Viajantes Interplanetários

terça-feira, 26 de novembro de 2013

DUAS DE CINCO

Compro uma pistola do vapor
Visto o jaco Califórnia azul
Faço uma mandinga pro terror
E vou...

É o cão, é o cânhamo
É o desamor, é o canhão
Na boca de quem tanto se humilhou

Inveja é um desgraça
Alastra ódio e rancor
E cocaína é uma igreja
Gringa de le chereau

Pra cada rap escrito
Uma alma que se salva
O rosto do carvoeiro
É o Brasil que mostra a cara

Muito blá se fala
A língua é uma piranha
Aqui é só trabalho
Sorte é pras crianças

Que vê o professor
Em desespero na miséria
Que no meio do caminho
Da educação havia uma pedra

E havia uma pedra
No meio do caminho
Ele não é preto velho
Mas no bolso leva um cachimbo

É o sleazestack
Dos zóio branco
Repara o brilho
Chewbacca na penha
Maizena com pó de vidro

Comerciais de TV
Glamour pra alcoolismo
É o Kinect do XBox 
Por duas buchas de cinco

HA-HA-HA-HA-HA-HA
HA-HA-HA-HA-HA-HA
Chega a rir de nervoso
Comédia vai chorar

Compro uma pistola do vapor
Visto o jaco Califórnia azul
Faço uma mandinga pro terror
E vou...

E eu fico aqui pregando a paz
E a cada maço de cigarro fumado
A morte faz um jaz
Entre nós

Cá pra nós
E se um de nós morrer
Pra vocês é uma beleza

Desigualdade faz tristeza
Na montanha dos sete abutres
Alguém enfeita sua mesa

Um governo que quer acabar com o crack
Mas não tem moral para vetar
Comercial de cerveja

Alô, Foucault
Cê quer saber o que é loucura?
É ver Hobsbawm na mão dos boy
Maquiavel nessa leitura

Falar pra um favelado
Que a vida não é dura
E achar que teu doze de condomínio
Não carrega a mesma culpa

É salto alto, MD
Absolut, suco de fruta
Mas nem todo mundo é feliz
Nessa fé absoluta

Calma, filha
Que esse doce
Não é sal de fruta
Azedar é a meta
Tá bom ou quer mais açúcar?

HA-HA-HA-HA-HA-HA
HA-HA-HA-HA-HA-HA
Chega a rir de nervoso
Comédia vai chorar

Compro uma pistola do vapor
Visto o jaco Califórnia azul
Faço uma mandinga pro terror
E vou...

Autores: Criolo, Rodrigo Campos, Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral

2 comentários:

  1. Limerique

    Um passeio mórbido, um pot-pourri
    Uma sinfonia escrota em dó re mi
    Assombrosa realidade
    No Bas-fond da cidade
    Na verdade um fatal haraquiri.

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