Ela e o
amor na era digital
Alguns filmes conseguem captar
o espírito de uma época ou os sentimentos de uma geração. Ela cumpre
a tarefa de retratar na telona o amor nestes estranhíssimos anos da era
digital. Apesar de se passar num futuro não muito distante, qualquer semelhança
com os dias de hoje em que os relacionamentos estão se dando via internet ou
via smartphone não é mera coincidência. Com delicadeza e uma
melancolia notáveis, o novo longa de Spike Jonze faz uma reflexão sobre como a
tecnologia está se tornando cada vez mais indissociável à nossa vida e, ao
contrário do que se propunha, encurtar as distâncias entre as pessoas, consegue
apartá-las ainda mais.
Ela é
uma grande história de amor contemporânea, mesmo que o mocinho e a mocinha
sejam, respectivamente, um escritor de cartas de amor e seu sistema
operacional. Theodore (Joaquin Phoenix) é um cara solitário, que está em
processo de separação e acaba adquirindo um sistema operacional provido de
inteligência artificial que se autodenomina Samantha (voz de Scarlett
Johansson). Diante de sua dificuldade em se relacionar com as pessoas, Theodore
acaba se afeiçoando por Samantha que parece retribuir seu afeto, mesmo sendo
uma programação de computador. Samantha preenche um espaço vazio na vida de
Theodore que a ex-esposa havia deixado e este relacionamento sofre quase os mesmos gozos e percalços de um namoro de carne e osso.
De Aurora a Annie Hall ou Harry & Sally,
de Casablanca a Antes do Amanhecer ou Closer, só para citar exemplos
mais populares, são histórias de amor que giram em torno de outros temas, aprofundando
a questão romântica a outros patamares e Ela expande esta
noção do amor romântico mostrando o quanto a tecnologia serve de muleta para a
nossa solidão assim como ela tem também o seu lado nocivo. Torço para que não
seja assim o futuro (todo o ambiente clean e as ridículas calças de cintura
alta), apesar de inevitavelmente o porvir caminhar para o que está sendo
retratado na obra de Spike Jonze. O nosso presente já está saturado de
conversas em salas de bate-papo, de mensagens trocadas via Whats App, de
e-mails ou posts amorosos ou rancorosos no Facebook.
Esta nova geração (e as
próximas) está perdendo algo muito importante para qualquer relacionamento, não
só de namoro, mas familiar, fraternal, de amizades: o vínculo com o próximo, a
proximidade com o outro, o contato físico e o compartilhamento de experiências,
que computador e celular nenhum pode suprir ou até mesmo substituir. A vida
segue indiferente a tudo isto rumo a um fim. Resta saber quem aproveitou o quê
de todo o tempo que lhe foi dado.
Así es, la tecnología cada vez nos acerca en el caso de las distancias geográficas o nos aleja en lo inmediato, parece paradoja pero es curioso ver como las parejas se vuelven inseparables de sus teléfonos inteligentes, tanto, que olvidan conversar.
ResponderExcluirUn abrazo.
Taty, gracias!!! A tecnologia é um grande paradoxo a cometer sempre o contrário daquilo que se propõe. Tem seus benefícios, mas os contras vêm a passos curtos. Abrazo!
Excluiralguien dijo: aún no conocemos a los seres humanos, cuando la tecnología nos ha superado...no recuerdo de donde, o quien lo escribió, pero si que me quedó muy grabado! precioso trabajo!
ResponderExcluirmuchas gracias por seguir mi blog!
abrazos fraternos
lidia-la escriba
www.nuncajamashablamos.blogspot.com
Gracias, Lidia!!! Seguindo seu blog. Abraços!
ExcluirWeb colaborativa e cidadão solitário. Eu, e penso, que essa geração um passo a frente da minha, passei e passarão muito por essa solidão via fibra-ótica. Nada substitui o contato humano. Agora preciso assistir o filme. =]
ResponderExcluirÉ, caro D. Everson, acho que a situação é irreversível. É o que nos aguarda o futuro. Assista o filme, vais gostar, acredito. Abraço!!!
ExcluirCurioso argumento para una historia de amor.
ResponderExcluir¿Qué nos faltará aún por vivir?.
Feliz día.
Un beso.
Belén, o filme comove por esta história de amor inusitada, mas muito provável nos tempos atuais. Beso!
ExcluirA melhor rede social ainda é aquela que fala com quem se quer olhando olho no olho!
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