Viajantes Interplanetários

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Alexandre Aguiar no Castanha Mecânica (Poesias Mal-Feitas de um Poeta Fracassado)



Só não afirmo com total veemência que as Poesias Mal-Feitas de um Poeta Fracassado de Alexandre Aguiar é um canto fúnebre e mórbido, porque há sim uma exautação à vida nele. E quando a vida aparece leva muita porrada: é denúncia atrás de crítica como todo bom observador periférico sabe fazer. Angústia em vida, angústia em morte é assim que o poeta se apresenta em sua coletânea.   

CONFIRA O E-BOOK LÁ NO CASTANHA MECÂNICA.


POESIA MAL-FEITA DE UM POETA FRACASSADO

Lembranças melancólicas invadem meu pensamento,
como uma saudade nunca lembrada,
como uma emoção nunca vivida.
Retorna na minha pobre mente que
a cada dia não se renova,
que a cada dia vai se deteriorando ficando
vazia...

Nada mais me mantém alegre,
só o vazio e a solidão
é que têm espaço no meu coração.
Nada mais me anima,
tudo me corrói,
fala-me mal, me destrói.
Sofro infinitamente por não saber o que é,
qual o significado dessa angústia
que não me abandona mais,
que mora comigo agora,
que nunca me deixa para traz.

Não existe melhora, tudo se desfez.
Fui alguém um dia, mas hoje
sou um ninguém, que perambula por aí,
que não fala com ninguém,
abandonado por si mesmo,
extremamente sozinho.

Sozinho por não ter amigos?
Sozinhos por não ter amores?
Sozinho por não ter inimigos?
Sozinho por não ter desamores?
Não...
Sozinho por não ter a si mesmo,
por não ter se encontrado,
por ter vivido todos esses anos
e sempre ter achado certo o que era errado.
Certamente fui enganado,
tudo que disseram não passa de mentiras,
e de mentiras vivo e de mentiras fico marcado.


Alexandre Aguiar
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário