com isso as esvazia.

      Eu encarno o eixo.

      Eu não quero nem saber.

      Agora vou ler Marcelo Mirisola.






      Posted 14th June by rogerio skylab http://godardcity.blogspot.com.br/2012/10/matador-de-passarinho-entrevista.html#!/2012/06/fora-do-eixo.html

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  5. Em uma palavra resumo tudo o que despertaste em mim. É uma palavra apenas, mas tão eloquente quanto o palavreado solto que há em alguns. Então, Bah!!! Bah!!!

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  6. Só tenho uma coisa para dizer: pau no cu da caretice!

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    1. É PAU NU KU DE DEUS, Y PAU NU KU DO DIABO !!!
      POIS SAO OS PRINCIPAIS MITOS REPRESENTATIVOS DA BUNDICE HUMANDA DETENTORA DE TODOS OS FALSOS MORALISMOS !!!

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