Viajantes Interplanetários

sábado, 18 de junho de 2011

MILK SHAKE LITERÁRIO


No Poetas de Marte:
Esse Sábado é de Caju.


HAICAI DE 24 HORAS
Minha lua começa,
literalmente falando,
no fim do meu sol.
(Fred Caju)
Sejam bem vindos a mais um MilkShake Literário :D
Essa semana vou desconstruir a rotina e sair um pouco do meu mundo romântico para vir conversar com vocês sobre o mundo poético, e sobre este último eu pouco ou nada entendo... Mas adoro investigar coisas novas e vencer barreiras. E eu gostei tanto, tanto dessa leitura que precisava vir partilhar o momento com vocês... Sem mais demoras, como o próprio título revela, vou comentar sobre o mais novo livro do queridíssimo Fred Caju :)
Muito antes de conhecer o referido poeta e me tornar companheira de blog do mesmo, eu já lia os panfletos poéticos deixados por ele nas bibliotecas do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e no Centro de Artes e Comunicação (CAC), onde ambas pertencem à rede de bibliotecas da UFPE. E por intermédio de D. Everson, eu acabei por tomar conhecimento da sua vasta fábrica de E-books, e quer saber? Não parei mais! O autor mantém uma produção constante e da qual sempre fico muito ansiosa para apreciar mais um novo exemplar.
Já li Jardim da Ausência (2007), Um Título Pouco Importa (2006-2008), Vênus (2008), Consumo Imediato (2008), 15 em 5 (2009), Monopólio da Solidão (2007 -2009), O Sol que vem do poente (2010), e os recentes Os Teimosos e a Poesia do Contra* (2010) e o tão esperado por mim Contradições Coerentes (2009-2011). E é sobre este último a prosa de hoje.
O livro consta de trinta e cinco poemas, divididos em quatro partes. Onde a “Parte A” contém os versos rimados, a “Parte B” os versos livres (isso não é muito fácil de encontrar, sei que Caju gosta de uma boa rima :D), na “Parte C” vem o enorme poema homônimo ao título do livro e de forma inovadora e totalmente aprovada por mim, na “Parte D” ele anexou cinco textos em prosa, que ficaram maravilhosos e em sintonia total com o conjunto da obra. Ah! Não posso deixar de comentar o belo trabalho de fotografias que faz a ilustração das páginas, que saíram diretamente das lentes do fotógrafo Kenia Chan e as próprias capas dos livros de Caju sempre são um poema a parte. Foi uma leitura reflexiva, divertida e empolgante, já até cadastrei no Skoob :D
Quem conhece o trabalho do poeta espero que já tenha conferido o seu lançamento e se deleitado com essas contradições coerentes que passeiam tão bem entre a poesia e a prosa. Para quem não conhece ainda, espero que se sinta tentado, após ler estas palavras, a ousar conhecer o Universo “Cajuíno” nos Sábados de Caju e visitar a sessão download, onde todas as obras que citei e muitas outras se encontram. E enquanto o próximo e-book não vem, eu fico a apreciar a coluna semanal do Confrontos e Confluências, aqui mesmo, no Planeta Marte.
Agora eu deixo vocês com mais um pouco das palavras do grande poeta:
DESUMANOS DAS HUMANAS
Trata-se do curioso grupo
dos produtores do saber
das ditas Ciências Humanas:
os mais eloqüentes do mundo.
São elitistas verborrágicos
escondidos atrás dos livros
e das suas teorias insólitas:
muito se lê, pouco se faz.
Enclausurados por si mesmos,
divagam sobre metafísica
nos mais diversos idiomas:
são tão cultos quanto herméticos.
Estendem a bibliografia
com uma mera referência
que poderia ser dispensada:
vaidosos acima de tudo.
A simplicidade dos gênios
cede lugar à arrogância
intelectualmente nata:
sapiência idem prepotência.
Sob o teórico-tutor,
permutam carícias e críticas
para também serem citados:
lidos apenas por si mesmos.
Estudam problemas sociais
sem pensar na sociedade,
mas sim pensando no currículo:
incansáveis buscando títulos.
Eles enaltecem as massas
em suas produções acadêmicas,
mas são herdeiros das elites:
o poder flui do discurso.
Em uma distância segura,
estudam casos de pobreza
com total precisão científica:
mais estatísticas sem metas.
Ainda almejam mudar o mundo
mesmo sendo conservadores,
mesmo sem pôr os pés na rua:
são contradições coerentes.
O CHORO DA CHUVA
Se hoje chove,
é porque você se foi...
Culpo a sua ausência
por essa tempestade...
Permanece chovendo:
você não voltará...
O sol brilhando
não é o seu retorno...
Apenas, por um momento,
esqueci que você se foi...
Em cada lembrança,
uma chuva fina cai no jardim...
Em cada tempestade,
é você no meu pensamento...
Entre sol e chuva,
você se vai, se vai, se vai...
E quem disse que poesia não tem nada a ver com romances?
Estava redondamente enganado :D
Recomendo a leitura do Texto – O TEMPO DA SOLIDÃO.
Por hoje é só.
Saúde e Paz a todos.
Beijocas :*
@LyCintra

* (Em parceria com D. Everson, Marcone Santos e Ane Montarroyos.)

2 comentários:

  1. Que grata surpresa, moça! Massa mesmo! Extremamente agradecido, tanto pelo texto da coluna pelo adiante no Skoob!

    E quanto ao próximo e-book, Lâmina de 3 Gumes está mais perto do que você imagina.

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  2. gora fiquei com inveja, essa leitora é minha Caju, quero a resenha do meu livro novo por aqui se não ficarei com ciúme kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Ly como sempre tá massa a sua resenha, sucesso gata!


    Caju essa issa aqui DESUMANOS DAS HUMANAS não é poesia é um soco nos dentes kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk desse geito vc envergonha os acadêmicos citando tantas qualidade deles, conheço uma meia duzia que iria ficar vermelha lendo esse poema hahahahahahahhaa

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