Viajantes Interplanetários

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cinemarte, por Wesley Moreira de Andrade


O cinema é uma arte centenária. Existem filmes sendo feitos em todo mundo, por diversos países. Bollywood é a maior produtora de filmes, porém Hollywood é a mais popular desde quase todo o sempre. Milhares de estrelas nasceram, morreram, algumas não disseram a que vieram, outras marcaram a ferro e fogo seu nome na história. Criaram-se mitos, forjaram-se hábitos, o cinema pode ter mudado e ainda vai mudar a vida de muita gente. Certamente vai entreter o restante não muito cinéfilo ou sensível assim.
Antes de tudo, cinema é entretenimento, a definição do que é divertido para cada um é subjetiva. Afinal, os dramas que eu assisto podem ser aborrecidos para outra pessoa, enquanto o filme de arte exageradamente hermético me desperta certo sono e constrói uma interrogação gigante na cabeça, mas pode ser a maior maravilha para o rapaz que freqüenta o Espaço Unibanco que o enxerga como “uma crítica sagaz da sociedade contemporânea e dos relacionamentos humanos”, etc.
Quem nunca teve um filme bom para contar nas rodas de conversa do trabalho? Quem já gostou de um determinado trabalho e o revendo anos depois achou-o péssimo e se questionou como poderia ter gostado daquilo antes?
Na minha infância, para mim, filme bom era filme de ação. E dá-lhe Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger (como demorei a memorizar a escrita deste sobrenome) e até mesmo Jean Claude Van Damme, explosões, lutas e porradas em doses letais. Por falar em Schwarza, o segundo “Exterminador do Futuro” ainda povoa o meu imaginário e não consigo deixar de assisti-lo toda vez que a televisão o reprisa. Cheguei a faltar na escola para assistir no SBT um filme do ataque das aranhas gigantes, que sequer cheguei a ver naquele dia. Não consigo reprimir um riso de escárnio quando lembro estas situações.
A televisão foi a percussora desta paixão pelo cinematográfico. Meus pais nunca tinham me levado ao cinema, pelas condições financeiras da época e talvez até pela falta de hábito deles de ver os filmes numa tela grande. Sobravam-me os filmes dublados, as fitas de vídeo, até meu primeiro encontro com o enorme ecrã que exibia o fenômeno “Titanic”. E, falem o que quiser, é um dos meus favoritos (dêem uma colher de chá, tinha 14 anos na época, para quem gostava de filmes de ação, apreciar “Titanic” foi uma pequena evolução, não acham? Tá bom, não foi...). O fato é que o grande sucesso do James Cameron me fez abrir os olhos para outros gêneros e, curioso, conheci os europeus, asiáticos, os clássicos e tantos outros.
Cinema é sonho (Georges Meliès que o diga), perder duas horas de sua vida contemplando uma projeção de 24 fotogramas por segundo, que a visão só consegue acompanhar graças a um leve defeito da nossa visão, que retém por alguns milésimos no cérebro a imagem projetada, significa que você decidiu embarcar em outro universo, paralelo, por vezes parecido com a realidade, noutras uma criação de um mundo diferente, 2 horas de deliciosa mentira, 2 horas em que o inimaginável é possível. Trocando em miúdos, é o sonho do início do parágrafo, o sonho extra além daquele que você goza à noite em sua cama. Muitas vezes o sonho do cinema puxa o outro, se o filme for um tédio ou se você estiver muito cansado (afinal deve-se ter uma disposição física para ver um filme, assim como um esportista se prepara para uma competição).
Assim como o próprio sono, o cinema é uma válvula de escape, para muitos torna-se um vício necessário. Agora deixem-me ir. Logo, logo, pegarei o próximo trem, pois preciso da minha dose cinematográfica habitual, antes que a abstinência comece a se manifestar e as tremedeiras sejam notadas pelos mais próximos. Tchau!


Considerações finais: Bem, acho que é isso, um espaço para versar sobre cinema e a vida ao mesmo tempo. Agradeço a todos os colaboradores do “Poetas de Marte” (em especial Cristiano Marcell, pelo convite e pela grande atenção que sempre tem dado para os meus escritos no meu blog, além de sugerir o título desta coluna, e Fred Caju pela ótima recepção que me deu nas conversações por e-mail).
Foi muito bom ter sido abduzido, Marte também é um lugar perfeito para se escrever.

5 comentários:

  1. Muito bom o texto. O cinema é uma das minhas paixões. Infelizmente hoje acompanho mais por vídeo do que na tela grande, mas ainda dedico parte considerável do meu tempo aos filmes.

    (Fazendo uma pequena divulgação relacionada ao tema se me permitem), amanhã publicarei algumas resenhas no meu blog:
    http://reflexoesdo719r.blogspot.com/

    Abraço.

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  2. Muito bem vindo ao nosso humilde planeta, Wesley.
    Eu e Caju falávamos, num dia desses, numa dessas conversas de bar, sobre a necessidade de uma coluna de cinema para o blog. Que bom que o Acaso (+ o Cristiano) contribuiram para sua entrada!
    Gostei bastante do seu primeiro post, tenho minhas reservas com Titanic (todas elas, para ser bem sincero), mas vc se redimirá em outros posts... posso prever!
    grande abraço.

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    1. Lucas, querido amigo!

      Acho que você no fundo teve vontade de estar no lugar do DiCaprio, exceto quando ele afunda no oceano gélido!(rsrsrsrs)

      Muita Paz!

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  3. Belíssima estréia, cinéfilo amigo!

    Apesar de muito comercial, assim como as produções recentes de Cameron, o longa Titanic é muito bem feito.Curioso que apesar de tanto dinheiro investido e força tamanha do renomado diretor, ainda assim não conseguiu desbancar Ben Hur, com Charlton Heston

    Caminhemos juntos!

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  4. Bem vindo meu chapa, são todos vc's colaboradores que materializam todo dia meus devaneios de querer levar a arte para toda parte, até para Marte.

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