MARIA E EU
“Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
Soneto da Separação – Vinícius de Moraes
Entre Maria e Eu tudo corria bem.
Nos amávamos,
Beijávamos,
Namorávamos eternamente.
Não em berço esplêndido,
Em uma simples casa,
Que possuía apenas uma cama.
E tudo era bom.
Na verdade, nem tudo.
Faltava algo.
Que nem Maria, nem Eu sabíamos o que era afinal.
O fato é que partimos em busca disso que faltava.
Navegamos mares, atravessamos desertos sem fim.
Passamos fome, sede e carência.
Ficamos completamente vulneráveis às intempéries da vida.
Este foi nosso mal.
Saímos em busca daquilo que não sabíamos o que realmente era.
Pusemo-nos a pensar o que nos faltava,
Sem dar-nos conta o que já possuíamos
E era nosso de direito.
Mas que tolice!
Enquanto Maria e Eu partimos para a nossa jornada
Não demos por conta que rumávamos para o fim.
Insistimos na partida e esquecemos aquilo que sempre esteve ao nosso lado:
O AMOR.
Algo que não apenas sentíamos,
Mas vivenciávamos.
E agora, Maria e Eu somos meros bandeirantes,
Desbravadores do que nos faltava,
E que hoje já não preenche.
Pois ao partir perdemos aquilo que nos dava sentido,
Que iluminava nossa existência,
Nosso farol de direção.
Fomos embora e esquecemos em casa o AMOR.
Que hoje mora só, sentindo saudades de Maria.
Agora eu não posso falar mais nada, nem tão pouco meu amigo Edu poderá soltar a sua voz pelo corredor, cantarolando uma canção que era somente dela: A MARIA! Um canção de amor.
ResponderExcluirDaniel, só tenho uma coisa a dizer-lhe: Os poetas se entendem e, talvez, se complementem. Adorei o comentário.
ResponderExcluirE por tantas vezes sentimos falta de algo e não percebemos que já o encontramos...
ResponderExcluirNão gostaria nunca de sentir a falta de algo que não se sabe. A falta do amor nos cega, e não o amor!
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