FLIPORTO 2014 (10 anos)
Saudade
imensa desse ar poético que colore meus pulmões de vermelho! ❤
Espero que
estejam todos bem.
Como
de praxe, sou participante ativa da Festa Literária Internacional de Pernambuco
(FLIPORTO), que nos apresentou sua 10º edição este ano, com muitas mudanças por
parte da organização do evento.
Saíram da costumeira Praça do Carmo e foram realocados nas dependências do Colégio São
Bento, próximo ao antigo local. E a
Feira Internacional do Livro de Pernambuco ficou onde antes tínhamos o Congresso Literário.
Sob o tema Literatura é Coisa de Cinema, tivemos dois autores homenageados: Ariano Suassuna (In Memoriam) e Raimundo Carrero.
Ariano Suassuna e Raimundo Carrero, respectivamente. Fonte: Fliporto, 2014. |
Desde
2013 a participação no Congresso Literário é gratuita. Um ponto extremamente
positivo para a Feira que tenta mostrar-se cada vez mais democrática. As
atrações estiveram disponíveis nos seguintes painéis: Congresso Literário, Cine
Fliporto, Fliporto Galera e Fliporto Galerinha.
O
evento sofreu um abalo na arrecadação dos patrocínios, dos 5 milhões do ano
anterior, precisou acontecer com 1,5 milhões. Isso acarretou na extinção de
alguns painéis que já eram tidos como correntes, a exemplo o TOC 140 – Poesia no
Twitter (no qual os nossos queridos Fred Caju e Everson Daniel já foram
contemplados), a Ecofliporto, E-porto Party, Fliporto Cordel, Porto da Poesia,
entre outros... Achei uma pena,
exatamente por se estar comemorando 10 anos do evento. A presença de editoras que apoiem o evento ainda continua em baixa, em contrapartida os preços dos livros sempre muito em alta.
Apesar dos pesares, foi um prazer participar! A Fliporto sempre me traz oportunidades
excelentes de entrar em contato com autores queridos, palestras empolgantes,
novas informações, novos livros e encontros com os amigos.
E
uma das grandes novidades para mim foi poder descobrir um pouco mais sobre o Movimento Armorial (que tem como meta elaborar
uma arte de natureza erudita entretecida por ingredientes típicos da cultura
popular ),
e sobre as obras de Ariano e Raimundo.
Na
semana seguinte já fui correndo na biblioteca garimpar leituras desses dois
autores e agora vou contar um pouco da minha experiência com eles.
No
que compete a Ariano, creio que qualquer pessoa, ao menos uma vez na vida,
ouviu falar sobre o Auto da Compadecida. Mesmo assim, esse não foi o meu
escolhido, queria um romance, onde o gênero preferido do autor é o teatro.
Uma das características do movimento armorial é essa mistura da
cultura nordestina com a literatura universal, assim Fernando e Isaura foi
baseado em Tristão e Isolda. Fiquei com o coração na mão, histórias tristes não
são as minhas prediletas no repertório, mas resolvi arriscar e não me
arrependi. Ariano me convenceu logo no prefácio, apesar do final óbvio para
quem conhece a história do amor impossível de Tristão por Isolda. Li numa
sentada só e fiquei uns dois dias com DPL... (Depressão Pós-Livro). Prometi
voltar lá na estante e dessa vez me aventurar em A Pedra do Reino. Promessas de 2015,
vamos ver...
Fernando e Isaura, originalmente publicado em 1956. Fonte: Ialy Cintra, 2014. |
Quanto
a Raimundo, eu já tinha ouvido algumas coisas, pois tenho uma amiga super fã
(Arabelly), que já tinha me tentado com A História de Bernarda Soledade - A Tigre do Sertão.
A Tigre do Sertão, originalmente publicado em 1975. Fonte: Ialy Cintra, 2014. |
E
foi justamente por esse que comecei, apesar de ficar na dúvida entre este e Sombra
Severa. Acabei com os dois na bolsa. Na biblioteca sou assim, fiquei na dúvida,
levo os dois :D
A
história de Bernarda Soledade é um aperreio só! Acontece tanta coisa triste
nesse livro, que no final achei que não me recuperaria mais nunca (risos). Contudo,
o enredo de Raimundo Carrero é envolvente por demais. Acabei não largando o
livro madrugada adentro e só sosseguei quando ele acabou. Não dei espaço para
a DPL e logo me agarrei com Sombra Severa.
Sombra Severa, originalmente publicado em 1986. Fonte: Skoob, 2014. |
O
ritmo de leitura só fez aumentar! O tom não é diferente da valente tigre do
sertão, o próprio nome já deixa claro, palavras sombriamentes severas, mas não
menos apaixonantes. AQUI está meu breve histórico de leitura.
O
realismo cru (será que foi herdado de Graciliano Ramos, de quem o autor é
declaro fã?) do sertão idealizado de Carrero me tocaram profundamente. Sua
linguagem limpa, fluída e instigante me cativaram. Por isso mesmo, Maçã Agreste
já está em mãos e será minha próxima leitura.
Maçã Agreste, originalmente publicado em 1989. Fonte: Skoob, 2014. |
A verdade é essa: estou
perdidamente apaixonada pelas tragédias de Raimundo! Sim, você realmente leu
isso. Quem diria? 2014 foi o meu ano de descobertas literárias.
E
quanto a vocês queridos leitores? Como foram as leituras e quais as suas
novas percepções literárias de 2014?
Ahhh,
só para não esquecer. A Fliporto 2015 já está confirmada (e a minha presença
também)! O tema: “Minha pátria é a língua portuguesa.” e o homenageado, o dono
da frase, Fernando Pessoa.
Lembranças felizes de três lindos dias, na companhia de Italo Cintra em dois deles. |
Mahalo :*
JCLopando
ResponderExcluirFaltava o sabor de leite,
O doce sabor, nosso deleite!
Com gosto de saudade,
Para qualquer idade
Bem-vindo de volta Milkshake!
Ialy Cintra! Muito bom voltar a reler esse sábio milkshake! Estava saudoso, nobre amiga.
ResponderExcluirObrigado! :D
Como estou chique, ganhei até poema de boas vindas!
ExcluirEu que agradeço imensamente o carinho com o meu retorno Kleves, fico muito feliz que tenha apreciado o meu leite batido estilo Marte.
Grande abraço :*