Viajantes Interplanetários

terça-feira, 16 de abril de 2013

Febre do Rato



(Inspirado no filme 
de Cláudio Assis, 2012)


Tenho nojo do 
Gosto do mundo 
Da libido que grita 
Mais alto que tudo. 

Do homem que paga 
Da mulher que 
Chupa a gala. 

Da putaria 
Em absurdo. 

Tenho nojo 
Repudio o insulto 
Do corpo que paga 
A cachaça do mundo. 

Do poeta que come 
A paixão exacerbada 
Pois a alma é límpida 
Mesmo com marcas cravadas. 

Tenho nojo da puta 
Que dá pra mais de um 
Tenho dó do que ama 
O seu espelho nu. 

Guerra de espadas 
Maçãs negras e 
Avermelhadas 
Toque da poesia 
Que masturba 
A entranha aveludada. 

E jorra o gozo 
Sem culpa 
Sem medo 
Em caixa d’água 
Feito desespero. 

E poetisa 
Encanta-se com a canção 
Pois todo dia é cachaça 
Fumo e trepação.


Jéssica do Vale

2 comentários:

  1. Bom dia... bem forte, o seu poema, mas não deixa de ser muito lírico, na sua crueza. Adorei! bastante digno.

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  2. Limerique

    A manhã exsudava orvalho
    Olhos fixos em Tetê Carvalho
    Essa menina enxuta
    Era excelente puta
    E sorvia com gosto meu caralho.

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