Viajantes Interplanetários

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

XXX Cantico a Sauva ...ou... (y por falar em sardade) - A Friedrich Nietzsche (Poeta da Loucura Imortal dentro do Eterno Retorno)



SAUVA POETA N!ETZSCHE
VELHO B ! G O D U DO
DA MARGEM O MA!S
"L!VRE COMO 1 PASSARO"
OU MESMO L!VRE
"FORA DA LE!". . .

SAUVA TUA DANÇA
HORAS LOUCA Y JUSTA
PRA NENHUM ZARATUSTRA
CONFUSO RECLAMAR
OUTRAS CERTA Y DESTRA
AO M!STRAL TU DANCAVAS.
YU, OH! !RMAO MA!S L!VRE
DA L ! B E R D A D E...
SEMPRES A !NCOMODAR O
SONO DOS ZOROASTROS
CONFUSOS Y !NDEC!SOS NA
POE!RA V!STA DA DECADENC!A
D'M MUNDO JA N!!L!STA. . .

F!Z TODOS ESSES CANT!COS
DESCOBR! D!AS DESSES...
!NSP!RADOS FORAM DE
CERTA FORMA NO TEU
ZARASTRUTANTA...
DANÇANDO NA LUA CHE!A
OU N'M D!A ENSOLARADO
JUNTO COM TEUS AN!MA!S,
NA CABEÇA A SOBRA
DA AGU!A BA!LAR!NA...
NUS PES A LEVEZA DO
BA!LAR DA SERPENTE...
Y NU OLHAR-LEMBRE!
DA S!MPLES SAUVA...
TAO PEQUEN!NA FORM!GA
COMO O MEU CANTO DE
TAL GRANDE FORM!GUE!RO.
"'Q CANTA OU NAO POR CANTAR
OU NAO O TRABALHAR...
MAS , TAMBEM ,  SAUVA.
. . . HAVERHATERHAMEM !!!


Poeta-Matuto-Marginal n'Os Canticos a Sauva, e-book do projeto CASTANHA MECÂNICA.
 

Um comentário:

  1. Irado!
    "Nossas vivências mais próprias não são nada tagarelas",
    F. N.

    A POBREZA DO RIQUÍSSIMO

    (Dos Ditirambos de Dionisio, 1888: "Estas são as canções
    de Zaratustra, que ele cantava para si mesmo,
    para suportar sua última solidão".)

    Dez anos já –
    e nenhuma gota me alcançou,
    nem úmido vento nem orvalho do amor
    - uma terra sem chuva...
    Agora peço à minha sabedora
    que não se torne avara nessa aridez:
    corra ela própria, goteje orvalho;
    seja ela a chuva do ermo amarelado!
    Um dia mandei as nuvens
    embora de minhas montanhas -
    um dia eu disse, "mais luz, obscuras!"
    Agora as chamo, que venham:
    Fazei escuro o meu redor com vossos ubres!
    - quero ordenhar-vos,
    vacas das alturas!
    Leite quente, sabedoria, doce orvalho do amor
    derramo por sobre a terra.
    Fora, fora, ó verdades
    de olhar sombrio!
    Não quero ver em minhas montanhas
    Acres verdades impacientes.
    Dourada de sorrisos,
    de mim se acerca hoje a verdade,
    adoçada de sol, bronzeada de amor –
    só uma verdade madura eu tiro da árvore.
    Hoje estendo as mãos
    às seduções do acaso,
    bastante esperto para guiar, tapear o acaso,
    como a uma criança.
    Hoje quero ser hospitaleiro
    com o mal-vindo,
    contra o destino mesmo não quero ter
    - Zaratustra não é um ouriço.
    Minha alma, insaciável com sua língua,
    já lambeu em todas as coisas boas e ruins,
    em cada profundeza já mergulhou.
    Mas sempre igual à cortiça
    Sempre bóia outra vez à tona
    Bruxuleia como óleo sobre os mares morenos:
    por ter essa alma me chamam o Afortunado.
    Quem são meu pai e mãe?
    Não é meu pai o príncipe Supérfuo,
    e mãe o Riso silêncioso?
    Não me gerou esse duplo conúbio,
    eu animal de enigma,
    eu monstro luminoso,
    eu esbanjador de toda a sabedoria de Zaratustra?
    Hoje doente de delicadeza,
    Um vento de orvalho,
    Zaratustra está sentado, esperando, esperando, em suas montanhas –
    eu seu próprio suco
    tornado doce e cozinhado,
    embaixo de seu cume,
    embaixo de seu gelo,
    cansado e venturoso,
    um criador em seu sétimo dia.
    - Quietos!
    Uma verdade passa por sobre mim
    Igual a uma nuvem –
    com relâmpagos invisíveis ela me atinge.
    Por largas lentas escadas
    Sobe até mim sua felicidade:
    vem, vem, querida verdade!
    Quietos!
    É minha verdade! –
    De olhos esquivos,
    De arrepios aveludados
    me atinge seu olhar,
    amável, mau, um olhar de moça...
    Ela adivinha o fundo de minha felicidade,
    ela me adivinha – ah! o que ela inventa? –
    Purpúreo espreita um dragão
    no sem-fundo de um olhar de moça.
    Quietos! Minha verdade fala!
    Ai de ti, Zaratustra!
    Pareces alguém
    que engoliu ouro:
    ainda hão de te abrir a barriga!...
    És rico demais,
    Corruptor de muitos!
    São muitos os que tornas invejosos,
    são muitos os que tornas pobres...
    A mim própria tua luz faz sombra –
    ela me enregela: vai embora, tu, que és rico,
    vai, Zaratustra, sai de tu sol!
    Queres presentear, distribuir teu supérfluo,
    mas tu próprio és o mais supérfluo!
    Sê esperto, tu, que és rico!
    Presenteia antes a ti próprio, ó Zaratustra!
    Dez anos já –
    e nenhuma gota te alcançou?
    Nem úmido vento? nem orvalho do amor?
    Mas quem haveria de te amar,
    ó mais que rico?
    Tua felicidade faz secar em torno,
    Torna pobre de amor
    - uma terra sem chuva...
    Ninguém mais te agradece,
    mas tu agradeces a todo aquele
    que toma de ti:
    nisso te reconheço,
    ó mais que rico,
    ó mais pobre de todos os ricos!
    Tu te sacrificas, tua riqueza te atormenta –
    Tu dás,
    não te poupas, não te amas:
    o grande tormento te força o tempo todo,
    o tormento dos celeiros saturados, do coração saturado –
    mas ninguém mais te agradece...
    Tens de tornar-te mais pobre,
    Sábio insensato!
    Queres ser amado.
    Ama-se somente aos sofredores,
    só se dá amor aos que têm fome:
    presenteia antes a ti próprio, ó Zaratustra!
    - Eu sou tua verdade...
    FRIEDRICH NIETZSCHE (1844-1900)

    Apud: http://ofiodaspalavras.blogspot.com.br/2005/03/o-canto-de-nietzsche_10.html

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