(Sobre o texto: “Crítica de alguns lugares-comuns ao se pensar a
filosofia no ensino médio”.)
Por: Célio limA.
“A filosofia é necessária ainda hoje como crítica do existente
precisamente porque persistem
e se intensificam a dor, a necessidade, a angústia e a ameaça do infortúnio, precisamente porque
é sempre ainda preciso saber porque o mundo pode se tornar amanhã um
inferno ainda mais assustador do que o de hoje”. (OSWALDO GIACOIA JUNIOR)
O texto começa com
um panorama sobre o ensino de filosofia no Brasil. Desde a sua implantação no
século XVI, onde fora dogmaticamente ensinada. Sua
retirada no período ditatorial, e que ainda no século XX, ela ainda não tinha
presença garantida no currículo e que quando ministrada era sem condições
decentes por falta de tempo, de profissionais capacitados ou por outros motivos
que fizeram passá-la pobremente. Vale ressaltar que no período de nossa
ditadura militar ela fora brutalmente tirada do ensino e passada a ser vista
equivocadamente como algo subversiva “marginalmente” ou redentora da democratização. Pobre
filosofia, encontrada em situação de paradoxibilidade, contida por amantes,
desejadas por estranhos utópicos, fechada por dentro e requisitada de fora. Então a
filosofia se é ensinada em nosso meio às vezes com um conteúdo meramente
histórico: nessa vertente, significa ensinar o que seja a historia da filosofia das suas
origens ate a produção dos nossos dias. Seja baseada nos filósofos, em temas ou
conteúdos filosóficos. Uma outra vertente é a de se trabalhar o ensino filosófico em
torno de problemas onde tal ensino tem um caráter monográfico em torno de
questões filosóficas, temas como a relação corpo - mente, a existência do divino,
transcendência ou o próprio conhecimento como exemplo. Assim temos um ensino
mais ativo do que o histórico enciclopédico, pois seu referencial passa a
abraçar problemas, repensados, trabalhados em sala de aula e quando se passa a
trabalhar com problemas sugeridos pelos próprios alunos aproximamos de uma
vivencia cotidiana filosófica. Já na vertente que atua com atitudes filosóficas e habilidades
cognitivas tende a propiciar um conjunto de habilidades de pensamento
filosófico para os alunos. Um problema que o texto aborda é a problemática
envolvendo o filosofo e o professor de filosofia onde se há uma opinião (ou
possível preconceito cultural aqui instalado) de que o
filosofo é aquele ser hábil envolvido no processo de pesquisa filosófica,
enquanto que o professor seria aquele aluno sem aptidão para a excelência da
tarefa e, portanto caberia a ele o repassar (lecionar) a filosofia. O que historicamente
entra em contradição com os grandes pensadores que praticaram as duas tarefas. Outro ponto interessante do texto é a
diferença do que é o filosofar e a filosofia vista por Hegel e por Kant. Se a
origem da filosofia veio do espanto dito por Aristóteles ou da insatisfação
de Tales, Sócrates entre outros não sei vos dizer. Sei apenas que hoje ela deve
trabalhar com a desbanalização do banal em nossa contemporânea sociedade. Para que
serve a filosofia? Se para Aristóteles a ciência primeira não serviria para nada por
ser um ato reflexivo completo voltado para si. Hoje investiremos as nossas
fichas filosóficas em dizer que a filosofia deva ser algo que seja
transformadora e que seu exercício deva ser o
de nos fazer pensar de forma diferente da que pensávamos. Seja a de
perspectivarmos ou de nos trazer outras (“novas”) possibilidades do pensar e do que é o compreender. Kohan e Gallo
trata do problema da filosofia sendo imposta no vestibular ou em cursos
de forma municipalizada ou estadualizada como ocorrera em Uberlândia como um
fato que merece ser mais bem
examinado. Pois para eles não basta impor a filosofia como uma matéria nas mãos
de profissionais do ensino desqualificados ou de outras áreas do conhecimento, mas sem
manejo para com a filosofia especialmente por dizer. O que eles visam é um ensino que garanta a
efetividade do caráter filosófico e não colocar a filosofia como mais
uma mercadoria na prateleira. E mais vagas para os possíveis técnicos de tal
cadeira. Eles defendem que a filosofia deva conquistar o espaço virgem e não um
espaço de uma experiência de risco desastroso. O que eu defendo é que ela deva sim ser posta desde a infância em nosso meio escolar, pois creio que
seja menos danoso a intelectualidade de nossas gerações correrem o risco
de socorrer algumas vitimas de um possível desastre educacional do que condenarmos/paralisamos o acesso ao conhecimento para com as
possíveis almas dos milhões de cérebros que possam um dia usufruir e compartilhar a
degustação de tal amor pela sabedoria.
“O momento é importante no Brasil. Todos o são. A filosofia tem uma oportunidade de
atualizar suas possibilidades educacionais. Para tal precisa transformar seu presente” (SÍLVIO
GALLO, WALTER KOHAN)
OBS:
Célio limA. (ATIVISTA CULTURAL) É filosofo por natureza; anarquista por tesão
e poeta por diversão. Membro fundador
dos movimentos literanarkos: A Sociedade dos Filhos
da Pátria; A Liga Espartakista-Sempre Mais!!!. Atua nos Blogs: http://salveopoetasalve.blogspot.com.br/ http://sexopoemaserocknroll.blogspot.com/ http://poetasdemarte.blogspot.com/ http://tribunaescrita.blogspot.com/
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