Viajantes Interplanetários

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Para chatear os imbecis

Meu poema não cabe
em guardanapo
ou em cartão colorido.
Meu poema tem libido,
tem vontade de crescer.
Meu poema é pra quem lê,
pra quem não tem preguiça.
Meu terceto te atiça
e cresce pra te caber.
Meu poema não manda recado.
Anda armado pra contra-atacar.
Meu poema é pra cuspir e pra beijar
porque não se contenta com pouco.
Meu poema não é oco,
não é anacrônico.
Meu verso é um mal bubônico
e a sua própria cura.
Gotas de poema pra quem murmura,
tô fora!
Meu poema é nunca ou agora,
vai ou racha martelo no dedo.
Quem tem medo
então fica.
É buceta e é pica,
nunca pétala de flor.

- Fernando Mifô -

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