nem o sol nem o orvalho,
esperemos brotar a manhã
em seu fino prisma
dissipando as cores do arco-íris
entre suas pétalas.
Não neguemos à raiz
poder destroçar a casca da semente
e atirá-la longe, muito longe
de nossa vista,
para que aí fiquemos a sós:
eu, você e a planta.
Não neguemos ao jasmin-noturno
a moça a enebriar seus cabelos
e beijá-los com seus narizes,
colorindo as manhãs
e os crepúsculos.
Não neguemos ao coqueiro
seu ato religioso de dobrar-se
em reverência a sua majestade,
o vento.
Não neguemos às maçãs
seu direito de cair sobre nossas cabeças
e atentar-nos para a gravidade
de levar-nos tão a sério.
Não neguemos às mangas verdes ou rosas
seu dever de serem doces,
saborosas e suculentas ao abrir-se
para a língua erótica
a lambuzar-se.
Deixemos que as árvores cresçam,
elevem-se aos céus
e busquem a sabedoria de sua luz,
que estourem o cimento das calçadas,
destruam muros e cercas.
Deixemos que se apoderem
de tudo o que é primordialmente seu:
as casas, as estradas, os jardins,
nossos carros e corpos,
que cubram os nossos olhos,
cabelos e sexos.
Deixemos que a erva cresça
em nossas cabeças
e que consuma
todos nossos sentidos
e que, em sua música,
nos traga o som da chuva
e o bater das asas da mariposa.
Deixemos que a erva cresça:
não neguemos a ela seu direito de existir.
Inácio Carranca
Blog do Carranca: CARRANCUDO, apesar de TUDO.
profundamente lindo esse poema!
ResponderExcluirum beijo
Deixemos a erva crescer... e não neguemos ao poeta o direito de sonhar!
ResponderExcluirÉ eco maconha
ResponderExcluirFaçam seus baseados
Fumem sem vergonha.
Fumem, sem-vergonhas!
ExcluirDIAMBA
ResponderExcluirNegro velho fuma diamba
pra amassar a memória.
O que é bom fica lá longe…
Os olhos vão se embora pra longe.
O ouvido de repente parou.
Com mais uma pitada
o chão perdeu o fundo.
Negro se sumiu.
Ficou só uma fumacinha.
- Ai leva-me-leva.
E a fumaça tossiu:
Apareceu então uma tropa de elefantes enormes trotando
ciquenta elefantes
puxando uma lagoa.
- P’ronde é que vocês tão levando essa lagoa?
Tá derramando água no caminho.
A água do caminho juntou
correu correu.
Fez o rio Congo.
- Ai leva-me-leva.
Aquele navio veio buscar o rio Congo.
Então as florestas se reuniram
e emprestaram a sombra pro rio Congo dormir.
Raul Bopp
:)
Limerique
ResponderExcluirEra um carinha de vida bisonha
Convenceram-no a fumar maconha
Mas que bela vida!
Toda colorida!
Ando nu e não sinto vergonha.
é... a erva nada tem a ver com a educação que o homem recebe... bjuuu
ResponderExcluir