Saudade de quem viaja
e/ ou
Exaltação ao Recife nº 1
“Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância [...]”
- Manoel Bandeira -
Lembranças de Recife vêem hoje a cabeça:
o Cais da Aurora – mesmo exalando um bafo
quente e fétido do Capibaribe – seduz-me
com suas evocações de Bandeira
e suas facas de Cabral.
No Paço da Alfândega o escravo agora sou eu:
escravo da livraria que ao meu lado pela saída sul
espera-me como uma doce donzela oferecendo
o mundo em um catálogo.
As recordações do Bairro de São José me fazem até querer
provar mais uma religião e ser um judeu do Pernambuco holandês.
Joaquim Cardozo me convida a um poema em plena ponte Maurício de Nassau,
e na praça da independência dou de cara com o Diário – não o de última hora!
mas o de todas as horas das Américas.
caio na Dantas Barreto e entre tantos sebos
acabo no Teatro Santa Isabel: paradisíaco
templo da arte.
Logo retomo meu caminho pela Avenida Guararapes
onde me assaltam recordações da maior agremiação
carnavalesca do mundo. E se ainda não bastasse tanta grandeza
a Ponte Duarte Coelho dá moradia a um Galo que está mais para Golias.
Salve! Avenida Conde da Boa Vista com seu Cinema São Luiz
onde tantas histórias foram embaladas anos a fora, entretanto
o filme em cartaz de hoje é: SAUDADE DE QUEM VIAJA.
D.Everson/ São Luis-Ma / 18 de jan. 2011
Esse foi meu passeio mental do Bairro de São José até a Av. Conde da Boa Vista! Recifense de coração e bezerrense de berço! =]
ResponderExcluirUm bom filho à casa torna. Depois de tanto reggae maranhense, eis o homem! Saudade só sente quem está longe.
ResponderExcluirInveja de quem nasceu aí...
ResponderExcluirAtravessa os sentidos como espinha de peixe na garganta!
ResponderExcluir