Cleopatroniana
Fogo furor afago
Água amor amargo.
Sorriso; doce anjo.
Pele; pétala macia.
Temperamento; manso arcanjo.
Mulher; fêmea supremacia.
Na memória sou Álvares, nos versos transpiro Castro.
Minha sudorese irriga a semente que germina nos jardins cárdicos
Meu odor suspeito Hermes exala Afrodite, faz mover paralíticos
E mudo abrir-se em cânticos.
Minha musa de boca macia e carnuda
Na eterna, sugere as fábulas dos poemas de Neruda.
Constante cartaz de busto polido pela própria Vênus.
Lábios simétricos aos contornos de uma concha no pé de praia.
Deusa que tirei do pedestal como brisa leve; suculento lábio,
Que lapida a voz que encharca minha audição hábil.
Entretanto ilúcida, na tonteira cai sempre nas barbatanas alheias de
Um boto
Como uma onda que arrebenta em Cala Di Sotto.
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