Viajantes Interplanetários

sexta-feira, 2 de março de 2012

BOCA DA NOITE

Era uma palmeira assobiando ao vento,
Leda, balançando ninhos de canários.
Era da capela o bronze centenário
Embalando o sol vermelho, sonolento.

Era uma mangueira. Era uma cantiga
E uma cigarra, um mugido, um grito.
Era um violão chorando um choro aflito
E um cantochão, uma novena antiga.

Uma monjopina no balcão da venda;
E um caçador multiplicando os feitos.
Uma conversa, um gol, um par de peitos
E uma tocáia, um plano, uma contenda.

Um morcego pendurado à telha;
Uma dona esguelha um gajo na esquina.
No sermão o padre tudo recrimina
E ainda um cheiro de jabá na grelha.


Edvaldo Bronzeado
 

15 comentários:

  1. Era um poeta
    Emoldurando a noite
    Profeta esteta.

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  2. Esse poema abduzido rs, é lindo. Muito abrangente, o Edvaldo falou de tudo.Gostei mesmo. Um beijo, Fred!

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  3. Fred, você já leu o livro:"A vida no Planeta Marte e os Discos Voadores", de Ramatis? Abraços!

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    1. Não conheço, Shirley, mas sendo tão a cara do blog assim, vou anotar essa indicação. Abraços!

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  4. A noite rotineira
    do poeta em insônia
    a perceber o desenrolar
    da vida noturna.

    Muito belo.

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  5. Bonito de mais! Parece uma dessas letras do Xangai!

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  6. Há muita fartura
    De eventos notáveis
    Na noite escura

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  7. Noturno

    Era um (re)canto
    que da boca da noite
    ao longe se ouvia.

    Linda, linda, poesia!
    Bjs.

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  8. Respostas
    1. E é Bronzeado viu Everson?
      Não Prateado! Hahahaha *irmã do mal*

      :P

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  9. Grande Bronzeado.
    Poeta porreta que ainda envia cartas para trocar poesias *-*

    Arrasou na escolha Caju!
    :*

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