Viajantes Interplanetários

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



CONTO MINIMALISTA



CHORO ETÍLICO

Aquele homem passou grande parte da sua vida se dedicando à embriaguez. Como uma mosca de balcão, pousava de bar em bar, implorando a quem o atendia pelo chorinho do dosador de bebidas e felicitando-se ao ver o líquido depositar-se no copo. Depois de muitos anos, e somente quando largou a bebedeira, é que se deu conta de nunca haver deixado cair uma única gota de bebida ou de lágrima, pois nas inúmeras vezes em que bebeu teve de engolir o choro.



Ricardo F Banholzer

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