Viajantes Interplanetários

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DOMAR DEMÔNIOS

Inferno / A Divina Comédia. Salvador Dali

Isto é uma egotrip. Uma viagem aos territórios da métrica e do ritmo com escala na preguiça mental. A paisagem pode ser repetitiva e o voo é dispensável, mas a passagem é gratuita: quem quiser que fique ou embarque noutra. Há outras inúmeras opções.
Em 2008 dei início a um arco de vinte poemas com temática fechada. Achei pouco. Nesses vinte poemas pus em jogo todo um projeto de identidade poética. Era a pedra definitiva aos impulsos da juventude, a declaração de guerra oficial contra a preguiça mental e a extinção do fácil. Era isso ou mais do mesmo. Praticamente não tive escolha.
A rigidez temática do arco se transpôs para a estrutura de todo o conjunto. Foi quando inaugurei dentro dos meus poemas a “métrica por caracteres”. Como eu não tinha pleno domínio dos ritmos sonoros mas urgência em virar a página, acabei metendo a cara pra fazer do meu jeito. A contagem do verso se dava pelo número de toques no teclado (o que foi foda, considerando que escrevo sempre à mão), foi um exercício de contenção e intuição para fechar os vinte poemas.
Terminei o serviço de pau duro. E foi aí que a poesia passou a ser uma conquista diária e paulatina.
Euforia à parte, aprendi que forma também é conteúdo. Que não existe hiato de criação diante de nenhum empenho. Dominar o inferno é a extinção do tédio, mas para a manutenção da sanidade às vezes é necessário fingir que a solidão é insuportável.


Fred Caju
  

6 comentários:

  1. Isso tudo que vc disse rendeu um poema, em breve te mostro - ainda estou ajustando o danado.

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  2. CAJU NO SUCO ACADÊMICO LETRISTA BRASILIS EDIOTORE

    Spawn o span da nova poesia
    Espanta e encanta com sua ousadia.
    Trabalha com a métrica sem titubear.
    Caju atira em cus, vai encarar?

    A repetir prefere a coisa inovar
    E essa briga ele sabe comprar!
    Talvez novo Guesa esteja no ar?!
    Com certeza dará o que falar
    Hoje ou no tempo Sousa, Quiçá!
    Não sou eu, o tempo dirá!

    D.Everson

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  3. Limerique

    Vate teve alumbramento na real
    Lhe sobrou criatividade afinal
    Buscou no fundo do baú
    Desnudou-se Fred Caju
    Não matou a cobra, mas mostrou o pau.

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  4. Limerique

    Fred Caju o menestrel das esquinas
    Faz coisas que nem deus imagina
    Grande mestre de morfemas
    E manda bem nos poemas
    Só prá comer a bunda das meninas.

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