Viajantes Interplanetários

sábado, 31 de agosto de 2013

O BONDE ANDANDO


As formalidades e clichês sociais vez por outra me colocam em posição de constrangimento. “Oi, prazer! Meu nome é...” é uma das piores para mim. Entre antissocial e tímido, fico com os dois rótulos, mas o buraco é mais embaixo... Há quem se orgulhe de ter o marco de espaço/tempo de cor. “Conheci fulanx tal dia, tal hora, tal lugar”. E daí?
Relacionamento não se faz por decreto. Prefiro deixar a fronteira sem cercas, a sensação que tenho é que assim preciso lutar diariamente para firmar o meu lugar. Gosto de ter a ilusão de que tudo está apenas no começo, em constante estado de apresentação mútua.
Fico com a impressão que minhas melhores viagens eu peguei com o bonde andando. Pegá-lo no terminal não me trouxe nada além de ansiedade.
Não faço a menor ideia do que determinei como meu primeiro poema, por exemplo. Ninguém me apresentou à poesia, continuo agindo como se só a conhecesse de vista, em fila de banco ou com algum amigo distante em comum.
Sei que marcos são inevitáveis mas, porra, se for para colocá-los em tudo e em todos, melhor torná-los inviáveis.


Fred Caju

E você aí vacilando sabendo que hoje tem Sábados de Caju...
    

3 comentários:

  1. E é bem assim...entre um bonde e outro temos muita coisa pra contar...
    Desejo-lhe um lindo final de semana.
    bjs
    Joelma

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    Respostas
    1. Limerique

      Se é bonde parado não vai passando
      Sem um começo ou fim vai ficando
      Contudo Fred Caju
      Poeta bom prá chuchu
      Prefere apenas bonde andando.

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