Viajantes Interplanetários

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Janela de Vidro



Olhando através do vidro da janela
Vejo a cidade que todos pensam que dorme.
Suas luzes, que iluminam sonhos de concreto,
Pois, de concreto, se desejam abrigos.

Olhando através do vidro da janela
Vejo a inquietude dos que não dormem,
A ascender e apagar, incessantemente,
               As luzes de seus abrigos de concreto.

Através dessa janela de vidro ouço os ruídos
Da cidade que todos pensam que dorme.
Ruído produzido por aqueles que, mesmo sonhando,
Afundam em seus leitos, pesados como o concreto.

Olhando para o vidro da janela
Vejo o reflexo de dois olhos vermelhos,
Destacados em um rosto pálido como o concreto,
Dos quais brotam, e pelo pálido rosto escorrem,
Dois veios transparentes, brilhantes e salgados.

Abriu-se a janela...
Fugiram o sono e os sonhos...
Restauram o silêncio e a dureza do concreto.

Ricardo Frederico Banholzer
Agosto/2012.

4 comentários:

  1. Limerique

    Era uma janela transparente
    Pela qual viajava sua mente
    Mesmo sendo discreto
    Você via concreto
    Até porque tudo era aparente.

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  2. Maravilhoso... depois do brilhante comentário do Jair, abstenho-me de escrever o meu...

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  3. Quero ver quando esse poeta fará um blog =D

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