Vejo a cidade que todos pensam que dorme.
Suas luzes, que iluminam sonhos de concreto,
Pois, de concreto, se desejam abrigos.
Olhando através do vidro da janela
Vejo a inquietude dos que não dormem,
A ascender e apagar, incessantemente,
As luzes de seus abrigos de concreto.
Através dessa janela de vidro ouço os ruídos
Da cidade que todos pensam que dorme.
Ruído produzido por aqueles que, mesmo sonhando,
Afundam em seus leitos, pesados como o concreto.
Olhando para o vidro da janela
Vejo o reflexo de dois olhos vermelhos,
Destacados em um rosto pálido como o concreto,
Dos quais brotam, e pelo pálido rosto escorrem,
Dois veios transparentes, brilhantes e salgados.
Abriu-se a janela...
Fugiram o sono e os sonhos...
Restauram o silêncio e a dureza do concreto.
Ricardo Frederico Banholzer
Agosto/2012.
Limerique
ResponderExcluirEra uma janela transparente
Pela qual viajava sua mente
Mesmo sendo discreto
Você via concreto
Até porque tudo era aparente.
Maravilhoso... depois do brilhante comentário do Jair, abstenho-me de escrever o meu...
ResponderExcluirMe sinto lisonjeado.
ExcluirQuero ver quando esse poeta fará um blog =D
ResponderExcluir