Crônica de uma Namorada
Foi em uma de minhas andanças pelas “ruas” da biblioteca do Centro de Artes e Comunicação (Biblioteca Joaquim Cardozo) na UFPE, ou como diria minha professora de Fontes de Informação, fazendo Browser, que me deparei na estante 869.0(81) [ classificação da CDU para Literatura Brasileira] e um romance que estava meio torto, caindo de lado me chamou a atenção.
O título: Crônica de uma Namorada. Autora? Zélia Gattai! Já a conhecia de vista nas revistas e livros de literatura e por ser esposa do renomado escritor Jorge Amado, mas sobre sua obra, era uma total leiga. Olhei para minhas mãos, já estavam abarrotadas de livros. É uma coisa da qual não me consigo conter, entrar na biblioteca e sair de mãos vazias não está em cogitação sobre qualquer hipótese. Mas preciso ser realista, com tanta coisa do curso para ler, fora o trabalho, e os livros que já tenho em casa, fica complicado administrar esse tempo. Sempre penso que me faltam horas para ler tudo o que gostaria...
Voltando ao exemplar (não me deixem fugir do assunto, fica a dica) olhei mais uma vez para ele e fiz a pergunta clássica, por que não? Se coração de mãe sempre cabe mais um filho, no de (quase) bibliotecária sempre cabe mais um livro e fui toda contente lendo a sinopse para o balcão de empréstimo.
A tal namorada é Geana, que nos conta toda história de sua família através do que vai acontecendo no dia a dia. Sua paixão secreta, fulminante, por Beto, dá pano para manga em todo livro. Seu Nono Nicolla, italiano gente boa demais (*-*), sua amiga-irmã Ricardina, seu Pai Ranzinza Dr. Afrânio, os vizinhos, o affair dos últimos capítulos Dr. Jadelson Torreão e tantos outros que povoam essa deliciosa história com cara de uma crônica gigante do cotidiano.
E qual foi a minha surpresa ao ver que não conseguia mais desgrudar do livro. Crônicas de uma Namorada é o primeiro romance publicado de Zélia e mais do que as peripécias de um coração adolescente as vistas de seu primeiro amor, retrata os costumes paulistas na década de 50. E isso foi o que mais me encantou nas páginas lidas, sou muito saudosista e como já diz uma comunidade no Orkut (da qual participo), tenho saudades de um tempo não vivido... Vivo curiosa para saber como as pessoas eram em determinado período, quais os costumes da sociedade, os valores da época e nesse livro tudo surge como por encanto em uma linguagem super natural, que seria como você estar sentado diante de uma janela vendo tudo acontecer bem na sua frente. Foi uma verdadeira máquina do tempo!
O livro é tão rico de detalhes, que minhas palavras não são suficientes para que eu possa descrever cada tema que é abordado. Mostra a chegada da televisão e suas primeiras transmissões ao vivo (que foi um jogo de futebol, Brasil x Itália), os artistas que faziam um enorme sucesso na época e os programas para calouros que lançavam esses artistas na mídia, as novelas no rádio e Lucíola do meu amado José de Alencar era livro proibido entre as mocinhas, não posso imaginar isso! (Risos) E tantas outras coisas que foi um enorme prazer descobrir através da leitura.
De linguagem simples, anseios comuns, personagens e situações do cotidiano essa obra me deixou super fã e adivinhem só, da pilha que trouxe da biblioteca, foi o primeiro que terminei de ler. O ditado das sagradas escrituras bem que é certeiro quando afirma que os últimos serão os primeiros...
Só tenho de agradecer a Zélia pelo maravilhoso passeio pelas ruas paulistanas e por ter atendido ao pedido de sua filha Paloma, e decidido publicar suas histórias em prosa para o deleite dos leitores – amigos. E agradeço ainda, por ter caído em minhas mãos, literalmente, tão adorável exemplar.
P.S: Zélia Gattai dedicou esse livro a Jorge Amado, em comemoração aos 50 anos de casamento. Não chego a tanto, mas é com muita felicidade que dedico essas minhas “Crônicas de Namorada” e que comemoro hoje 1 ano e 11 meses com meu Jorge Veloso *-*
Que cheguemos aos 50 e muitos outros anos mais, como o citado casal a cima.
Saúde e Paz!
Beijocas :*
Ly Cintra
"tenho saudades de um tempo não vivido... Vivo curiosa para saber como as pessoas eram em determinado período, quais os costumes da sociedade, os valores da época e nesse livro tudo surge como por encanto em uma linguagem super natural, que seria como você estar sentado diante de uma janela vendo tudo acontecer bem na sua frente. Foi uma verdadeira máquina do tempo!"
ResponderExcluirLy^^ tive de, mesmo a seguir, citar tudo isso que que vc disse porque são palavras que não saem da minha boca, u melhor, dedos. Tmb participava dessa comu e sempre fui uma saudosista.
Saiu da biblio com mais livros que podia ler? Agora entendo pq vc adorou um certo post.
Fiquei agora muito curiosa por conhecer a Zélia e pode deixar que vou me lembrar dela quando for a biblio!
Eu até sorri aqui imaginando a Lucíola (amei *-* até resenhei) ser proibido para as mocinhas!
Gente, ah se eles soubessem!...
Me deliciei com o post!
e parabéns pelo aníver de love, d. Veloso!!! Issoé muito especial. Depois de amanhã faço 7 anos de casada^^
bjs
Aline N.
Minha meta é chegar aos 75! Bodas de brilhante não é mais emocionante? ♥
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPara quem tava sem ideias... A cada sábado me surpreendo com a tua capacidade de abordar assuntos tão diferentes,incrível! A maneira que se expressa... quem te conhece, é capaz de imaginar a cena ao ler teu texto!!!
ResponderExcluirParabéns!
No mais, obrigado pela homenagem. Não poderia ter ido dormir, sem antes ter passado aqui.
PTS
Parabéns Aline!!! Que venha as Bodas de brilhantes (yn)
O BRASIL GANHOU O JOGO? HEHEHEHEHEE
ResponderExcluirMas uma vez sensacionalmente bem escrito o artigo. BOm leitor de poesia que sou - com algumas cargas d'água de clássicos da literatura - des da turma grega até a turma turva de Portugal - tenho a dizer que essa garota está aumentando a minha lista de variedade literária. Dés de já deixo aqui - como admiminstrador mor desse planeta - um recado para os leitores do blog e principalemente da calonua: VEM AÍ PROMOÇÃO DE NATAL DOS POETAS DE MARTE!
Uma agradável concorrência aos sábados.
ResponderExcluir"Uma agradável concorrência aos sábados."
ResponderExcluirhehehehehe mandou bem Caju...
Cliente:
ResponderExcluir_Um Leite Batido por favor!
Vendedora:
_Qual sabor? Que tal o de sempre?
Cliente:
_O de sempre, sempre é muito bom! Ótimo! O de sempre!
Vendedora:
_ Pois não! Sente-se e bom degustar!
Cliente:
_Muito obrigado!
Preciso falar alguma coisa?
Abraço Ly, parabéns!
Hoje a Yoko veio ler comigo a sua página, sentimos falta de vc essa semana... Admais Zélia é uma jovem escritora das boas
ResponderExcluirPREZADA LY ...
ResponderExcluirCREIO Q A MAIORIA DOS ESCRITORES SAO SAUDOSISTAS E NOSTALGICOS...
A PONTO DE TERMOS SAUDADES DO TEMPO PASSADO NAO DEGUSTADO OU ATE DE TERMOS SAUDADES DE UM FUTURO AINDA NAO VIVIDO...
EU QUERERIA VOLTAR NO PASSADO E PASSAR UNS TEMPOS NA DECADA DE 60 DO SEC XX.
E A ZELIA NO Q JA LI DELA TEM ESSA FACILIDADE DE CONTAR A HISTORIA COMO EPOCA DE UMA SATISFAÇAO DETALHISTA SOBRE A MESMA...