Viajantes Interplanetários
domingo, 23 de março de 2014
ORELHA-DE-PAU
Poesia pra mim
é como a língua do pê:
o meu módulo
o meu código
o meu hobby
minha tv.
E mais:
meu quadro clínico
meus quatro cantos:
leite e veneno
eros e tânatos.
Meu mal de parkinson
& diversão:
paralisia agitante
tremores rítmicos
festim do instante
festinação.
Poesia pra mim
é também pa'
ludismo
um-ismo atávico
índico
pacífico
lusitano.
Produto brasileiro:
copyright by mimesma
desde a iniciação:
a febre intermitente
a malária
a maleita
a sezão.
Agora, o poema
em seus estratos
contratos cassações...
Se a poesia é pura
pária in'válida
meritória meretriz...
Isso é assunto oracular
que já se perde
nas esfinges dos séculos
de indagações.
Na bolsa de valor
essa avis rara
faz-se e refaz-se
o poema
ao câmbio negro
da hora.
Efêmera é a flor
em suas razões:
misterioso monólogo
interior
com os seus
botões.
Maria do Carmo Ferreira
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Bom dia!
ResponderExcluirFoi um prazer enorme conhecer seu trabalho.
Quero parabeniza lo ...
Um abraço fraterno,ao amigo.
Bom domingo...
Sinval
Poeta também é gente
ResponderExcluirPara alguns poesia é algo orgânico,
É conversa interior com seus botões.
É como aflorar de material vulcânico,
Que acende suas dúvidas e questões.
Se responde, também faz perguntas
De atávicas até novas lucubrações
As quais, como acervo todas juntas,
Levantam novos porquês e senões.
Poesia as vezes pode ser espasmo
De um incontrolável afluxo de energia
Cheia de crítica, reflexão e sarcasmo,
De poeta louco precisando de terapia.
Mas nunca deve parecer pleonasmo,
De criação sem vida como arte vazia.