Viajantes Interplanetários

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma ode:


A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.


Ricardo Reis
    

8 comentários:

  1. O que é incrível na obra de Fernando Pessoa são os heterônimos dos quais ele se utilizou.Ao ler Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro, você imagina que sejam realmente entes de personalidades distintas.

    Poema difícil esse que postaste, cajuíno amigo! É para ler e reler, no entanto, muitíssimo bonito. Típico de Pessoa! Uma vez vi Caetano dizer que entre dois versos de Fernando pode existir um romance inteiro!

    Muita paz!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Confira lá Caju.

      http://www.youtube.com/watch?v=IrUqufrbS-k

      Chega me dar arrepios ler ou ouvir este poema!

      Excluir
    2. Massa, Cristiano. Já tinha visto. Deixar um brinde aqui:

      PESSOAS

      Álvaro, Ricardo ou Alberto:
      foi com qual Fernando
      que ficaste boquiaberto?


      (Fred Caju)

      Excluir
  2. Na mente ecoa
    Versos de Ricardo Reis
    "Alter" de Pessoa.

    ResponderExcluir
  3. Como disse o Cristiano, é um poema difícil, pra ser lido e relido.

    Mas inexoravelmente belo.

    ResponderExcluir
  4. tava lendo esse poema hoje no busão coincidência ou não kkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir