Viajantes Interplanetários

segunda-feira, 16 de julho de 2012

FILOSOFANDO A TOA-14*


(Sobre as drogas)
 
Por: Célio limA.

“Drogas é o segundo copo d’água depois o primeiro já matou a sede.” (YOKO ONO)

Para poder falar algo sobre drogas licitas e ilícitas e sobre legalização ou proibição das substancias. Gostaria de deixar claro que o problema no Brasil não se é a grande quantidade de leis existentes mais sim a falta do rigor do cumprimento das mesmas. E temo como exemplo recente o desrespeito para com a lei seca, há relatos de autoridades ou de pessoas que utilizam a expressão do “sabe com que você tá falando?”, para burlar a lei ou para a recusa do simples teste do bafômetro, outro exemplo é a falta de respeito dos que legislam e executam as leis no que se refere ao anseio da sociedade civil além de outros interessados na aprovação do projeto da “ficha limpa”, cujo qual continua sem ser definido, falo em relação aos candidatos ao pleito municipal deste ano que irão concorrer ao mandato mesmo estando com as contas (mandatos) reprovadas.

A mídia principalmente a televisiva estampou excessivamente nos meses passados um bombardeamento de matérias referentes à cracolandia. Sei o quanto o crack tem se espalhado pelo país e vitimando pessoas de todas as camadas sociais, tenho amigos que caíram nas garras dessa droga e que hoje vegetam igual a zumbis. Sei diferenciar um mero usuário de maconha a um traficante de cocaína ou a empresa gigante que comanda tais determinados quartéis etc. Têm ocorrido campanhas interessantes contra a discriminação do usuário etc. tem sido reportado sobre reformas nas leis a partir do dialogo com a sociedade, o que será produtivo quando isso ocorrer.

A sou de opinião favorável a legalização de qualquer substância que o individuo queira usufruir por pura experiência, curiosidade ou por consumo diário ou moderativo. Direi, a grosso modo, que o individuo tem o direito de se drogar, ou, o direito de se autodestruir, como o direito de praticar e cultuar qualquer mito ou crença na sua particularidade ou em contato com os iguais perante a procedência de tal tribo ou comunidade.
Porém, afirmo que o estado tem o direito maior de conscientizar, de cobrar e de punir o individuo, quando este fizer mau uso do seu direito e da sua liberdade para com o outro ou para com a sociedade. Seja quando o individuo cometer algum delito seja sobre efeito de cerveja, sobre o efeito do crack, sobre interpretação de alguma crença ou sobre o uso de alguma outra nova substância que surgirá qualquer dia desses.   -Célio limA.-

“E se a vida pede a morte. Talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui. E a cada beijo do desejo. Eu me entorpeço e me esqueço, de tudo o que ainda não entendi.” (MARCELO NOVA)


“OBS: Célio limA.(ATIVISTA CULTURAL) É filosofo por natureza; anarquista por tesão e poeta por diversão. Membro fundador dos movimentos literanarkos:  A Sociedade dos Filhos da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs:       http://salveopoetasalve.blogspot.com.br/http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/ http://poetasdemarte.blogspot.com/ http://tribunaescrita.blogspot.com
         Atualmente cursa: FILOSOFIA-UFPE.


*Todas as opiniões a cima expostas são de interira responsabilidade do autor. Longe de censurar o autor apenas esclarecemos: essa não é uma opinião, a respeito de entorpecentes, de toda a equipe do Poetas de Marte, e, sim um ponto de vista particular de nosso colaborador. (D.Everson).

14 comentários:

  1. Prezado Célio,

    a discussão sobre a legalização ou não de drogas e o consumo consciente ou não delas já foi tema discutido aqui nesse espaço. Concordo com seu último parágrafo, contudo há efeitos colaterais seriíssimos. Na Holanda, por exemplo, a maconha foi legalizada e, nos bares, podem ser vendidos 5 g da droga livremente. Mas a produção(plantio) e importação continuam sendo proibidos o que acarreta assim,uma incidência do narcotráfico.Outros lugares, tais como Zurique, tiveram que se conter nesse rumo, pois, apesar de a parte da população que consume ser pequena, atrai muitos turistas por conta disto. Os grupos de criminosos se mativeram atuantes.

    Convenhamos, caro Célio, que o nosso país, com um pouco mais de 500 anos de história de civilização, não muito eficaz, diga-se de passagem, não deve estar mais bem preparado e consciente do que os lugares que citei. Se há probelmas de manipulação e comércio com drogas lícitas no mercado de estética, imagine no que tudo isso resultaria.As brechas nas leis mal formuladas por legiferantes eleitos simplesmente por terem sido cantores ou desportistas, sem preparo algum...

    Não vejo isto dar certo mesmo.
    Contudo, assim como sua bela postagem, é só o ponto de vista de um cidadão que acompanha medianamente o que acontece nas cercanias de seu país!

    Muita paz!

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  2. Concordo com o Marcell. Nosso país precisa amudurecer, por que os políticos são as frutas podres do cesto, e, não têm capacidade, no momento, de criar uma política para tal proposta discutida aqui sem que as brexas da lei acobertem A ou B.

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    1. Daniel,

      a coisa vai muito além disso. Os governantes são postos por nós mesmos. Pense comigo, sou professor de matemática há mais de quinze anos e não consigo compreender o porquê de não termos aulas de direito constitucional na grade curricular! Acho graça quando vejo um candidato a deputado estadual prometendo que vai asfaltar as ruas de um bairro.Isso não é da sua alçada.Ele legifera, faz leis e fiscaliza as contas.O povo porém, desconhece as atribuições de cada função política e porquanto são enganados.
      A escola deveria reduzir um pouco o conteudismo saturado e informar a sociedade as atribuições dos governantes, as leis que regem o estado município, etc..

      Daniel, meu caro amigo, eu penso que está tudo ERRADO!

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    2. Everson,
      Temos o estranho hábito de atribuir aos "políticos" as mazelas de nossa sociedade esquecendo que essa maldita classe é parte indissociável de nós (sociedade brasileira) mesmos. De onde veio essa classe de bundões, trapalhões e ladrões? Resposta: Do seio da sociedade que a condena as vezes. Abraços e obrigado pelas reflexões valiosas.

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  3. Caro Célio,
    Legalizar ou despenalizar é apenas parte da questão. O "liberou geral" pode ter seus atrativos, mas numa sociedade como a nossa (e não vamos culpar apenas os políticos ou o 'governo') que não preza leis e regras, uma liberalização poderia ser interpretada como uma utilíssima forma de contestar toda a estrutura civilizatória e reverter o pouco que resta de coesão do tecido social. Tenho para mim que o indivíduo é tão importante quanto a sociedade que o acolhe e que a liberdade de escolha é um bem fundamental, mas quando a liberdade de se auto destruir acarretar ônus pesados para aqueles que optaram por viver de acordo com regras de boa saúde temos que pensar um pouco melhor até onde a liberdade de uns pode interferir na liberdade dos demais. Abraços e parabéns pelo belo texto, JAIR.

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    1. Realmente, enciclopédico amigo, não podemos culpar somente políticos. Somos parte do erro certamente!

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  4. Sobre o amadurecimento político do país, penso que esperar é continuar com a guerra perdida. Política de redução de danos começa a ser implantada a partir do momento que se acaba com a hipocrisia. Como a Holanda foi citada por Cristiano, eis um dado recente: o tráfico cresceu após a proibição de venda para turistas.

    Perguntas bem simples: o proibicionismo reduz consumo E tráfico? Quem mais ganha com o que é proibido? Usuário OU traficante?

    Agora perguntas mais complexas: como o Estado vai interferir? Fazendo clínica e tratando usuário como doente? Forçando reabilitações? Proibindo não de se usar mas de se plantar ou fabricar?

    Uma coisa eu sei: tem muita gente morrendo e não pelo consumo, mas pelas formas de acesso ao consumo. Outra coisa também sei: nenhuma instituição tem braço pra deter o consumo. Há séculos a humanidade faz uso de diversas drogas. Elas só passaram a ser problemas a partir do momento que foram proibidas.

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    1. Caju,
      tem mais gente morrendo pela forma de acesso ao consumo que gera a violência do que pelo consumo indubitavelmente.

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  5. É um papo muito pesado esse, acho que seria uma solução o bom senso político e das pessoas que curtem os baratos. No mais não sou a favor de liberação no Brasil atualmente com as leis sendo construídas por um bando de corruptos. Jair está certo, a culpa tb é nossa (povo) que votamos nessas peste. A solução está realmente em educar as pessoas em escolas, de boa qualidade. No mais as piores drogas ainda continuam sendo consumidas na boa, e uma delas ainda carrega metade da propaganda: o álcool!

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  6. PREZADOS LEITORES E AMIGOS (LI ATENTETAMENTE OS COMENTARIOS ACIMA E CONTRIBUIREI COM ESSE BATE BOLA PENSANTE)...
    EM PRIMEIRO É UM PRAZER DA MINHA PARTE QUE ESSA COLUNA VENHA MOVIMENTANDO ESSE DIALOGO, PROVOCANDO DUVIDAS E DEGLADIAÇOES DE IDEIAS...
    EM SEGUNDO NAO TENHO A MINIMA INTENSAO DE ESCREVER POLEMICAMENTE. APENAS A INTENSAO DE POSSIBILITAR OUTRAS POSSIBILIDADES DO EXISTIR OU PERSPECTIVAS. E VEJO OS ENSAIOS CAMINHANDO NESSA DIREÇAO...

    CAROS CRISTIANO/EVERSON JA TINHA DIVAGADO UM POUCO SOBRE OS PROBLEMAS ESPOSTO POR VOCES E VEJO Q MINHA OPINIAO SE JUSTIFICA NO ULTIMO PARAGRAFO QUANDO DIGO QUE CABE AO ESTADO CONCIENTIZAR (EDUCAR OS SEUS). O Q LEVARIA TAL PROCESSO OCORRER DE FORMA MAIS OBJETIVA EM TAL SOCIEDADE CONCIENTE (IDEALIZADA). ESSE NAO É O NOSSO QUADRO ATUAL. SEGUIREMOS O CONSELHO DO GEORGE ORWELL NO LIVRO "1984" CITAREI A GROSSO MODO: " A SOCIEDADE JAMAIS TOMARAO CONCIENCIA ENQUANTO NAO SE REBELAR E NAO SE REBELARAO ENQUANTO NAO TOMAREM CONCIENCIA"...?... O QUAL PARTIDO VOCES PREFEREM O DO PENSAMENTO DO ZECA PAGODINHO : "DEIXO A VIDA ME LEVAR" OU O DO GERALDO VANDRE : "QUEM SABE FAZ A HORA E NAO ESPERA ACONTECER". EU OPTO POR O SEGUNDO. E VEJO EM CAMPANHAS COMO A “Lei de Drogas: é preciso mudar” QUE vai recolher um milhão de assinaturas para apoiar o Projeto de Lei que será apresentado ao Congresso Nacional no segundo semestre de 2012 com o objetivo de mudar a atual legislação sobre drogas.

    http://www.eprecisomudar.com.br/
    UM PASSO PARA O DIALOGO DA SOCIEDADE CIVIL...SEJA EM DEBATES OU NA UTILIZAÇAO DE POSSIVEIS PLEBICITOS ALGUM NORTE SURGIR...

    CAROS JAIR/CAJU ESTOU DE ACORDO EM PONTOS TAIS COMO O DE QUE SOMOS RESPONSAVEIS PELO DESENROLAR DA NOSSA HISTORIA E QUE O CENARIO POLITICO REFLETE A NOSSA CULPA, ARROGANCIA E DESCASO PARA COM A POLIS... QUE A DISCRIMINAÇAO EMBORA SEJA SO UMA PARTE DA QUESTAO, POREM FAREI MINHA AS PALHAS DO CHICO CIENCIA : "UM PASSO A FRENTE E VOCE NAO ESTARA MAIS NO MESMO LUGAR"... E QUE A ATUAL POLITICA EM RELAÇAO AS TAIS SUBSTANCIAS TEM FAVORECIDO AO ASSASSINATO, A MARGINALIZAÇÃO DO INDIVIDUO, ALEM DE SER UMA POLITICA E QUEM NAO CONCEGUE COMBATER O TRAFICO, OS QUARTEIS ETC... QUE VEM PAGADO O PREÇO POR TUDO ISSO É AS FAMILIAS PRINCIPALMENTE AS MAIS CARENTES VITIMADAS E CRIADAS POR TODA ESSA (OU ESSES Q FAZEM DIRETAMENTE OU INDIRETAMENTE TAL) INDUSTRIA...

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    1. O que fica patente pelo variado leque de opiniões é que esse assunto rende muito e deve ser abordado mais vezes.

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    2. Isso mesmo, Célio. É preciso mudar. Também assinei e peço a todos que assinem: http://www.eprecisomudar.com.br/

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  7. Constatada derrota da estúpida guerra às drogas, tendo em vista que o homem ao longo de sua história sempre procurou substâncias que lhe proporcionassem estados alterados de consciência em praticamente todas as culturas do globo, acho burro insistir no mesmo erro antinatural.
    Eu sou a favor da liberdade do sujeito. O Estado não deveria poder legislar sobre o que acontece dentro do meu corpo, pois este é território de minhas liberdades individuais, o cerne do que me faz indivíduo e não mais um espaço governamental de um estado em que eu nem acredito.
    Realmente, o crack e o vício em diversas outras drogas são problemas sérios, principalmente por sua ligação com a violência. É necessário deixar claro que a quantidade de viciados em crack no Brasil, apesar do tanto que esta mídia embusteira fala, não chega a nem perto do número de alcoólatras. Mesmo assim, vc não vê propagandas imbecis na TV como "Cerveja: nem morto!" Muitos podem dizer: mas não se compara o poder de adicção de uma substância com outra. Concordo com o argumento, mesmo assim não há políticas efetivamente sérias nem para a redução de danos do álcool, que é uma substância que gera violência muito mais pelo seu consumo do que por sua venda.
    O grande problema foi que na hora da demonização das substâncias, o álcool e o tabaco já movimentavam uma grande indústria pela Europa e EUA. E eram consumidos por todas as classes sociais, diferentemente da Maconha, da Cocaína e da Heroína. Além disso, o álcool é visto como uma droga sagrada também dentro do catolicismo. No entanto, as estatísticas desta substância em termos de vício e violência e mortes geradas pelo consumo são muito piores do que as do LSD ou ecstasy, por exemplo.
    Uma política de redução de danos também não é um internamento compulsório. Redução de danos é garantir uma substância mais pura e controlada pelo Estado, tirando este poder da mão dos traficantes. É fornecer para todos aqueles que se propuserem a tanto um tratamento digno por conta do próprio Estado e não de entidades religiosas. Afinal de contas, cada vida é só uma e o próprio indivíduo deve decidir o que fazer com ela.

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