Viajantes Interplanetários
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Expoentes da “Geração 65”: ESMAN DIAS
ACTA EST FABULA
A Domingos Alexandre
Morre o poeta.
Morre, com ele, toda a luz do mundo:
o espaço do seu rosto, o mar profundo,
a aurora e um pôr-do-sol escandaloso.
Morre o poeta e morre o Ocidente.
E o Oriente. E os pontos cardeais.
Morrem as estrelas. Morre o firmamento.
Morrem as sombras do pântano e o arvoredo,
todos os santos, todos os escribas,
os dias da semana, a quarta-feira.
E o próprio tempo, imóvel, que agoniza:
foi-se o olhar que no relógio via
a marcha, alegre e triste, dos ponteiros.
Morre o poeta.
Morre a alegria.
Morre tudo o que flui: morre a poesia.
Morre o poeta.
E morre o mundo inteiro.
Esman Dias
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O poeta morre
ResponderExcluirO mundo ensombrece
Alegria escorre.
Morre o poeta
ResponderExcluirDeixa o mundo mais feio
Morreu um esteta.
Mas ei,
ResponderExcluiro poeta não pode morrer.
Morre sim, a carne
Mas a poesia
há de prevalecer.
Então vive ele,
Naquilo que soube escrever.