Viajantes Interplanetários

terça-feira, 26 de junho de 2012

É NODA! — #06

A SINA DE SHERAZADE
“escrevemos cada vez mais,
para um mundo cada vez menos”
(Alberto da Cunha Melo) 

Comprometimento talvez seja uma das virtudes humanas mais louváveis e mais difíceis de exercer que se tem conhecimento. A chance de se receber um elogio não é grande e basta um vacilo, pra branquinho te olhar meio atravessado e até soltar uma ironia nada elegante: olha o Senhor Certo pisando na bola, ali!
Quando se fala em poesia comprometimento é fundamental. Não tem boquinha, tem que suar muito, tem que ler muito e tem que levar tudo muito a sério. Não, não, não. Não estou defendendo uma poesia sisuda nem de gabinete, afinal o ofício pode (e deve!) ser levado com todo bom-humor que é típico das inutilidades. Mas penso que o que difere um poeta de quem escreve poesia, é justamente o compromisso de levar a sério a sua mensagem, até as últimas consequências. Sem hesitação.
Entre os poetas mais comprometidos que conheci através das interações nos blogs que participo, Assis Freitas é o nome mais digno que me vem à cabeça. A descrição do seu espaço é simples e direta: “neste blog serão escritos 1001 poemas”. Diariamente, desde 2009 o sítio foi abastecido pelo poeta,  a findar sua trajetória na quinta-feira (5/7/12). Também me honrar constar nos autos que desde que Assis Freitas conheceu o meu espaço semanal, jamais deixou de comentar um único post.
Não sei se existe uma fórmula para um poeta vingar, mas acredito que assim como Sherazade, devemos conquistar a nossa sobrevivência diariamente. Que cada poema escrito, oxalá, faça que a nossa existência se prolongue, mesmo que para isso tenhamos que ladrar noite e dia para um mundo cada vez menor. O caminho é tortuoso e pouco compensa, Caju. Tudo bem, tranquilo, concordo. Mas a gente tem que continuar a continuar...
  

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Fred Caju responde pelas suas próprias opiniões, que não estão necessariamente em unanimidade com a equipe do blog, que preza pela livre iniciativa de seus colaboradores.
      

20 comentários:

  1. é o artesanato que nos cabe neste latifúndio, Fred. tecer, fiar, como se fora infindável a sílaba,



    grande abraço

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    1. Em tempo:devo relatar aqui que você é um poeta que exemplifica muito bem esse comprometimento, haja vista sua peridiocidade no Sábados de caju!

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    2. Você não fica atrás com suas responsabilidades, Cristiano. E nem quero você nem ninguém atrás de mim, diga-se de passagem!

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    3. Que isso Fred! Eu tô batendo cabeça atrás de ti já um tempão!

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  3. "Continuar a continuar". Belo texto de homenagem a quem muito a merece. Um poeta cujas "sílabas" são sempre acrescentos. Acrescentam-nos!...

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  4. Tudo bem, tranquilo, concordo - mas seu amigo poeta está me parecendo o Rogério Skalyb kkkkkkkkkkkkk


    gostou do livro do quintana?

    Essa coluna é Noda mesmo, se eu fosse pagar por esses artigos estava fudido e fugido kkkkkkkkkk

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    1. Terminei de ler o Quintana há poucos dias. A prosa dele ainda é novidade para mim. Excelente!

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    2. nem vou dar minha opnião sobre ele que vai ser uma babação total kkkkkkkkkkk

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    3. Rogério Skalyb(rsrsrs) esses caras têm cada ideia!

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    4. Né ele quem disse que só grava 10 discos kkkkkkkkkkkk

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    5. Não tow de sacanagem com o poeta, só brincando com a forma. É massa ter uma meta. Trabalho com metas tb, mas nunca trabalharei com ponto final, afinal já diria Helen Keller: "A vida é uma aventura ousada ou não é nada"

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  5. Não sei se sou poeta ou escrevinhadora, o que eu sei, é que eu preciso escrever.

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  6. Eu sei que não sou poeta, minhas pretensões não chegam a tanto. Então, me sinto tendente a concordar com você Fred, porque conheço suas obras e elas são NODA mesmo. Parabéns por esse texto de indiscutível qualidade, JAIR.

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    1. Sempre vou discordar da sua primeira frase, Jair. E sempre grato, também.

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    2. O Jair não perde a oportunidade de postar aqui a sua humildade!(rsrssr)

      Eu concordo com o Caju em não concordar com a sua primeira frase!

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  7. Que bacana esse texto, Fred!

    O Assis é uma referência pra gente que aos pouquinhos foi formando essa rede muito legal de poesia. Referência de talento, de compromisso, de afeto. Poeta imenso.

    A gente tem que continuar, sim...

    Bjo, carinho

    Dani

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    1. É isso aí, Dani! A maneira como o Assis conduz o trabalho dele é louvável. Você o adjetivou na dose certa.

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