A SINA DE SHERAZADE
“escrevemos
cada vez mais,
para um
mundo cada vez menos”
(Alberto
da Cunha Melo)
Comprometimento talvez seja uma das virtudes humanas mais louváveis e
mais difíceis de exercer que se tem conhecimento. A chance de se receber um
elogio não é grande e basta um vacilo, pra branquinho te olhar meio atravessado
e até soltar uma ironia nada elegante: olha o Senhor Certo pisando na bola,
ali!
Quando se fala em poesia comprometimento é fundamental. Não tem
boquinha, tem que suar muito, tem que ler muito e tem que levar tudo muito a
sério. Não, não, não. Não estou defendendo uma poesia sisuda nem de gabinete,
afinal o ofício pode (e deve!) ser levado com todo bom-humor que é típico das
inutilidades. Mas penso que o que difere um poeta de quem escreve poesia, é
justamente o compromisso de levar a sério a sua mensagem, até as últimas
consequências. Sem hesitação.
Entre os poetas mais comprometidos que conheci através das interações
nos blogs que participo, Assis Freitas é o nome mais digno que me vem à cabeça.
A descrição do seu espaço é simples e direta: “neste blog serão escritos 1001 poemas”. Diariamente, desde 2009 o sítio foi abastecido pelo poeta, a findar sua trajetória na quinta-feira (5/7/12). Também me honrar constar nos autos que desde que Assis Freitas
conheceu o meu espaço semanal, jamais deixou de comentar um único post.
Não sei se existe uma fórmula para um poeta vingar, mas acredito que
assim como Sherazade, devemos conquistar a nossa sobrevivência diariamente. Que
cada poema escrito, oxalá, faça que a nossa existência se prolongue, mesmo que
para isso tenhamos que ladrar noite e dia para um mundo cada vez menor. O
caminho é tortuoso e pouco compensa, Caju. Tudo bem, tranquilo, concordo. Mas a
gente tem que continuar a continuar...
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Fred Caju responde pelas suas próprias opiniões, que não estão
necessariamente em unanimidade com a equipe do blog, que preza pela livre
iniciativa de seus colaboradores.
é o artesanato que nos cabe neste latifúndio, Fred. tecer, fiar, como se fora infindável a sílaba,
ResponderExcluirgrande abraço
Desejo mais 1001 poemas na sua vida, mestre!
ExcluirBravo, caro Caju!
ResponderExcluirEm tempo:devo relatar aqui que você é um poeta que exemplifica muito bem esse comprometimento, haja vista sua peridiocidade no Sábados de caju!
ExcluirVocê não fica atrás com suas responsabilidades, Cristiano. E nem quero você nem ninguém atrás de mim, diga-se de passagem!
ExcluirQue isso Fred! Eu tô batendo cabeça atrás de ti já um tempão!
Excluir"Continuar a continuar". Belo texto de homenagem a quem muito a merece. Um poeta cujas "sílabas" são sempre acrescentos. Acrescentam-nos!...
ResponderExcluirTudo bem, tranquilo, concordo - mas seu amigo poeta está me parecendo o Rogério Skalyb kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirgostou do livro do quintana?
Essa coluna é Noda mesmo, se eu fosse pagar por esses artigos estava fudido e fugido kkkkkkkkkk
Terminei de ler o Quintana há poucos dias. A prosa dele ainda é novidade para mim. Excelente!
Excluirnem vou dar minha opnião sobre ele que vai ser uma babação total kkkkkkkkkkk
ExcluirRogério Skalyb(rsrsrs) esses caras têm cada ideia!
ExcluirNé ele quem disse que só grava 10 discos kkkkkkkkkkkk
ExcluirNão tow de sacanagem com o poeta, só brincando com a forma. É massa ter uma meta. Trabalho com metas tb, mas nunca trabalharei com ponto final, afinal já diria Helen Keller: "A vida é uma aventura ousada ou não é nada"
ExcluirNão sei se sou poeta ou escrevinhadora, o que eu sei, é que eu preciso escrever.
ResponderExcluirIsso não é sintoma de poeta, Ana?
ExcluirEu sei que não sou poeta, minhas pretensões não chegam a tanto. Então, me sinto tendente a concordar com você Fred, porque conheço suas obras e elas são NODA mesmo. Parabéns por esse texto de indiscutível qualidade, JAIR.
ResponderExcluirSempre vou discordar da sua primeira frase, Jair. E sempre grato, também.
ExcluirO Jair não perde a oportunidade de postar aqui a sua humildade!(rsrssr)
ExcluirEu concordo com o Caju em não concordar com a sua primeira frase!
Que bacana esse texto, Fred!
ResponderExcluirO Assis é uma referência pra gente que aos pouquinhos foi formando essa rede muito legal de poesia. Referência de talento, de compromisso, de afeto. Poeta imenso.
A gente tem que continuar, sim...
Bjo, carinho
Dani
É isso aí, Dani! A maneira como o Assis conduz o trabalho dele é louvável. Você o adjetivou na dose certa.
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