GAVETA: GRANDE NEGÓCIO?
“abrindo
um antigo caderno / foi que eu
descobri
/ antigamente eu era eterno”
(Paulo
Leminski)
Quem participa ou pelo menos sonda os editais de concursos literários já
deve ter percebido que grande parte deles exige o envio de obras inéditas. Acho
realmente massa que aja uma preocupação em se buscar o novo, ou melhor, a
originalidade. Afinal, o Eclesiastes já dizia que debaixo do sol, não há nada
novo.
Tudo bem, tranquilo, concordo. Mas algo me incomoda na formulação de certos
editais: alguns não são claros ao que diz respeito à obra inédita. Um poema
postado no blog perdeu seu ineditismo? Publicação só é aquela com ISBN? E os
panfletos e mosquitos? O videopoema que não há registro do escrito, como fica?
Essas minhas indagações bobas me fazem me debruçar sobre a problemática
dos meios de publicação e divulgação da obra. Se as comissões que elaboram os
editais não forem transparentes, desgastes desnecessários acontecerão. É
preciso ter consciência também, que hoje o autor possui as suas próprias
ferramentas e não mais depende de editoras vampiras para a circulação de sua
obra. Ou melhor ainda, estão pouco se fudendo para pedir autorização para
alguém lhes publicar.
Cabe o relato de um caso interessante: em 2011, meu conterrâneo Daniel
Lima, aos 95 anos, foi o grande vencedor do Prêmio Alphonsus de Guimarães
(poesia) da Biblioteca Nacional. Sua obra até então esteve completamente
inédita: 27 livros, sendo 13 de poesia e 14 de filosofia. Foi pela vontade do
próprio autor manter os livros na gaveta, não havia nenhum interesse em sair do
seu círculo de leitores amigos para os concursos e premiações literárias. O
envio dos originais foi feito por uma amiga do escritor.
Acredito que o caso de Daniel não seja único, mas está longe de ser
unânime. Tem muita gente por aí querendo ser lida. É claro, quem quer se
aventurar com os editais deve seguir as regras do jogo. Chororô sem cabimento é
feio e pega mal. E uma coisa eu digo: há vida fora dos editais.
__________
Fred Caju responde pelas suas próprias opiniões, que não estão
necessariamente em unanimidade com a equipe do blog, que preza pela livre
iniciativa de seus colaboradores.
Limerique
ResponderExcluirQuem escreve come na mão do editor
Pois só os tubarões alcançam o leitor
Mas existe um truque
Publique um e-book
E mande os tubarões para onde for.
Eu mandaria para Book que pariu!!!!!
ExcluirAinda bem que há vida fora da corja politicputa do MINC, esse ministério fudido que paga uma cacetada p um bruxa fazer videozinhos que nunca vi falar. Viva a arte independente, fora do alcance desses vampiros filasdaputa.
ResponderExcluirNessa quinta Suplicy toma posse. Resta ver como será essa gestão...
ExcluirSerá q mudará em algo? Ando muito descrente de qlq coisa q me faça depender de qlq um além de mim mesmo. Sem nenhuma ofença aos parentes e amigos. Mas msm assi, acho q me falta estômago para qrer depender de um desses políticos fdps.
ExcluirEu não vou defender, mas não ataco. Os progressos do Minc em 10 anos mudaram e muito a configurações dos editais e acabaram com o mecenato de FHC e seus comparsas. Há muito o que melhorar, e espero que melhore.
ExcluirEsse papo está me lembrando a canção "A voz do dono e o dono da voz", do Chico Buarque.
ExcluirFora isso, acho muito interessante os concursos, contudo a coisa atualmente perdeu um pouco o sentido quando se classifica alguém como melhor ou pior.
Porra, convenhamos, na ABL figuram José Sarney, Ivo Pitangui e Paulo Coelho.
O Suassuna e o Ubaldo devem se entreolhar e indagar:merecem?
Em tempo: A Marta, ao meu ver, vai fazer uma gestão ridícula tal qual a Buarque fez. Não é político que deveria estar no meio disso senhores. Eu acho que Ferreira Gullar faria muito bem esse papel por exemplo. Se não me engano, ele já ficou com essa pasta no mandato do Jânio ou do João Goulart.
ExcluirLimerique
ResponderExcluirSou quase inédito escritor
Porque comi na mão do editor
Agora acabou a teta
Repleta minha gaveta
Lerão meus textos quando eu me for.
Vira essa boca pra lá!
ExcluirPapo de morrer é esquisito!
Concordo, boy!
ResponderExcluirAcho q principalmente por conta da internet, existem muitas outras alternativas além do livro. Depender da boa vontade das Editoras, ainda mais com poesia, é q é foda!
É de se ressaltar o exemplo de Chacal e de toda aquela galera q na década de 70 se publicava com um mimeógrafo. Hj em dia, temos impressoras, xerox, ebooks, o caralho a 4, por isso só fica na gaveta (ou no armário) qm quiser.
Sair do armário? Bom demais!
ExcluirNós temos que aprender com os cordelistas. Colocar o que escrevemos num varal....
ExcluirOutra coisa, Lucas! Esse"Concordo,boy!" foi pra sacanear o"Tudo bem, tranquilo, concordo."do Caju?
ExcluirRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRS
"Sair do armário? Bom demais!"
ExcluirQue porra é essa Caju! kkkkkkkkkkkkkkk
NÃO ACREDITO EM MILAGRES ISSO TUDO É JOGO DE COMADRES
ResponderExcluirSe fosse facebook, eu curtia.
ExcluirO fato, poeta da gota serena, é que nesse país tupiniquim, do qual eu gosto tanto, as coisas não são feitas a médio e longo prazo. Não como fazer um trabalho continuado decente, se após quatro(ou no máximo oito)anos, muda toda a equipe, para atender as necessidades de partidos. Caso emblemático do PMDB.
ExcluirOs cargos de ministros não deveriam ser cargos comissionados.Eles deveriam ser funcionários públicos concursados que independessem do partido que assumisse o executivo.
complica camarada Cristiano, irei é começar aprender frânces e me mandar para o Canadá onde não tem samba e eu não irei dançar uauauauaua
ExcluirMuito interessante este blog Poetas de Marte, vou voltar a ele ainda várias vezes, porque é rico de poesia.
ResponderExcluirabraços
francisco miguel de moura
Entre sem bater!!!!
ExcluirBem vindo camarada Chico
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